[ANÁLISE] Far Cry 5 – Acho que fui convertido

Primeiro de tudo, devemos ressaltar a incrível narrativa que nos leva nessa louca e perigosa jornada pelo condado de Hope County.

Quando uma misteriosa seita religiosa começa a tomar conta do condado, as coisas saem do controle e as forças policiais do governo americano precisam intervir, mas nem tudo sai como planejado.

O ponto forte na história de Far Cry 5 é a relação com temas atuais e muito pertinentes ao cenário político norte-americano.

Todo o problema é causado pelo ardiloso e maquiavélico Joseph Seed, também conhecido como O Pai, líder do Projeto Portão do Éden.

Aos primeiros minutos do game, você tem a chance de colocar suas mãos em Seed e leva-lo preso, mas o poder de seus seguidores acaba sendo maior, e é então que sua jornada começa.

Embora Seed não seja tão cativante e cruel quanto Vaas do terceiro game da franquia, podemos rapidamente criar empatia pelo religioso e pela “aura” que ele emana, acredite, sua fala mansa e louvores não impedem que ele seja calculista e sanguinário.

Não é à toa que Far Cry 5 se envolveu em muitas polêmicas devido à sua temática religiosa.

O cerne do jogo é totalmente focado nisso, inclusive, a presença de Joseph e de sua família é marcada na TV, rádio e todos os lugares possíveis, tudo para reforçar a “lavagem cerebral” feita nos habitantes da cidade.

Além disso, os irmãos aparecem como se fossem os pastores que vemos na TV, fazendo pregações para seus fiéis, e incentivando a idolatria e a propagação da palavra.

Assim como nos games anteriores, o novo jogo oferece uma vasta possibilidade de recursos que deixam tudo mais interessante.

Pára-quedas, armas poderosas, arpéu, veículos e técnicas de sobrevivência como a Pesca e caçadas fazem com que a jogabilidade se torne mais diversificada e interativa.

Embora a jogabilidade seja simples o bastante para “jogadores de primeira viagem, alguns controles poderiam ser mais fluídos e balanceados, principalmente nos veículos.

No mais, temos uma evolução de tudo o que já deu certo nos títulos anteriores com a implementação de algumas melhorias.

O Mapa de Far Cry é GIGANTE. Não espere uma campanha curta, muito pelo contrário, o modo offline te deixará engajado por inúmeras horas no game.

Além dos capangas de Seed, o jogo conta com as tradicionais ameaças selvagens como ursos, lobos, pumas, crocodilos e diversas outras, ou seja, tudo pode te matar!

Se a campanha principal já é grande, prepare-se para aumentar ainda mais seu tempo de jogo com as inúmeras sidequests. Além de te ajudarem a deixar o jogo mais fácil, pois lhe permitem ganhar mais dinheiro e armas, elas ainda complementam a história.

Embora muitas delas envolvam destruir bases da seita e resgatar moradores de Hope County, elas são diversificadas o bastante para te manter entretido sem que você se canse.

Sim, os gráficos estão mais polidos e o cenário parece muito mais “vivo”. As cutscenes estão impecáveis e a preciosidade com detalhes é muito grande, o que deixa a experiência ainda mais agradável.

Durante minha jogatina, não consegui notar cenários mal renderizados ou algo do tipo. Vez ou outra alguma sombra ou reflexo deixam de aparecer, mas isso são detalhes.

As grandes novidades do game ficam por conta dos recrutamentos, seja de pessoas ou animais.

A família Seed possui inúmeros seguidores e recursos, o que torna a campanha algo muito complicado de se conseguir completar sozinho, por isso, o jogo inclui a possibilidade de recrutar “armas de aluguel” para te ajudar nas missões.

Nem todos os moradores de Hope County estão sob controle de Joseph Sedd e quando você os resgata, existe a possibilidade de recrutá-los para lhe ajudarem em sua jornada, formando seu próprio exército.

Além disso, existe também o fiel escudeiro, o cachorro Boomer, mas prepare-se pois a história de seu encontro com ele é bem triste.

Outro grande novidade é a possibilidade de customizar suas vestimentas e ir ganhando novos itens ao longo do game.

Como esperado, a trilha sonora de Far Cry 5 e baseia em músicas religiosas e country, o que faz todo o sentido, considerando a ambientação e história do game.

Os sons de disparos e veículos estão bem alinhados, assim como a dublagem, que cada vez mais evolui nesse nicho dos games.

Se existe muita coisa a se fazer no modo offline, o modo online aumenta a experiência do game ainda mais.

Itens exclusivos, customizações e missões adicionais tornam a experiência do jogo ainda melhor e mais completa.

Como esperado, o jogo possui os infames bugs. Inimigos que ficam presos em paredes e obstáculos invisíveis, corpos destorcidos e outros bugs clássicos fazem parte de Far Cry 5, porém considerando a dimensão do mapa, os elementos e a quantidade de missões, eles são mais do que compreensíveis.

Fica nítido o esforço da Ubisoft para superar o título anterior da franquia, e podemos dizer que a missão foi alcançada.

Com uma história envolvente, missões divertidas e uma jogabilidade precisa, Far Cry 5 é um daqueles jogos que você precisa adquirir, pois sabe que o investimento valerá a pena.

O estúdio deixou há muito tempo de produzir grandes franquias e passou a produzir grandes histórias. No fim das contas, a sensação deixada por Far Cry 5 é a de que assistimos um longo filme e fizemos parte de cada momento dele.

Nota: 3.7/5