Clock Tower é um clássico cult do gênero de horror nos videogames e, ao lado de Resident Evil, ajudou a pavimentar o estilo survival horror. Um ano atrás, foi anunciado Clock Tower Rewind, uma versão “aprimorada” do primeiro título, disponibilizando-o em todas as plataformas atuais. No entanto, infelizmente, a espera não valeu a pena.
Um retorno necessário, mas infelizmente feito da pior forma
Clock Tower Rewind prometia melhorias interessantes no trailer, o que era essencial para um clássico de 29 anos que carecia de ajustes no ritmo. No entanto, os problemas que precisavam ser resolvidos ficaram de lado, e as adições infelizmente não trazem o impacto esperado.
Uma das novidades é a função de Rewind, permitindo rebobinar alguns segundos para evitar erros. Embora a ideia seja boa, a execução deixa a desejar, já que o ritmo lento do jogo faz com que essa breve retomada raramente ajude a corrigir falhas, tornando necessário resetar o jogo em muitas situações.
Outra função incluída é o save state, que permite salvar em qualquer ponto para facilitar o retorno. Mas, novamente, a implementação falha: só é possível salvar uma vez, e para recarregar é preciso sair do jogo e fazer o load novamente, o que causa perda de tempo desnecessária. Além disso, há apenas um slot de salvamento, o que significa que qualquer erro ao salvar pode ser definitivo.
Faltou pensar no público atual
Apesar de ser um clássico cult, Clock Tower Rewind retorna em uma forma que dificilmente atrairá novos jogadores. O jogo apresenta algumas melhorias no ritmo em comparação com o lançamento original, incluindo ajustes vistos na versão de PS1. No entanto, ainda deixa o jogador sem qualquer orientação, o que é fiel ao design original, mas acaba tornando a experiência menos acessível.
Dado o tempo de vida do jogo e as mudanças nas expectativas do público, seria interessante se os desenvolvedores tivessem adicionado um modo opcional com dicas ou algum tipo de guia para facilitar a experiência de novos jogadores.
Embora eu aprecie jogos que desafiam o jogador a descobrir seu caminho sem instruções, é importante reconhecer que o público atual tem expectativas diferentes. Além disso, o jogo já tem 29 anos e foi originalmente feito em um estilo point-and-click, o que exige certa adaptação para se alinhar aos padrões modernos de acessibilidade.
Um problema estranho que esse jogo apresenta é a tentativa de “modernizar” certos elementos sem muito tato. Sempre que você chega em uma cena emblemática, surge uma tela cinza que comenta a cena e fica por uns 5 segundos. Esse recurso, que deveria mostrar sua progressão, acaba atrapalhando. Em algumas situações, essa tela me fez perder cenas importantes e até causou uma morte, já que não pausa o que está acontecendo no jogo.