Ghostwire: Tokyo é o novo jogo do estúdio Tango Gameworks, responsável por The Evil Within, e liderado pelo lendário Shinji Mikami, considerado o “pai” da franquia Resident Evil. Com uma temática que envolve o sobrenatural e lendas do horror japonês, o título promete ser uma experiência única.
Anunciado em 2019, ele aparentava ser um título de horror macabro, mas a realidade não é essa. Entretanto, ele promete trazer uma história envolvente, mistérios e uma ambientação que fará os fãs de cultura japonesa entrarem em êxtase.
Será que a Tango entrega uma nova propriedade intelectual de sucesso e fez história? Confira essas respostas em nossa análise! Antes de tudo, agradecemos à assessoria da Bethesda por nos ceder uma cópia para PlayStation 5.
História
O grande ponto forte de Ghostwire: Tokyo é a sua narrativa e como ele explora o folclore japonês para entregar uma ambientação de cair o queixo. Você conhecerá Akito, um jovem rapaz que se envolve em um acidente e acaba com um misterioso espírito em seu corpo, de um homem chamado KK.
Um misterioso evento faz a cidade de Tóquio ficar deserta e tomada por entidades malignas, o que leva a dupla a unir forças para impedir um misterioso vilão e sua trupe. Além disso, personagens interessantes do passado ajudam a construir uma trama sólida, interessante e recheada de mistérios.
Ghostwire: Tokyo pode ser terminado entre 15 a 25 horas, a depender do seu estilo de jogo. Particularmente, recomendo que explore cada pedaço da cidade sem pressa e procure por todos os seus segredos. As missões secundárias trazem histórias ainda mais interessantes que ajudam a enriquecer a experiência, por isso, meu conselho é: jogue com calma e seja curioso que você será recompensado.
Jogabilidade
Se você esperava um jogo de horror, sinto lhe desapontar. Ghostwire: Tokyo é um jogo de ação/aventura com temática sobrenatural, muito longe de um Silent Hill ou The Evil Within. Apesar de contar com fantasmas e outras criaturas com aparência mais perturbadora, você dificilmente ficará tenso ou assustado, graças ao combate.
Ghostwire: Tokyo não é um jogo desafiador na dificuldade normal. O jogador conta com poderes disparados pelas mãos de Akito que funcionam como armas e poderão pulverizar qualquer coisa que apareça pelo caminho. Ao enfraquecer as criaturas, é possível utilizar um laço mágico para conduzir uma espécie e exorcismo e arrancar o núcleo do espírito.
Além disso, você conta com um poderoso arco e flecha, que se tornou rapidamente a minha arma favorita. Infelizmente, munição é um pouco escassa, então não dá para bancar o Legolas e sair derrubando todas as entidades com ele. Há também talismãs que funcionam granadas, sendo bem úteis para lidar com grupos de inimigos.
Ao avançar na história, Akito e KK ganharão novas magias e habilidades para lidar com as eventuais ameaças. O jogo conta com uma tradicional árvore de habilidades com diversas opções, mas se você se animou pensando em montar builds diferentes, esqueça. Não há complexidade para esse tipo de coisa aqui.
Entretanto, a simplicidade do combate acaba esbarrando em uma eventual repetição, que fica mais evidente um pouco antes da metade do jogo. Outro problema é que quanto mais poderoso você ficar, mais fácil o jogo se torna, o que torna o confronto contra alguns inimigos ridiculamente fáceis.
Entretanto, esses não são os pontos que mais me incomodaram. O jogo conta com sessões em que o protagonista perde os poderes e você precisa se virar, geralmente pela furtividade. A mecânica não é ruim, mas quando Ghostwire: Tokyo me força a jogar de uma maneira que eu não sou fã, isso quebra totalmente o ritmo e rende momentos entediantes.
Outro grande destaque de Ghostwire: Tokyo é a capital japonesa. A cidade é rica em detalhes, personagens, segredos e eventos, tornando a exploração agradável e viciante. Há também a possibilidade de se utilizar um gancho e explorar o topo de prédios, dando maior variedade. As missões secundárias também são ótimas e ajudam o jogador a visitar todas as áreas da região.
Os inimigos de Ghostwire: Tokyo são um deleite para os fãs de mitos japoneses e assombrações. Eu considero o terror japonês o melhor do mundo e apesar de o jogo não utilizar esse potencial para criar medo, ele ainda consegue criar algumas situações tensas e que vão te deixar impressionado.
Aspectos Técnicos
Ghostwire: Tokyo conta com seis modos gráficos que, na verdade, vão se resumir a apenas em dois: qualidade com 4K, 30 fps e Ray-Tracing e de desempenho com 4K e 60 fps. Por fluidez, eu recomendo que opte pelo segundo. Ele garante uma experiência que roda de forma lisa e sem problemas perceptíveis.
Graficamente, ele é um dos títulos mais irregulares que já observei no PlayStation 5. Enquanto ele consegue produzir belíssimas cenas, ele tem uma perda de qualidade evidente em algumas texturas. Isso fica claro quando você entra em um lugar com um espelho, que aparece totalmente borrado ou em alguns modelos de personagens.
O DualSense é bem utilizado e contribui para a imersão na experiência, simulando o lançamento de magias, arco e flecha, e outros momentos de forma incrível, além de usar os alto-falantes de forma interessante, coisa que pouquíssimos jogos fazem. O áudio 3D apesar de bem utilizado, não causa os sustos que poderia, mas produz efeitos que tornam a ambientação ainda mais incrível.
Considerações Finais
Ghostwire: Tokyo é um bom título da Tango Gameworks e tem potencial de evoluir em algo muito impressionante em uma sequência. Apesar de não ser o jogo de horror que muitos esperam e alguns defeitos, ele é uma aventura recheada de ação em uma ambientação incrível que fará a alegria dos fãs de mitos japoneses.
*Agradecemos à FD Comunicação por nos ceder uma cópia de PlayStation 5 para análise.