[ANÁLISE] Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club é um retorno triunfal pra um jogo tão importante

Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club foi anunciado em 10 de julho de 2024, trazendo uma nova entrada para a série que originou o gênero de visual novel investigativa.

Os dois primeiros títulos, Famicom Detective Club: The Missing Heir e Famicom Detective Club: The Girl Who Stands Behind, lançados em 1988 para o Famicom Disk System, são pioneiros no uso de mecânicas narrativas interativas em videogames.

Os remakes lançados para o Nintendo Switch em 2021 renovaram os jogos com gráficos atualizados e jogabilidade modernizada.

Gameplay fluida e sem cair na monotonia

Um problema que afetou parte dos jogadores dos dois primeiros títulos foi a sensação de monotonia durante as investigações. Em diversos momentos, parecia necessário “adivinhar” o que fazer, já que todas as opções lógicas já tinham sido esgotadas.

No entanto, isso não acontece neste título, que traz fluidez às investigações e interações muito mais intuitivas com o ambiente. A estrutura de investigação segue fiel às raízes da série, com um sistema de menus que oferece várias opções para interagir com o ambiente e personagens.

As mecânicas incluem “Call/Engage” para chamar personagens próximos, “Ask/Listen” para questionar NPCs sobre pistas e “Look/Examine” para inspecionar objetos e locais. A função “Think” permite que o protagonista reflita e ofereça dicas sutis, ajudando o jogador a avançar. Isso mantém a investigação acessível, mesmo em momentos mais desafiadores.

Variedade e Personalização

Um dos pontos mais marcantes de Emio – The Smiling Man é o detalhamento no design dos personagens e na interação com o ambiente. Ao contrário de uma visual novel comum, com personagens estáticos, os modelos animados piscam, respiram e exibem emoções enquanto falam. Isso torna os diálogos e investigações muito mais dinâmicos.

A customização das ações e escolhas do jogador também se destaca. Cada decisão, por menor que pareça, impacta diretamente o desenrolar da trama, mantendo o jogador engajado ao longo da história. No entanto, o fator replay pode ser limitado, já que, após a conclusão do mistério, há pouco incentivo para revisitar o jogo.

Problemas que poderiam ser facilmente resolvidos

Embora Emio – The Smiling Man acerte em diversos aspectos, ainda apresenta problemas. A ausência de legendas em português e a falta de dublagem em outras línguas, além do japonês, são desvantagens que podem afastar uma parte significativa do público internacional.

Cenários imersivos, mas simples

O jogo faz um bom trabalho ao apresentar cenários que parecem vivos e personagens com animações detalhadas. O ambiente de Emio – The Smiling Man vai além de um fundo estático; os locais investigados possuem vida própria, com detalhes que reagem à interação do jogador. Isso cria uma atmosfera envolvente.

No entanto, apesar desse cuidado, os cenários não são tão variados quanto poderiam ser. A repetição de locais e a falta de maior diversidade visual nas áreas investigadas acabam prejudicando a imersão, especialmente em sessões prolongadas.

Conclusão

Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club honra seu legado como uma sequência direta de dois dos jogos mais importantes para o gênero de visual novel investigativa. Com jogabilidade intuitiva e uma narrativa envolvente, oferece uma experiência rica em detalhes e interação.