[ANÁLISE] The Holy Gosh Darn | Uma aventura cômica que te leva do céu ao inferno

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Desenvolvido pela Perfectly Paranormal e publicado pela Yogscast Games, The Holy Gosh Darn é uma aventura cômica que mistura viagens no tempo e quebra-cabeças criativos.

O jogo é o terceiro de uma trilogia que não possui conexões diretas, seguindo os sucessos Manual Samuel e Helheim Hassle, o que significa que você não precisa ter jogado os anteriores para embarcar na nova aventura.

Com seu humor único, mecânicas engenhosas e personagens carismáticos, The Holy Gosh Darn chega como uma experiência divertida e cativante.

O que esperar da história The Holy Gosh Darn

Cassiel fugindo dos fantasmas

No jogo, você assume o papel de Cassiel, uma anja de Celeridade (que significa rapidez) que é bem good vybes e descontraída. Em um dia comum, enquanto Cassiel e seu amigo Puriel jogam “Adivinhe o Cachorro”, um evento catastrófico acontece: uma horda de fantasmas invade os portões do céu, ameaçando destruir tudo.

Com a ajuda de Azrael, o hilário Anjo da Morte (personagem conhecido de Manual Samuel), Cassiel recebe um relógio mágico que permite manipular o tempo. A missão é simples: Reverter o caos e salvar o paraíso em apenas seis horas.

A premissa do jogo a principio parece ser simples, mas rapidamente acaba ficando bem complexa, onde a cada nova revelação, o jogador é levado a explorar cenários cada vez mais inusitados, como o Inferno, Helheim e a Terra.

O humor é o principal motor da trama, com piadas que vão do humor mais bobo até ao mais ácido, especialmente em relação a temas religiosos. Um dos grandes pontos fortes do jogo é a subversão de algumas expectativas, como por exemplo anjos xingando e demônios sendo estranhamente contidos. Porém, não se engane pela leveza da comédia – o jogo também oferece momentos de profundidade emocional, como a relação de Cassiel com seus amigos e a pressão que ela sente por salvar o céu.

Humor de The Holy Gosh Darn

Cassiel no inferno em The Holy Gosh Darn

Um dos grandes pontos positivos de The Holy Gosh Darn é o humor. O jogo não se leva a sério, e isso é evidente desde a primeira cena. As interações entre Cassiel e a Morte são hilárias, com a Morte sempre aparecendo em sua clássica combinação de moletom preto e boné vermelho. Para quem aprecia uma comédia mais voltada ao estilo de South Park, o jogo será um prato cheio.

Além disso, os personagens que Cassiel encontra em sua jornada são um espetáculo à parte. Desde os anjos preguiçosos que estão entediados com a eternidade até os demônios com dilemas surpreendentemente mundanos, cada personagem traz algo único e engraçado para o enredo. A dublagem merece destaque especial, com atuações que dão vida e personalidade a todos eles.

Jogabilidade

O principal atrativo de The Holy Gosh Darn está em sua mecânica de manipulação temporal. O jogador tem um ciclo de tempo limitado (cerca de 20 minutos no tempo real) para completar os objetivos antes que o céu seja destruído. Através do relógio, você pode voltar e avançar no tempo em intervalos de 15 minutos, além de definir pontos de retorno específicos para recomeçar de momentos cruciais.

Os quebra-cabeças se baseiam nessa mecânica de viagem no tempo, criando desafios em que cada ação tem uma consequência. Por exemplo, para obter um item ou informação de um personagem, pode ser necessário esperar até os últimos minutos antes da destruição do céu, apenas para voltar no tempo e usar esse conhecimento antecipado. O jogo constantemente recompensa a capacidade de lembrar detalhes e gerenciar o tempo de maneira eficiente.

Além dos quebra-cabeças, o jogo também exige que o jogador se comunique com diversos personagens. Aqui, entra um aspecto interessante: a forma como você fala com os personagens pode influenciar o progresso. Ser rude ou cortar alguém durante um diálogo pode encurtar o tempo da conversa, mas também pode ofender o personagem e impedir que ele te ajude, forçando um retorno no tempo para corrigir o erro. O jogo equilibra muito bem essas interações, tornando o processo de diálogo divertido e dinâmico, sem se tornar repetitivo.

Porém, mesmo com as mecânicas de pular diálogos repetidos, o loop temporal pode causar uma leve sensação de repetição, especialmente se o jogador não prestar atenção nos detalhes ou esquecer de um item crucial.

Estética e Trilha Sonora

Visualmente, The Holy Gosh Darn adota um estilo 2D de desenho animado que aposta muito nas cores vibrantes. Cada ambiente, seja o reluzente céu, as paisagens caóticas do Inferno ou as ruas comuns da Terra, é cheio de detalhes e charme. A arte do jogo, com suas cores vivas e personagens bem animados, contribui para a sensação de que estamos assistindo a um desenho animado interativo.

A trilha sonora acompanha bem a jogabilidade, com músicas leves e descontraídas nos momentos em que o jogador está explorando e tons mais intensos conforme o relógio avança para o fim dos seis minutos.

Conclusão

The Holy Gosh Darn é uma mistura de comédia afiada, quebra-cabeças inteligentes e uma mecânica de viagem no tempo que realmente funciona. É o tipo de jogo que te faz rir alto em um momento e te desafia a pensar em outro.

Embora possa ter seus momentos de repetição, o jogo compensa com personagens memoráveis, visuais encantadores e uma história que, apesar de absurda, tem muito coração.

Se você procura por uma aventura que foge do comum e gosta de um bom humor, este é definitivamente um jogo que merece sua atenção.

The Holy Gosh Darn está disponível no PC via Steam, Switch, Xbox e PlayStation.

*O Cromossomo Nerd agradece a 1UP PR por nos fornecer uma key do jogo no Xbox Series para esta review.