[ANÁLISE] Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name | A grande volta de Kiryu!

Yakuza é uma franquia que conquistou muitos fãs ao longo dos anos, graças à sua mistura de ação, drama, humor e cultura japonesa. Após o sucesso estrondoso de Yakuza 0, Yakuza Like a Dragon, e os remakes de Yakuza 1 e Yakuza 2 da época do PlayStation 2, intitulados de Kiwami e Kiwami 2, Kiryu não poderia estar em um momento melhor que esse, pois apesar de seu nome e história no início da franquia terem sido extremamente nichados, hoje em dia ele é conhecido pela maioria dos gamers, mesmo que seja como “o protagonista do GTA japonês”

Após a introdução da franquia no mainstream, a Sega tomou uma decisão muito difícil para os amantes da saga Yakuza, abandonar o seu emblemático protagonista e iniciar uma mudança do nome no ocidente, além de também deixar para trás o estilo Beat ‘em Up para se transformar em um JRPG. Felizmente, todas essas mudanças deram extremamente certo.

Mesmo após as mudanças, muitos fãs antigos da franquia ainda se perguntavam se veríamos Kiryu retornando um dia.

Felizmente, isso aconteceu da melhor maneira possível com Like a Dragon Gaiden: The Man Who Sold His Name, que inicialmente era planejado para ter sido uma DLC de Yakuza: Like a Dragon, mas acabou se tornando um jogo completamente independente e com uma história magnífica.

O Retorno do Dragão!

Como anunciado em todos os trailers e materiais de marketing, Gaiden é marcado como a volta de Kiryu, com sua história iniciando momentos após o término de Yakuza 6: The Song of Life e finalizando junto com Yakuza: Like a Dragon.

***Este trecho contém pequenos spoilers de Yakuza 6***

Like a Dragon Gaiden se inicia justamente onde Yakuza 6: The Song of Life termina, com Kiryu fazendo um acordo com a facção Daidoji, onde ele é dado como morto para salvar seus amigos e principalmente sua família, as crianças do orfanato Morning Glory.  Agora com uma identidade fantasma e atendendo pelo nome “Joryu”, nosso herói inicia sua vida de agente secreto para a organização, até que alguns integrantes da aliança Omi, que suspeitam que o dragão não morreu, vão atrás de Joryu em busca de ajuda para resolver alguns assuntos da Yakuza.

Diferente dos outros games, Gaiden tem uma história mais curta, porém extremamente focada e com alguns certos “desvios” na trama para aprofundar os novos personagens e também as novas missões secundárias. O RGG Studio conseguiu com maestria desenvolver a história paralela de Kiryu sem se perder da trama principal de Yakuza: Like a Dragon, deixando um gostinho de “quero mais” no final, pois o jogo encerra justamente onde a nova aventura do nosso dragão e Ichiban se inicia: no Havaí!

A Boa e velha porradaria em Like a Dragon Gaiden

Gaiden é marcado pela volta do famoso combate beat’n’up, que por alguns longos anos foi a marca registrada da franquia. Porém, dessa vez o combate está um pouco mais simples e também mais polido em comparação a Yakuza 6, mas um pouco diferente da série Judgment. 

Em Gaiden, Joryu possui somente dois estilos de luta, o primeiro é o Agente, focado em combate mais rápido e na utilização de equipamentos de espionagem, incluindo cordas que podem ser usadas para paralisar inimigos ou até mesmo desarmá-los, bem no estilo James Bond, com direito até a cigarros explosivos e um sapato com foguete na sola para derrubar os inimigos e se movimentar mais rápido.  Já no segundo estilo, o clássico Yakuza, Joryu volta às suas raízes com a movimentação clássica da série, onde os golpes são um pouco mais lentos porém extremamente poderosos e eficientes, ainda contando com um moveset bem nostálgico como o grande TIGER DROP!

Para conseguir melhorar ambas as árvores de habilidades, é necessário utilizar dinheiro e também ganhar “fama” realizando trabalhos secundários espalhados pelo mapa ou até mesmo as missões da Akame.

Exploração de Sotenbori em Like a Dragon Gaiden

Assim como em outros jogos da franquia, Gaiden é repleto de missões secundárias engraçadas e bizarras, porém, ao invés de você descobrir as missões andando pela cidade, a maioria das missões secundárias estão centralizadas na nova e divertida personagem Akame, onde Joryu consegue pegar missões específicas para aumentar a reputação da Rede Akame, onde todas missões que aceitamos diretamente com Akame contém pequenas histórias e até mesmo alguns encontros com outros personagens da saga.

Akame atua como uma “faz tudo” da cidade, bem parecida com o emblemático Florista de Sai. Ela cuida de todo submundo de Sotenbori, inclusive da rede de informações dos moradores de rua. Akame também é responsável por levar Joryu ao Castle, um navio que fica em mar aberto e serve como ponto de fuga dos ricaços do Japão, lembrando bastante Las Vegas. O Castle é o ponto de encontro dos maiores figurões do Japão, onde tudo é possível, desde que você tenha dinheiro para isso.

O Castelo do prazer em Like a Dragon Gaiden

Castle é um universo à parte dentro de Gaiden. Dentro dele, é possível personalizar as roupas do nosso protagonista, jogar Poker, Vinte e Um, Koi Koi, Oicho-Kabu, visitar o novo e repaginado Cabaret Club e é claro, participar do famoso Coliseu da franquia, sendo chamado desta vez de Arena do Inferno. Vale notar que o Coliseu agora tem um grande papel central na trama do jogo. 

No Coliseu, podemos embarcar em batalhas 1vs1 e até mesmo recrutar lutadores e montar um time para batalhas de arena com diversos oponentes, onde após cada batalha seus lutadores ganham experiencia e melhoria nas habilidades.  Também é possível participar de um “Evento Especial”, onde o jogo retrata algumas das batalhas mais emblemáticas da história da franquia com muito humor e bizarrice.

O próprio coliseu tem sua questline, onde o objetivo é chegar no rank mais alto das batalhas e enfrentar os 4 reis: Dan Brody, Kunimitsu, Justiça e o homem que nunca perdeu uma batalha, o Rei Kiyoshi. Apesar da dificuldade das batalhas de níveis mais altos do coliseu, esse é o melhor lugar para conseguir fazer dinheiro e também ganhar reputação.

Minigames, MUITOS minigames!

Mesmo com um escopo menor, o jogo se mantém fiel às suas raízes trazendo uma diversidade grande de atividades para se realizar pela cidade, fora as missões secundárias. Se você for um amante veterano da franquia, irá se sentir em casa, pois a maioria dos minigames são os famosos clássicos da franquia: Karaokê, Bilhar, Shogi, Oicho-Kabu, Koi-Koi, Mahjong, Cabaré Clube, Autorama, Jogos de arcade da Sega, Golfe, Pôquer, Blackjack e Dardos. 

Um grande destaque de Gaiden, está na repaginação do Cabaret Club. Diferentemente dos demais jogos, desta vez não assumimos o papel de gerente, mas sim como cliente de uma forma totalmente nova, já que as cenas agora são estreladas por atores de verdade!

Deixando o tradicional mini game de lado, o RGG Studio apostou forte no marketing do novo Cabaret, trazendo modelos e atrizes reais para dentro do jogo, em uma espécie de visual novel “real”, que dependendo das suas escolhas e interação com a garota, pode até mesmo rolar um pequeno romance entre o nosso Dragão e a Hostess escolhida.  

A aposta no novo Cabaret foi tão grande que acabou gerando uma competição para definir quais garotas iriam participar do jogo como Hostess, e no final as vencedoras foram: Ayu, Kaname Ai, Kson, Sayama Ai e Nakayama Kokoro.

Conclusão 

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é uma carta de amor aos fãs de Yakuza, principalmente de Kazuma Kiryu e toda sua trajetória durante 18 anos de franquia. Com uma história extremamente bem escrita, gameplay refinado e ótimos gráficos, esse certamente é um game obrigatório para qualquer fã da franquia, mesmo sendo um jogo secundário.

Para quem nunca jogou nenhum game da saga, não recomendamos iniciar sua trajetória através de Gaiden, pois é necessário um grande conhecimento da história e também de todos os grandes acontecimentos do passado.

Após finalizar a campanha, é disponibilizada uma demo de Like a Dragon: Infinite Wealth que será lançado ano que vem!

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name já está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC via Windows e Steam.

*O Cromossomo Nerd agradece à assessoria da Sega por disponibilizar uma cópia do jogo para PlayStation 5  para análise!