[ANÁLISE] Astro Bot mostra que o PlayStation é o rei dos videogames

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No último dia 06 de setembro, tivemos o lançamento de Astro Bot, o primeiro jogo completo do icônico robozinho da Sony que, por muito tempo, estrelou apenas aventuras que serviam como demonstrações técnicas dos consoles e acessórios PlayStation.

Criado pelo Team Asobi, o jogo chega como uma homenagem para os 30 anos do PlayStation, mas será que o robozinho consegue se sustentar em jogo solo e cumprir essa missão tão importante? Confira nossa análise e descubra.

Astro Bot é o carisma em pessoa, ou melhor, em robô

Quem comprou um PS5, teve o prazer de experimentar o incrível Astro’s Playroom, a demo técnica do console que serve para mostrar o potencial do DualSense, o controle do dispositivo que inclui recursos como resposta tátil, gatilhos adaptativos e muito mais.

Astro’s Playroom foi um sucesso imediato, não só por mostrar como o robozinho era capaz de estrelar uma aventura muito maior e rivalizar com projetos similares de outras desenvolvedoras, como também pelo fato de trazer referências a grandes personagens da hitória do videogame, criando uma espaço de universo onde todos vivem em conjunto.

Com a popularidade do jogo, os fãs começaram a clamar por um título completo de Astro, que expandisse a experiência da demo.

Felizmente, os pedidos foram ouvidos e é com isso que chegamos a Astro Bot, um jogo que pavimenta o caminho para mais uma franquia inesquecível do PlayStation. Por falar no console da Sony, sabemos que ele é conhecido por jogos cinematográficos e com foco na narrativa, mas nos últimos anos, a plataforma tem se arriscado com produções que fogem do padrão, com destaque para Stellar Blade, A Ascensão do Ronin e Returnal.

Devo dizer que Astro Bot se encaixa muito bem nessa fase experimental do PlayStation. Embora muitos possam achar que o título não se enquadra no estilo de jogo proposto pela plataforma, ele carrega tantas qualidades que fazem com que esse tipo de pensamento seja ridículo.

Mesmo que o foco principal aqui seja a jogabilidade, Astro Bot traz uma história bem competente para amarrar os objetivos de nosso heroizinho. No jogo, Astro e seus amigos passeiam pela galáxia à bordo da nave PS5, quando a festa é interrompida pelo alienígena Nebulax, que destroça a nave e rouba o processador do PS5.

Com a carcaça da nave abatida em um planeta inóspito, partes do PS5 espalhadas por diversas galáxias diferentes e as centenas de amigos de Astro perdidos no espaço, cabe ao robozinho recuperar todos os componentes e seus amigos para tentar uma revanche contra Nebulax.

Apesar de simples, a história é extremamente divertida e, assim como diversos outros elementos no jogo, remete aos jogos de plataforma clássicos, o que é ótimo.

Uma jogabilidade espetacular

Como dito anteriormente, o forte de Astro Bot é sua jogabilidade e isso fica claro desde o primeiro mundo do jogo. Se você gostou do que viu em Astro’s Playroom, vai ficar feliz em saber que aquilo foi expandido à enésima potência.

Astro possui um ataque básico, um pulo simples e um propulsor em seus pés que permite que ele flutue por alguns instantes para saltar mais longe. A partir daí, o Team Asobi introduz acessórios que criam variações da jogabilidade e exploram ao máximo os recursos simples para criar sequências fantásticas.

Como é de praxe nos jogos de plataforma, você deve analisar os cenários ao seu redor para encontrar a melhor forma de superar os obstáculos, derrotar inimigos e recuperar os itens escondidos. Um exemplo bem claro do que os desenvolvedores fizeram aqui é que os propulsores dos pés de Astro também podem ser usados como um lasers, para causar dandos em inimigos ou quebrar partes do piso e ativar alavancas, indicando que você deve ser criativo para usar os poucos recursos a seu favor.

Os poderes dados a Astro permitem uma grande versatilidade de gameplay, tanto em termos de combate quanto de mobilidade nos mapas, resultando em fases extremamente criativas, divertidas, desafiadoras e surpreendentes. Tudo isso é complementado pelas funções do DualSense, que aqui são utilizadas como mecânicas do jogo, incluindo o giroscópio para rotacionar plataformas e até a possibilidade de assoprar o controle para criar interações dentro do jogo.

PlayStation, a casa dos melhores jogos

Como dito anteriormente, um de seus objetivos no jogo é recuperar os Bots que ficaram perdidos no espaço após o ataque de Nebulax e isso é uma das partes mais incríveis do jogo. Assim como em Astro’s Playroom, a Sony transformou alguns robôs em personagens icônicos dos games, mas Astro Bot vai muito além, reunindo um número impressionante de franquias em um único lugar e criando uma espécie de “Jogador Número Um do PlayStation”.

Além de homenagear as franquias exclusivas mais populares, o jogo também revisita algumas franquias do PlayStation que estão “na geladeira” há um tempo. Como alguém que acompanha o console desde o PS1, foi incrível ver aparições de Infamous, Uncharted e tantos outros, mas além disso, a Sony também aproveitou para relembrar títulos menores produzidos pelo finado Japan Studio, incluindo LocoRoco, Ape Escape, Puppeteer, Knack, Gravity Rush e tantos outros.

Astro Bot

Acontece que a Sony resolveu mostrar todo o seu poder de fogo aqui e trouxe outros convidados ilustres para a festa, vindos de franquias que não são exclusivas da Sony, mas que fazem parte da história do PlayStation. É simplesmente um deleite descobrir todos os convidados especiais e se surpreender com algumas aparições bem inesperada de figurões da Bandai, Capcom, Konami e por aí vai.

Desta vez, além das aparições especiais, a Sony também aproveitou a oportunidade para criar algumas fases especiais em que Astro literalmente vai para o mundo de um jogo convidado e cria uma fusão entre as mecânicas de Astro e o convidado. Foi emocionante ver essa reimaginação de jogos icônicos e devo dizer que só aumentou a minha saudade em alguns casos.

Astro Bot é um primor técnico

Em tempos em que a indústria dos videogames luta para conseguir entregar jogos otimizados e tenta nos vender equipamentos caríssimos para conseguir rodá-los nos tão sonhados 4K e 60fps, Astro Bot só reforça a ideia de que não é preciso nada disso para criar um bom jogo.

Apesar da estética simples, o jogo conta com modelos extremamente detalhados, assim como cenários cheio de partículas e texturas de alta qualidade, que mesclam o estilo de arte cartunesco com elementos mais realistas, criando uma fusão ímpar.

Isso se reflete em uma jogabilidade fluída do começo ao fim, sem nenhuma queda de FPS perceptível e que garante o desempenho ideal para superar os obstáculos proposto pelo título.

Vingadores, Avante!

Astro Bot

Astro Bot cumpre a missão de ser uma celebração espetacular dos 30 anos de PlayStation, mas mais do que isso, coroa o robozinho como o mascote definitivo do console. Considerando que esse manto um dia pertenceu ao Crash Bandicoot, dá para ter uma ideia do que eles conseguiram fazer aqui.

Mais do que tudo, Astro Bot é um jogo de videogame em sua essência mais pura, feito para entreter e que usa o básico para criar algo extraordinário. Em tempos onde a Sony vem cometendo deslizes por tentar apostar em uma tendência dos jogos como serviço para ter uma fonte de lucro garantida, Astro Bot é um lembrete do que os fãs realmente gostam e querem.

Astro Bot

Que isso sirva para tirar o estigma de que o PlayStation só deve apostar em jogos cinematográficos e megalomaníacos, pois eu certamente estou ansioso por mais desse universo e para descobrir qual será o próximo passo do Astro.

*O Cromossomo Nerd agradece a PlayStation Brasil e Giusti Comunicação por nos ceder uma cópia do jogo para esta análise.