Junho foi o Mês do Orgulho LGBT e em diversas partes do mundo há manifestações e protestos em busca de direitos e respeito, bem como celebrações em prol da diversidade sexual.
A data de 28 de junho é especificamente considerada o Dia Internacional do Orgulho Gay e, por isso, vamos celebrar neste final de semana trazendo uma lista dos os personagens LGBT favoritos dos games, filmes, televisão e quadrinhos/literatura.
Xena
Xena é a princesa guerreira imbatível em combate, lutava junto com Hércules e conseguia parar o fluxo de sangue para o seu cérebro socando o próprio pescoço. Sua parceira, Gabrielle, começou como apenas mais uma menina do bairro, mas acabou se tornando uma guerreira capaz de continuar o legado de Xena. Embora nunca tenha sido dito explicitamente, algumas pistas deixavam óbvio que a relação entre as duas era muito mais profunda do que uma simples aliança.
Em uma entrevista após o término da série, Lucy Lawless, que interpretava Xena, declarou que a personagem era “definitivamente” gay, mesmo que nenhum dos roteiristas tenha confirmado isso. De qualquer forma, Xena e Gabrielle eram exemplos brilhantes de mulheres complexas que tomavam suas próprias decisões e não aceitavam qualquer coisa de qualquer um. Como personagens críveis, elas inspiraram as mulheres a se defenderem e a se imporem, quer isso signifique sair do armário ou aprender a derrotar guerreiros usando um frisbee afiado.
Dumbledore
O poder do diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts é proporcional a sua idade avançada. Mas graças ao seu comportamento quieto e engraçado, ninguém desconfia de que Alvo Dumbledore é a única pessoa realmente capaz de fazer Voldemort sentir medo. Embora a autora J.K Rowling nunca tenha escrito nos livros que Dumbledore era gay, ela deixou isso implícito ao descrever uma relação profunda do diretor com o bruxo das trevas Gellert Grindewald, depois, ela confirmou a informação durante um bate-papo com leitores. Dumbledore é um ótimo exemplo de como um personagem pode se tornar um favorito dos fãs graças a sua mente brilhante e aos seus conhecimentos extraordinários.
Estrela Polar
Um marco para o movimento nerd LGBT foi quando o mutante Estrela Polar saiu do armário em 1992, mostrando o caminho para os personagens gays realmente assumirem sua sexualidade (em vez de apenas darem dicas sobre ela). Integrante da equipe canadense de super-heróis Tropa Alfa junto com a irmã Aurora, Estrela Polar consegue voar, se mover a uma super velocidade, aguentar danos muito pesados e manipular a luz.
Agora, vamos ser sinceros sobre uma coisa: Estrela Polar pode ser meio idiota às vezes. Ele está sempre do lado dos heróis, mas fica bravo muito rápido e pode tratar seus colegas de equipe da mesma forma agressiva com que trata seus inimigos. Mas a gente tem que dar um desconto para ele — mutantes são odiados e temidos simplesmente por serem mutantes, e além de ter que lidar com isso, Estrela Polar ainda sofre com o preconceito contra gays. E o cara deve ter charme: ele se casou em 2012 com Kyle Jinadu, o namorado de longa data, protagonizando outro marco LGBT: o primeiro casamento gay nos quadrinhos da Marvel.
Batwoman
Kate Kane era uma militar servindo ao Exército até ser dispensada graças à “Don’t Ask, Don’t Tell” (“Não Pergunte, Não Conte”), uma política norte-americana que visava identificar e expulsar membros homossexuais ou bissexuais do serviço militar. Ela não conseguiu superar esse fato, e a partir daí começou a levar uma vida autodestrutiva, cheia de festas e casos de uma noite só. Depois de um encontro inesperado com Batman, porém, ela se inspirou a colocar seu treinamento em prática e lutar contra o crime vestida como a Batwoman.
Uma peça-chave da história de Kate é seu pai, que apoia tanto a luta contra o crime quanto a sexualidade da filha. É fácil perceber que ele está orgulhoso das conquistas de Kate como pessoa. Ele até equipou e criou o uniforme da Batwoman, tudo para conseguir o melhor resultado possível. Era comum que os personagens LGBT fossem evitados pelos amigos, família, colegas de trabalho e pela sociedade em geral, então o fato de o pai de Kate a apoiar tanto significa o mundo para ela — e para nós também.
Birdo
De acordo com o manual de instruções que acompanhava Super Mario Bros. 2, Birdo era um personagem masculino que queria ser feminino. Uma vez, Birdo foi apresentado como a namorada do Yoshi, e desde então foi considerado uma mulher, tecnicamente se tornando o primeiro personagem transgênero de um videogame mainstream. A Nintendo nunca declarou isso oficialmente, mas Birdo com certeza foi adotado pelos gamers LGBT como um personagem que representa a comunidade trans. Sabemos também que ela joga muito bem tênis, como ficou claro em Mario Tennis. Nós a adoramos não só por causa da sua troca de gênero, mas também pelo nariz estranho e adorável que ostenta sem pudor.
Hulkling e Wiccano
Esses dois membros dos Jovens Vingadores moldaram suas aparências e nomes a partir dos Vingadores originais. Teddy Altman podia mudar de forma graças ao seu DNA de Skrull, então ele se transformou em um gigante esmeralda e começou a se chamar de Hulkling. Enquanto isso, o feiticeiro Billy Kaplan era capaz de invocar trovões e usava um elmo alado, adotando o nome de Asgardiano em homenagem ao Thor. O romance dos dois é um dos mais verdadeiros dos quadrinhos, com o drama do relacionamento muitas vezes se misturando à ação e criando golpes emocionais que machucam muito mais do que levar uma rajada de lasers de algum vilão.
Em um certo ponto, eles deixam de lado a ideia de imitar os Vingadores e decidem se tornar heróis totalmente novos. Por isso, Hulkling começou a usar seus poderes de transformação de um jeito mais criativo, como por exemplo criando asas e usando garras, enquanto Billy mudou de nome para Wiccano e se aprofundou ainda mais nas magias. Infelizmente, não há mais uma série dos Jovens Vingadores em andamento, mas esses dois caras continuam um exemplo de personagens de LGBT das histórias em quadrinhos criados da maneira correta.
Apolo e Meia-Noite
Um é um deus do Sol; o o outro, um artista marcial de capuz preto. Apolo e Meia-Noite eram analogias para o Super-Homem e o Batman que acabaram se apaixonando e virando um par romântico. Personagens principais na equipe de quadrinhos The Autorithy, a dupla nunca teve de esconder seus sentimentos ou sair do armário — eles sempre foram abertamente gays e fizeram coisas que eram ilegais nos Estados Unidos na época em que seus quadrinhos foram publicados, como se casar e adotar uma criança. Hoje eles não estão mais juntos, mas isso não é ruim, já que o Meia-Noite agora tem sua própria série.
Korra
Mestre de todos os quatro elementos da natureza e uma lutadora feroz, Korra teve um belo papel como a protagonista da animação Avatar: A Lenda de Korra. Ela ligou o mundo espiritual e o mundo material, impediu dominadores malvados de concretizarem seus planos e trouxe democracia para a Terra. E mesmo com seu temperamento difícil e a mania de bater primeiro e perguntar depois, Korra era uma inspiração para os mais próximos e uma amiga leal.
À primeira vista, a relação dela com Asami pode ter parecido apenas amizade, mas os sinais de que aquelas eram duas jovens criando um laço mais profundo uma com a outra sempre estiveram lá. No final da série, o amor das duas ficou claro e elas se tornaram o primeiro casal homossexual em uma animação infantil ocidental — o que fez a hashtag #Korrasami pegar fogo nas redes sociais.
Questão
Renee Montoya, detetive de Gotham City, saiu do armário graças ao vilão Duas-Caras, que contou para o mundo que ela é lésbica. E embora a gente entenda o paralelo entre ela viver uma “vida de duas caras”, ele ainda assim foi um mala por ter vazado essa informação tão particular.
Renee tem o benefício de estar sempre em histórias que são mais pé no chão, o que permite que os roteiristas explorem sua personalidade de uma forma mais profunda. Nós vimos as consequências de ela ter saído do armário — como os pais religiosos a terem deserdado –, mas também a vimos resolver crimes hediondos e ficar cara-a-cara com a corrupção nojenta que infectou Gotham City. Foi isso que a fez virar a heroína fantasiada Questão e ganhar um status cult por suas tramas de suspense com toques noir.
Willow Rosenberg
Buffy tinha muitos aliados, mas nenhum mais poderoso ou interessante que Willow Rosenberg. Sim, ela é uma bruxa, e, sim, em termos de importância na narrativa de toda a série, talvez ela só perca para a Buffy. Mas, como metade de um dos primeiros casais lésbicos da TV, a melhor parte de Willow era como a sua relação com Tara parecia natural.
Joss Whedon e os roteiristas da série ofereceram aos telespectadores um exemplo que estava muito distante dos estereótipos de gays na TV da época. Buffy: A Caça-Vampiros era um programa cheio de mortos-vivos, bruxas e portais demoníacos, mas o amadurecimento de Willow é mostrado sem nenhuma caricatura ou exagero. Enquanto ela cresce como bruxa e vai da timidez à confiança, a parte mais interessante de seu desenvolvimento é que ela se apaixona por outra menina sem nem chamar atenção para o quão diferente isso era dos outros relacionamentos da série.