[ANÁLISE] Dead Rising Deluxe Remaster retorna com melhorias, mas sem esquecer a galhofa!

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Dead Rising foi lançado em 2006 para Xbox 360 pela Capcom com uma temática que a consagrou: zumbis. Entretanto, fugindo da seriedade e tensão da saga Resident Evil para trazer uma abordagem de filme B de ação, sem esquecer o humor negro.

Colocando o fotojornalista Frank West para descer a porrada em zumbis com qualquer coisa que não estivesse presa ao chão, Dead Rising conquistou uma base de fãs modesta que rendeu ainda mais três sequências.

Quase duas décadas depois, a Capcom traz Dead Rising Deluxe Remaster, uma versão aprimorada do clássico para a atual geração. Será que vale a pena acompanhar Frank West na matança de zumbis novamente? Confira em nossa análise!

Vai dar o furo?

O jogador assume o papel de Frank West, um fotojornalista em busca de uma grande reportagem. Sua ambição o leva a ficar preso em um shopping repleto de zumbis e sobreviventes. Para piorar, você tem apenas 72 horas para salvar quem puder e também, sair vivo.

Nestas 72 horas, Frank irá conduzir uma investigação no formato de casos para entender quem são os sobreviventes no shopping, quais escondem segredos macabros e o porquê de haver zumbis comendo as pessoas. Entretanto, como a abordagem é mais “pastelona”, não espere um roteiro primoroso ou algo complexo.

Jogando no formato tradicional que conta a história em 72 horas, é possível terminar por volta de 6 horas. Entretanto, você irá liberar um que tem mais 24 horas e outro com tempo infinito, permitindo rejogar quantas vezes quiser. Por ser um jogo de várias possibilidades, traz um bom fator replay.

A imaginação é o limite

Apesar de Dead Rising puxar para a galhofa, ele não é um jogo que economiza na violência, fundamental na abordagem do jogo, algo mantido do original. Aqui, Frank pode usar praticamente qualquer objeto para despachar as hordas de zumbis, algo que abre possibilidades interessantes e absurdas.

Em um determinado momento, decidi quebrar a vitrine de uma loja do shopping e usar uma televisão para afastar os zumbis. Após passar por uma horda, entrei em um mercado infestado de mortos-vivos e acabei usando um saco de ração para abrir caminho, algo que me arrancou algumas risadas.

Dead Rising Deluxe Remaster incentiva o jogador a testar tudo o que encontra contra os zumbis, algo que traz uma sensação de novidade constante. Até mesmo chegando ao final das 72 horas, eu continuava descobrindo novas “armas” contra os zumbis.

Como uma boa aventura de zumbis, os mortos não são a sua única preocupação, mas também os vivos. Como em situações difíceis no mundo real, a tragédia também despertou o pior lado de algumas pessoas, com Frank precisando lidar com a escória e até psicopatas em lutas bem interessantes, que trazem um pouco de variedade ao combate.

O game traz um sistema básico de experiência e níveis, permitindo que Frank vá desbloqueando novas habilidades, como subir nas costas de zumbis para pular hordas ou dar um golpe estiloso tirado diretamente do WWE. Outro destaque são as diversas fantasias fazendo homenagens a franquias da Capcom, como Resident Evil e Mega Man. No final, não se levar a sério é o que faz Dead Rising tão interessante e divertido.

Na jogabilidade, Frank agora pode se mover enquanto mira, trazendo uma abordagem mais próxima do que temos nos jogos atuais. Além disso, o salvamento automático irá salvar a sua vida.

As adições são interessantes, mas não salvam o jogo de seu maior defeito: a repetição. A versão lançada tinha esse problema em 2006 então, não é novidade que seu remaster sofra com isso também. Felizmente, esse sentimento demora um pouco a chegar, já que há muita novidade para ser descoberta nas primeiras horas.

A volta dos que não foram

Como seu nome deixa claro, Dead Rising Deluxe Remaster não é um remake, mas o trabalho foi tão bem feito que pode ser confundido por alguns como uma releitura. De início, o que mais chama a atenção são os gráficos, refeitos com a poderosa RE Engine, o motor gráfico da Capcom utilizado nos remakes de Resident Evil, e rodando com 4K e 60 FPS.

Apesar de toda a modernizada nos gráficos, a interface de usuário continua com um ar de anos 2000s, não sei de propósito devido ao clima do game. Entretanto, ela é bem funcional e não prejudica a experiência.

Apesar de os carregamentos serem rápidos, é notório que eles poderiam ter sido removidos sem dificuldades pelo salto geracional, fazendo a experiência de atravessar o shopping mais imersiva. No início, passa batido, mas quando você vai avançando no game, ficará de saco cheio de ter que atravessar portas e esperar um loading.

Ainda na parte técnica, confesso que fiquei bem decepcionado pelo DualSense ter apenas vibração. Com tantos jogos, até remasters, utilizando todas as funções, não esperava que Dead Rising Deluxe Remaster iria negligenciar esse recurso. Por outro lado, a localização e dublagem para o português brasileiro são um espetáculo!

Devo investir em Dead Rising Deluxe Remaster?

Dead Rising Deluxe Remaster ressuscita um dos maiores clássicos da Capcom com gráficos modernizados e boas adições que tornam o título interessante, mesmo que você tenha jogado a primeira versão ou não.

Entretanto, é preciso pontuar que o título não se leva a sério como Resident Evil, trazendo uma abordagem mais divertida e absurda, mas sem esquecer a violência explícita que você espera de um jogo de zumbis.

Dead Rising Deluxe Remaster já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

O Cromossomo Nerd agradece a TheoGames e a Capcom Brasil por ceder uma cópia de Dead Rising Deluxe Remaster no PlayStation 5 para esta análise!