Westworld foi uma das melhores surpresas de 2016 e depois de dois anos em hiatus, Jonathan Nolan e Lisa Joy mostram que trabalharam muito até agora. Com cinco episódios até então, chegamos na metade da temporada, com novas perguntas sobrepondo o nosso total de respostas, mas isso só instiga a curiosidade.
A série continua impecável em seus aspectos técnicos, não estamos aqui para questionar isso. O que realmente importa são as novas informações que adquirimos, e entre elas, está a mais famosa teoria entre os fãs.
Depois da confirmada teoria das três linhas temporais, a outra especulação entre os espectadores envolvia o real desejo da Delos ao investir em Westworld. E a resposta é: imortalidade.
No episódio 4, vemos James Delos (Peter Mullan) em uma quarentena na Califórnia no que, a princípio, seria para buscar uma cura para sua doença – busca que o mesmo havia parado de financiar anos atrás.
Depois de algumas visitas de William (Jimmi Simpson) e as “falhas” de James Delos, nós só poderíamos ter certeza de uma coisa, ele estava no corpo de um anfitrião. E na sua última visita, William confirma que a mente consciente rejeita a sua nova natureza e enlouquece. Ao invés de queimar o protótipo, como feito nas outras vezes, O Homem de Preto ordena que continuem observando para checar os últimos estágios da deterioração da mente de Delos.
Quando Bernard (Jeffrey Wright) e a vivíssima Elsie (Shannon Woodward) acham essa base secreta, com a ajuda de algumas confusas memórias de Bernard, eles o encontram e conhecemos o último estágio: a violência. Delos está completamente louco, machucado e com a casa destruída. Então, podemos concluir que a mente consciente enlouquece ao perceber que é um robô.
Dolores (Evan Rachel Wood), tem se mostrado uma tirana desde o começo da temporada. Usando o nome Wyatt, ela está separando os dignos e os “não-dignos” para sua jornada, e matando aqueles que considera fracos demais para conhecer a verdade. Isso tem deixado sua narrativa ainda mais confusa, será que ela está mesmo consciente ou no comando de alguém?
Temos que lembrar que o Homem de Preto está em uma narrativa nova, criada por Robert Ford (Anthony Hopkins) , que aparentemente leva ao mesmo lugar que Dolores procura. As teorias envolvendo o tão sonhado lugar e Dolores são muitas, mas nenhuma confirma que a anfitriã está verdadeiramente consciente: ou ela enlouqueceu ou a narrativa de Ford ainda não está completa.
Não podemos esquecer que Maeve (Thandie Newton) também estava seguindo uma narrativa quando atingiu a consciência, e ela só atingiu quando decidiu sair do trem – mesmo que seus códigos tenham sido escritos especificamente para que ela chegasse a Metrópole.
Contrapondo a loucura de Dolores – que já se tornou imensamente cansativa, Maeve se mantém serene e faz novas descobertas a cada dia. Depois de descobrir sua habilidade de comandar os anfitriões não-conscientes por voz, ela nos introduz ao ShogunWorld. Infelizmente, suas narrativas são apenas copias do que já existia em WestWorld.
O que parecia muito frustrante, se torna no mínimo filosófico. Nossos comportamentos são sempre espelhos do comportamento de alguém, até que achamos nossa própria voz. E aparentemente, mesmo ainda estando em narrativas, os anfitriões não a seguem como prescrito e buscam resoluções cada vez mais violentas.
Bernard é o personagem com o núcleo mais confuso de todos e tem se tornado muito difícil decifrar onde ele está atualmente. Até onde se sabe, o atual Bernard está com a Delos (duas semanas a frente das narrativas de Maeve e Dolores) e tentando lembrar porque Ford o teria mandado para a base secreta, onde o William fazia os seus experimentos.
Ah, ainda nessa linha temporal, descobrimos que muitos robôs se suicidaram e suas memórias foram completamente apagadas.
Claro, existem muitos pontos soltos ainda, mas devemos ter certeza de uma coisa: Robert Ford ainda não terminou sua história.