Mesmo não sendo uma das franquias mais populares do Xbox Game Studios, Psychonauts possui sua pequena legião de fãs, o que tornou possível a chegada da sequência do jogo do primeiro Xbox, lá de 2005. O novo game continua exatamente após o seu antecessor, com direito a piadas sobre o intervalo entre os jogos, e amplia ainda mais o universo criado no início dos anos 2000.
Um universo muito interessante. Pena que explorá-lo é meio…
Um dos principais destaques do game é seu interessantíssimo universo. O mundo dos psychonautas, grupo de espiões que usam habilidades psíquicas para investigar a mente das pessoas, é muito chamativo e bem feito. Desde o início do game, você se interessa por tudo que lhe é apresentado, provavelmente com o objetivo de introduzir a série para novos jogadores, já que provavelmente muitos nem sequer conheciam o game original. O problema é que alguma das mecânicas do jogo o deixam bem complicado de se explorar.
O principal problema para mim se deu no combate e na movimentação de Razputin Aquato, protagonista dos dois jogos. Alguns dos comandos que podem ser feitos durante o combate o tornam bastante monótono ou simplesmente desinteressante. Já no quesito exploração, o personagem se movimenta de uma forma relativamente lenta, o que acabou me fazendo perder o interesse em buscar por segredos e outras coisas no jogo. Por sorte, Psychonauts 2 te compensa com outras coisas.
Excelente história de espionagem junto com discussões importantes
Completamente inspirado nos filmes de espião, o game traz uma história que te cativa desde o início, com o pequeno Raz servindo de narrador para os acontecimentos do game anterior. Após isso, o jovem psychonauta se depara com uma nova conspiração e precisa partir para investigar a possibilidade do retorno da temível Malígula, primeira grande vilã que os psychonautas originais enfrentaram. No meio disso, somos apresentados a novos personagens e aos seus mundos mentais, uma das melhores coisas do jogo.
Os mundos mentais nada mais são que a manifestação das mentes das pessoas dentro de suas cabeças. O jogo introduz diversos desses mundos, cada um com diferentes peculiaridades e temas. Nisso, os desenvolvedores aproveitaram para inserir questões importantes sobre saúde mental, mesmo que de forma sutil. Vários destes mundos possuem detalhes importantes que merecem ser discutidos no quesito de saúde mental, coisa que, no atual cenário que estamos, é extremamente necessário discutirmos sobre essas questões, mesmo que Psychonauts 2 não se aprofunde o suficiente para isso.
Jogo fácil até demais
Um quesito que foi posto em pauta novamente há alguns dias nas redes sociais, a dificuldade extrema de alguns jogos populares, é visto em seu exato oposto no novo jogo da série. Os puzzles e até mesmo o combate de Psychonauts se torna incrivelmente fácil no decorrer do tempo. Após você dominar todas as mecânicas e habilidades de combate, dificilmente você terá sufoco em qualquer combate. Já os puzzles, o próprio jogo te carrega pelo braço até mesmo em momentos completamente desnecessários, onde o que fazer está óbvio para o jogador. Quando não estiver na cara, basta aguardar alguns segundos que o próprio jogo te dará uma dica do que você precisa fazer. Isso, para um jogo que já não possui muitos desafios, acaba se tornando bem esquisito. Atrapalha? Não. Mas é um tanto… curioso.
Ainda assim, Psychonauts 2 apresenta um universo divertido e muito competente. A gama de personagens e as bizarrices são dignas de animações dirigidas por Tim Burton, e sua trama envolvente faz com que você desconsidere os pequenos problemas em prol de uma jornada satisfatória e uma aventura extremamente cativante. A cereja do bolo é participação quase invisível de Jack Black, com uma canção muito bacana e um personagem extremamente carismático.