Depois do sucesso inesperado de Mario Kart 8 Deluxe, um port do Wii U que se tornou o jogo mais vendido do Switch, a Nintendo tinha um grande desafio pela frente: lançar um novo título da franquia que honrasse esse legado e ainda servisse como o principal chamariz do Switch 2. Mario Kart World surge exatamente com esse papel o de ser o rosto da nova geração.

A ideia por trás do jogo não é apenas entregar um novo pacote de pistas e personagens, mas reinventar a forma como o jogador interage com o mundo de Mario Kart. A Nintendo apostou em um mundo conectado, visual de ponta e mecânicas inéditas para manter a experiência sempre fresca. O resultado é um jogo pensado para durar muitos anos, sempre entregando pequenas novidades e mantendo o jogador engajado com o tempo.

Um mundo interligado que muda a forma de correr

O maior destaque de Mario Kart World é seu novo mapa. Pela primeira vez na série, as pistas fazem parte de um grande mundo contínuo. Em vez de selecionar uma corrida isolada, o jogador agora percorre rotas conectadas por estradas, cruzando locais icônicos como o Castelo do Bowser. Essa mudança dá mais fluidez às corridas e aproxima a experiência de uma verdadeira aventura.

Cada pista funciona como uma atração temática, lembrando muito um parque de diversões. Há fases com zebras cruzando a estrada, inimigos clássicos surgindo no deserto e trechos aquáticos com ondas que lembram até mesmo o clássico Wave Race. A clássica Estrada Arco-Iris continua sendo uma exceção, mantendo-se como uma pista única e separada do restante, o que reforça sua importância e valor simbólico dentro da série.

Essa ideia de pistas interligadas também influencia os modos de jogo, como o modo de Eliminação. Neste modo, os jogadores competem em etapas contínuas, sendo eliminados aos poucos até restar apenas o vencedor. O conceito de mundo aberto permite essas transições suaves e cria momentos mais imersivos, mesmo entre corridas.

Elenco maior e desbloqueios surpresa

Diferente de Mario Kart 8, que trouxe personagens de outras franquias como Link e Isabelle, o novo jogo foca totalmente no universo Mario. Mesmo assim, a variedade é enorme: além dos clássicos como Mario, Toad e Bowser, há figuras inusitadas como o Atacondor, o inseto Wiggler e até uma simpática Vaca, que virou sensação e memes nas redes sociais.

Cada personagem pode ganhar trajes personalizados, desbloqueados de forma aleatória pegando itens pelo mapa ou ao usar itens especiais como o Koopa Mágico. Esse sistema não é muito claro, o que pode incomodar quem quer completar a coleção rapidamente. Por outro lado, essa aleatoriedade cria surpresa constante e incentiva os jogadores a experimentarem personagens diferentes, algo importante para manter o jogo sempre renovado.

Um ponto negativo é que nem todos os personagens têm trajes exclusivos. Isso faz com que os personagens “secundários” pareçam menos importantes, o que pode desanimar quem se interessa justamente por essas figuras fora do comum. Já os adesivos, usados para decorar os karts, funcionam mais como um detalhe estético simples e com pouco impacto na experiência.

Novas habilidades, multiplayer caótico e potencial de crescimento

O jogo traz novas mecânicas que ampliam a jogabilidade sem perder a simplicidade. O destaque é a nova mecânica de salto que pode ser carregado nas retas e usado para desviar de obstáculos ou ganhar impulso. Ele funciona bem com o novo sistema de acrobacias, onde é possível deslizar em trilhos e correr pelas paredes, aumentando a velocidade. Também há momentos onde o kart entra na água e vira um veículo aquático, com controle adaptado às ondas.

Essas novidades mantêm o jogo acessível para iniciantes, mas dão espaço para que jogadores mais experientes mostrem habilidade. Isso se reflete principalmente no modo Grande Premio, que ganha força no multiplayer online com até 24 jogadores. Nas partidas com outros humanos, o caos é parte da diversão e colisões, itens aleatórios e estratégias malucas transformam cada corrida em uma festa colorida e caótica.

O online funciona bem, mas tem seus problemas. O tempo de espera para encontrar uma sala cheia pode variar bastante, desde achar instantaneamente até demorar alguns minutos, especialmente em corridas comuns. O jogo permite que os jogadores explorem o mundo enquanto esperam, o que é positivo, mas o modo livre ainda peca de atividades realmente relevantes. Ele é interessante para explorar e relaxar com amigos, mas oferece poucas recompensas para quem joga sozinho. Outro ponto extremamente negativo do online, é que não é possível jogar com amigos e outros jogadores no modo online, apenas de forma coop local, limitação que é muito estranha e esperamos que logo seja arrumado.

Mario Kart World acelera com força, mas ainda pode ir mais longe

Mario Kart World é uma grande evolução da franquia, trazendo ideias novas que mexem com a estrutura tradicional do jogo sem perder sua essência. A aposta em um mundo conectado, somada ao visual caprichado e ao conteúdo pensado para durar, coloca o título como uma peça-chave do Switch 2.

Apesar de alguns pontos que ainda podem melhorar como o modo livre e a distribuição desigual de trajes e online, o jogo mostra que a Nintendo está disposta a inovar sem abrir mão do que os fãs mais gostam. Com espaço para updates e expansão, tudo indica que Mario Kart World será mais um capítulo de sucesso para a série.

Mario Kart World já está disponível para Nintendo Switch 2