[ANÁLISE] Tetragon | Jogo brasileiro aproveita a simplicidade para superar problemas

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Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Cafundó Estúdio Criativo, Tetragon tem recebido diversos elogios pelo mundo, incluindo indicações a prêmios de jogos indie. O game, mesmo com alguns probleminhas, é mais uma prova de que os desenvolvedores do nosso país podem, sim, criar grandes experiências se receberem a valorização necessária.

No jogo, você controla Lucius, um homem que busca seu filho por uma floresta misteriosa que se torna um enigmático labirinto. No decorrer de sua jornada, ele é ajudado por uma espécie de espírito habitante daquele lugar, mas parece que nem tudo é o que aparenta. Dito isso, somos envolvidos por todo o mistério envolvendo as origens do labirinto no qual nos encontramos, com pistas espalhadas por todas as mais de 40 fases.

Simples, preciso, enigmático e divertido

Por ser um game com uma premissa simples, Tetragon te compensa com uma gameplay que, mesmo sendo basicamente a “mesma coisa” em cada fase — o jogador precisa decifrar o puzzle de cada sala para seguir — em nenhum momento ela se torna entediante ou cansativa, pois é como se o próprio jogo te desafiasse a melhorar suas habilidades de percepção para superar cada novo quebra-cabeça que surge. Além disso, para incrementar ainda mais a curiosidade do jogador, algumas das fases possuem colecionáveis e pequenos extras que dão pistas sobre o paradeiro do filho de Lucius, e isso incita ainda mais o instinto de continuar seguindo.

Outro ponto extremamente positivo é o fato de estarmos completamente às cegas durante toda a jornada. Apenas sabemos que Lucius está buscando seu filho e, no decorrer do caminho temos essas pistas espalhadas pelas fases, que, convenientemente, o seu ajudante diz não serem importantes. A construção do mistério é muito interessante, causando ainda mais interesse no jogador em ver até onde aquilo vai dar. Quando eu digo que o game tem mais de 40 fases pode parecer exagero, mas não. Em nenhum momento parece que o jogo passa do seu ponto, embora talvez acabe se perdendo um pouco nas suas mecânicas após um tempo.

Contudo…

Infelizmente, e aí vale destacar que a versão que joguei foi a do PlayStation 4, alguns bugs acabaram me tirando da experiência desafiadora. São coisinhas pequenas, mas que atrapalham tanto sua concentração e foco na estratégia para passar de fase que desanima, especialmente quando eles acontecem em momentos cruciais da jogatina. Por exemplo, quando você está próximo de finalmente resolver um dos puzzles e o game simplesmente não responde mais.

De todo modo, mesmo não sendo extremamente grandioso, Tetragon consegue cativar com suas mecânicas simples, mas eficazes, além de ter uma trilha sonora que causa uma sensação de tranquilidade, que até nos ajuda na hora da concentração para resolver seus enigmas e seguir adiante. O game é mais uma prova de que, mesmo não recebendo o valor que merecem, os estúdios brasileiros podem, sim, oferecer experiências interessantes. Quem sabe no futuro possamos ver finalmente nossos conterrâneos no espaço onde, de fato, possam nos trazer uma experiência massiva e espetacular. Até lá, é bom encontrar um divertimento como este.