Depois de anos de adiamentos, a Ubisoft finalmente lançou Skull and Bones em fevereiro de 2024, mas parece que toda essa espera acabou afetando o jogo negativamente.
Será que vale a pena investir nessa experiência que explora os sete mares? Confira nossa análise e descubra.
História e Imersão
A narrativa de Skull and Bones é notavelmente fraca. Parece ter sido concebida apressadamente apenas para orientar o desenvolvimento do jogo, e com o tempo, acabou se tornando o enredo principal sem maiores elaborações.
Infelizmente, o jogo falha em engajar o jogador com razões convincentes para continuar a exploração do mapa. No entanto, a ambientação da época e a sensação de ser um verdadeiro pirata são pontos positivos.
Em 2013, a Ubisoft trouxe o aclamadíssimo Assassin’s Creed Black Flag, que dentre seus destaques, trouxe um sistema de navegação e pirataria, que até hoje, é usado como referência pela franquia e para outros jogos. Foi desse sucesso que surgiu a ideia de criar um derivado focado totalmente nesse universo dos Piratas, mas o resultado acabou sendo catastrófico.
A jogabilidade de Skull and Bones
Combate Naval e Personalização de Navios
O foco principal de Skull and Bones é o combate naval. Você controla seu navio diretamente, enfrentando outros barcos em batalhas táticas. A mecânica de combate é simples e acaba se tornando um shooter aquático.
Infelizmente, o jogo traz uma sensação de algo inacabado em tudo o que se propõe. A exploração com seu personagem humano fica limitada à algumas cidades principais, onde só é possível correr pelas cidades e falar com os comerciantes locais, sendo apenas o ponto em que você compra equipamentos para seu navio, itens cosméticos para seu personagem e pega as missões.
Skull and Bones é mais um jogo que se perde em seu propósito ao não definir se quer ser um jogo single player ou um multiplayer serviço.
Ao controlar o navio, as coisas ficam ainda mais estranhas. Em suma, seu objetivo é controlar o navio pelo mapa, explorando as ilhas, afundando frotas inimigas, matando feras como tubarões e crocodilos e coletando recursos para conseguir um navio cada vez mais poderoso.
Em teoria, essas ações parecem interessantes e elas realmente poderiam ser se tivessem sido feitas do jeito certo. A coleta de recursos acontece de dentro do navio, com uma serra ou uma picareta executando uma animação para ilustrar que árvores e minérios estão sendo coletados. As batalhas marítimas se resumem a mirar seu canhão no navio inimigo e sair disparando até que ele afunde ou fique fraco o bastante para ser pilhado, mas ao escolher pilhar o navio inimigo, não espere controlar sua tripulação em calorosos combates de espadas e carabinas, com tudo se resumindo à uma animação curta seguida pelo navio afundando.
A Ubisoft tinha muitas possibilidades aqui, incluindo uma narrativa em que você começa sua jornada como um tripulante subalterno e vai subindo de cargo até se tornar o rei dos piratas, mas todas as esperanças foram por água abaixo.
Modos Online e Offline
O jogo oferece tanto modos online quanto offline. Você pode explorar o mundo sozinho ou com amigos, formando uma frota de navios. A experiência cooperativa é divertida, mas também há espaço para competição. No entanto, a falta de atividades de fim de jogo é um ponto negativo, tornando a experiência monótona após um tempo.
A confusão aqui acontece porque o combate é limitado demais para fazer com que a jogabilidade multiplayer seja empolgante o bastante. No fim das contas, você e seus amigos devem só sair a esmo atirando em seus inimigos, cada qual com seu navio.
Gráficos e Trilha Sonora
Os gráficos de Skull and Bones ficam aquém do esperado para um jogo da geração atual. Ainda que os detalhes dos navios, a água e os cenários são visualmente atraentes, o design dos personagens deixa a desejar.
A trilha sonora, embora não seja memorável, complementa bem a atmosfera de aventura e perigo nos mares.
Otimização no PS5
A otimização no PS5 é crucial para uma experiência de jogo fluida. Felizmente, Skull and Bones se sai bem nesse aspecto. Os modos gráficos oferecem opções para priorizar resolução ou taxa de quadros, permitindo que os jogadores escolham a configuração que melhor se adapta às suas preferências.
Devo investir em Skull and Bones?
Skull and Bonesé um jogo que sofreu demais com seus adiamentos, resultando em um projeto datado e que deixa claro que passou por muitas mudanças de curso antes de ser lançado. Ao colocar Assassin’s Creed Black Flag como base, a Ubisoft eleva demais a régua, e infelizmente, a aventura marítima não consegue atingir o esperado.
Temos aqui um jogo que tinha muito potencial para ser incrível, mas que acaba naufragando em suas propostas.