[ANÁLISE] Crisis Core – Final Fantasy VII – Reunion | Um jogo extremamente necessário para a franquia

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Final Fantasy sempre foi uma das franquias mais importantes e aclamadas da Square Enix e isso se prova através das inúmeras sequências, remasterizações, remakes e do jogo como serviço da saga, que se mantém como um dos mais queridos e premiados até os dias de hoje.

Em 2020, a desenvolvedora lançou no PS4 o aguardado remake de Final Fantasy VII, um dos jogos mais icônicos de toda a franquia e tido como referência para diversos outros jogos de RPG.

O título foi recebido com euforia pelos fãs que passaram anos pedindo para que um remake do jogo fosse feito e ele chegou de forma magistral, não só recriando a história de Cloud, Aerith e companhia, mas também pavimentando uma franquia própria, que desmembra o jogo original em três sequências completas (com a segunda parte prevista para algum momento no final de 2023).

Tendo em vista o peso que o remake teve e como ele será importante para os próximos anos da Square Enix, faz sentido que o estúdio queira investir ainda mais no “universo de Final Fantasy VII”, e é por esse motivo que chegamos à versão remasterizada de Crisis Core: Final Fantasy VII.

O que é Crisis Core?

Lançado originalmente para o PSP em 2007, Crisis Core: Final Fantasy VII narra a história de Final Fantasy VII antes da jornada de Cloud e os demais protagonistas do jogo principal.

No jogo, acompanhamos a jornada de Zack Fair, um soldado da Shinra que tenta galgar cargos dentro da companhia e se equiparar ao seu mentor, o soldado de primeira classe conhecido como Angeal.

Em meio à sua jornada, Zack acaba se envolvendo em uma trama extremamente complexa sobre como a Shinra tem trabalhado com mutação genética para tentar criar soldados mais poderosos e dizimar seus inimigos, mas as coisas acabam saindo de controle e essas experiências acabam se tornando monstruosidades que se voltam contra seus criadores.

É nesse ínterim que descobrimos como os icônicos Cloud e Sephirot chegaram ao ponto em que os conhecemos no Final Fantasy VII principal e o que catalisou a motivação de cada um.

Mas o que eu tenho a ver com essa novela?

Quem está caindo de paraquedas em Final Fantasy VII pode não ver muita importância em Crisis Core, mas aqueles que já possuem contato com o título principal, ou os que o jogaram originalmente no PSP, certamente ficarão felizes com essa versão remasterizada.

Para começo de conversa, Crisis Core funciona muito bem como um jogo solo e é uma ótima porta de entrada para a história de Final Fantasy VII. Na verdade, por não ter jogado ele originalmente no PSP, acabei tendo a impressão que ele até melhora a narrativa da trama principal, já que preenche muitas lacunas deixadas pela primeira parte do jogo.

Trazendo personagens extremamente carismáticos e cativantes, você vai se ver preso em uma história cheia de alma, reviravoltas e muito mistério.

E o desempenho de um jogo para um console portátil?

Tendo em vista que o PSP foi uma das poucas tentativas da Sony em investir no mercado de jogos portáteis, devo dizer que eles conseguiram trazer muitos títulos de sucesso para esses dispositivo e Crisis Core é um desses exemplos.

Como o Nintendo Switch é o console portátil/híbrido soberano da atualidade, nada mais justo do que testar essa versão remasterizada nele.

É surpreendente ver como a equipe de desenvolvimento conseguiu lapidar um jogo de 2007 para que ele recebesse texturas e gráficos melhorados, parecendo de fato um jogo lançado atualmente.

Além disso, devo dizer que experimentar o título no Switch me fez ficar frustrado com alguns lançamentos recentes da própria Nintendo, já que ele conta com cutscenes de alta qualidade e dublagens em todos os diálogos, sendo recursos que nem mesmo os jogos mais recentes de Pokémon podem desfrutar, o que é bizarro.

Infelizmente, ele conta com algumas queda de FPS durante as transições entre as cutscenes e o jogo em si, mas nada que atrapalhe demais a experiência.

De todo modo, posso dizer que fizeram um ótimo trabalho.

E a jogabilidade?

Diferentemente da franquia principal, em Crisis Core jogamos apenas com Zack, mas o garoto segura muito bem o papel de atacante, curandeiro, mago e summoner. Na verdade, por controlarmos apenas um personagem, devo dizer que senti que os combates são mais fáceis, principalmente pelo fato de que as magias são bem poderosas, o que fará com que você decida ficar castando feitiços até derrotar os inimigos ao invés de ir para o combate corpo a corpo toda vez.

Apesar de lutar sozinho, Zack conta com a ajuda de um sistema chamado “Digital Mind Wave” (DMW), que permite que ele pegue emprestado a habilidade de algum aliado para lhe ajudar nos combates. Esse mesmo sistema também permite que ele invoque os summons durante os combates.

O DMW funciona através de um sistema de roleta, onde para executar o movimento especial, a roleta precisa exibir três imagens iguais do mesmo personagem. Caso a roleta mostre três personagens diferentes, o sistema concede a Zack alguma melhoria de atributo (vida, defesa, etc) durante o combate.

A parte legal é que esse sistema vai ficando mais forte conforme você vai evoluindo o vínculo emocional com cada personagem, além de também destacar pontos-chave de seu relacionamento com cada um deles.

No mais, o restante do combate é bem similar ao jogo principal, com suas habilidades e ataques sendo obtidos através de esferas de Materia, que podem ser combinadas entre si para criar ataques mais poderosos, além de também poderem subir de nível para ficarem mais fortes.

Apesar de contar com uma boa variedade de inimigos, Crisis Core não é imune da repetição, um fato que fica ainda mais evidente pelos mapas lineares limitados. Tendo em vista que estamos falando de um jogo originalmente desenvolvido para um console portátil, devemos considerar que os mapas são pequenos e oferecem pouca possibilidade de exploração, mas acabam cumprindo seu papel no jogo.

Devo investir no jogo?

Se você pretende investir na franquia Final Fantasy VII como um todo, a resposta imediata para a pergunta acima é sim!

Se você já jogou o primeiro capítulo dos remakes de Final Fantasy VII e quer mais detalhes sobre a trama no geral e os personagens que aparecem nela (incluindo a jovem Yuffie, que aparece na DLC Intermission), a resposta também é sim.

Agora se você está em busca de um RPG com boa qualidade, tendo em mente que essa é uma remasterização para um jogo lançado há mais de 15 anos em um console mobile, que já tinha suas limitações, mas que ainda assim entrega uma história emocionante e gráficos bem atraentes, a resposta continua sendo sim.

Apesar de se tornar, inevitavelmente, repetitivo em termos de combate, principalmente pelo fato de que não é possível identificar os inimigos no mapa e desviar deles quando quiser, tal como acontece nos RPGs mais recentes, Crisis Core – Final Fantasy VII – Reunion ainda é um jogo muito bom e que deve te garantir boas horas de diversão, tanto na campanha principal quanto em suas missões de combate secundárias.

No fim das contas, me vi ainda mais engajado com a franquia, ficando mais ansioso pelo lançamento da segunda parte do remake de Final Fantasy VII e até mesmo indo reassistir o filme animado Final Fantasy VII: Advent Children, de 2005, que me ajudou a entender ainda mais o panorama geral da história.

Crisis Core – Final Fantasy VII – Reunion já está disponível para PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC e Nintendo Switch.

*Gostaríamos de agradecer à Square Enix e G64 por terem nos cedido uma cópia do jogo para esta análise.