Na próxima quinta-feira (18), será lançado The Last of Us Part II, desenvolvido pela Naughty Dog e publicado pela Sony Interactive Entertainment.
Anunciado há cerca de 3 anos, o título prometia entregar gráficos incríveis e superar todas as expectativas impostas por seu antecessor, que venceu diversos prêmios e foi aclamado pela crítica.
Tivemos a chance de vivenciar a experiência proporcionada pelo título em primeira mão, antes de seu lançamento e iremos responder as perguntas: Será que a continuação conseguiu alcançar todas as expectativas ou até mesmo ultrapassá-las?
História
“Eu vou encontrar… e vou matar… até o ultimo deles!” – Ellie
5 anos depois de Joel ter se deixado levar pelo descontrole paterno, enfrentado uma tropa inteira para evitar a morte de Ellie, ambos vivem pacificamente em Jackson, uma pequena cidade liderada por Tommy (Irmão de Joel) e Maria (Esposa de Tommy).
Jackson agora não é mais uma pequena cidade composta por “um pouco mais de 20 famílias”, como dito por Tommy no primeiro jogo. A cidade agora é enorme contando com todo tipo de pessoa, crianças, velhos e adultos. Além disso, a ideia de religar a energia elétrica deu certo e os cidadãos parece que recuperaram um pouco da felicidade que havia antes da epidemia devastar o mundo.
Ellie agora tem seus 19 anos e a menina falastrona, brincalhona e curiosa que conhecíamos desaparece, se tornando uma pessoa mais quieta e reservada, bem como uma grande caçadora e lutadora, mas que ao mesmo tempo convive com um grupo seleto de amigos. De vez em em quando ela ainda solta suas piadinhas. A garota, assim como Joel, acabou sendo moldada pelos horrores do mundo, ficando perceptível isso desde a experiência traumatizante que teve com David no ultimo jogo.
Joel tem por volta de seus cinquenta anos, aparentando estar bem mais velho, mas não deixando de ser um cara durão e intimidador. Vez ou outra essa casca de durão é quebrada para que ele banque uma figura paterna para Ellie. A adolescente aparenta estar num processo de amadurecimento e tenta ter mais independência e liberdade perante Joel, chegando ao ponto de não se falarem tanto, em relação ao jogo anterior.
As pessoas mais habilidosas em caça, trabalham em posto de observação, mantendo os infectados afastados e observando se a algo de anormal acontece aos arredores da cidade. Contudo, em um dia que Ellie sai para o posto de vigia com Dina, par romântico da personagem, algo impactante acontece e a garota é tomada por um sentimento de ódio e fúria.
Assim, Ellie parte em uma busca incessante por vingança atrás daqueles que entraram em seu caminho.
Ambientação e gráficos
Desde da geração passada, The Last of Us se destacou em relação aos outros jogos principalmente em qualidade gráfica, apesar de ter as suas falhas. Em The last of Us 2, a situação não poderia ser diferente.
O jogo se supera e mostra que, apesar da geração atual estar em seu fim, ela ainda consegue surpreender a todos nós.
A riqueza de detalhes no rosto de cada um dos personagens, começando pelas feições em geral, até um simples gota de suor escorrendo pela pele, estão incríveis e fora de série. Apesar de termos visto um ou outro erro, nada que um patch de atualização não resolva no futuro, porque ficar batendo nessa tecla é caçar defeito onde não tem.
O ambiente do jogo não fica de fora. A iluminação que o sol trás ao ambiente, as diferenças de tom de pele da personagem quando está chovendo, os pequenos animais e plantas, os enormes e destruídos prédios que estão no ecossistema, fazem com haja uma grande imersão nesse mundo pós-apocalíptico.
Jogabilidade
Apesar da remasterização de The Last of Us para os PS4, o jogo não teve a oportunidade de se adaptar às novas tecnologias que o console apresenta, como o touchpad e a maneira sensorial do controle. Em sua sequência, essa inovação é implementada sendo um dos grandes pontos que colaboram para imersão no jogo.
A mecânica de combate e movimentação do seu antecessor continua a mesma, com uma exceção, a adição do botão “esquivar”, que é utilizado para escapar de ataques em lutas corpo a corpo, seja contra um infectado ou um humano, sendo algo realmente muito útil durante a gameplay, que leva uma dinâmica muito mais interessante para as lutas.
Voltando às inovações implantadas, o jogo te dá simplesmente a liberdade de tocar violão. Sim, você pode tocar suas musicas favoritas no jogo, basta entender de violão e se adaptar à dinâmica de como trocar de nota musical utilizando o analógico e o touchpad para tocar as cordas.
Durante a gameplay, diversas vezes entramos em prédios, muito escuros e silenciosos, o que nos remete bastante à atmosfera de jogos como Resident Evil. Como o jogador normalmente ficar tenso e apreensivo nesses momentos, tende a não movimentar muito o controle em suas mãos e é aí que a parte sensorial entra em ação.
O jogo desliga automaticamente a luz da lanterna que a personagem segura, como se a lanterna estivesse falhando e para religar e necessário dar algumas batidas de leve no controle em uma superfície, como se realmente fosse uma lanterna defeituosa, algo que serviu ainda mais para imersão no jogo.
Além disso, o jogo apresenta uma necessidade maior de se explorar os ambientes, em relação ao seu antecessor. A procurar de parafusos para forjar melhorias em suas armas ou de pílulas utilizadas para melhorar as habilidades dos personagens na árvore de habilidades, fazem toda a diferença na dificuldade de seu progresso ao longo do jogo.
Além disso, revistas encontradas ao longo do caminho, ampliam ainda mais a árvore de habilidades, que precisam ser liberadas de acordo com a quantidade de pílulas que encontra.
Acabou-se a necessidade de ficar forjando uma faca para matar um inimigo em modo furtivo. Apenas as armas brancas são destruídas, dependendo de quantas vezes for utilizada. Também, foi mantido a necessidade de buscar por peças, para forjar equipamento médico, silenciador, bombas de todos os tipos e outros equipamentos que serão muito úteis para derrotar inimigos.
Inimigos
Desde que Joel matou a líder do Vagalumes, o grupo foi desfeito, porém surgiram diversas facções diferentes, que foram ganhando força e mais membros com o passar dos anos. Eles são os inimigos que o jogador mais irá enfrentar ao longo do jogo, cada um seguindo uma maneira de agir diferente.
Porém, os infectados não são deixados de lados, muito pelo contrário. Os monstros são usados para criar uma tensão e sempre te deixar cauteloso durante todo jogo, estão muito mais feios e horripilantes. Os infectados são diversos, mas os mesmos tipos do antecessor ainda são mantidos: corredor, perseguidor e estalador.
Além disso, foi acrescentado mais um, denominado como Trôpegos, semelhantes aos Vermes do jogo anterior. São grandes, fortes e têm a peculiaridade de expelir um gás venenoso, que faz com que se perca muita vida ao tentar o confronto corpo a corpo.
Os combates estão melhores, ampliaram o número de finalizações que se pode fazer com o inimigo, sofrendo uma variação dependendo de que ambiente, da arma utilizada ou até mesmo de algum objeto em cena, tal como uma mesa. Isso proporciona momentos com bastante sangue e cenas muito pesadas.
Por último, algo que chama muito a atenção no jogo é a Inteligencia Artificial, tanto para os inimigos quanto para os aliados. Os infectados são muito mais inteligentes e muitas vezes tentam te emboscar em grupo.
Bolar estratégias com todos os equipamentos que você carrega é o ideal. Não basta apenas atirar feito louco, algo que nem compensaria muito, pois a munição é bem escassa em relação a outros jogos de pós-apocalipse.
Trilha Sonora
A trilha sonora é toda baseada em violão e faz parte das principais cutscenes do jogo, principalmente por conta de toda a proximidade dos personagens com o instrumento. Isso aumenta ainda mais a carga emocional, principalmente em momentos dramáticos, deixando tudo ainda mais marcante e arrematando as belas cenas do jogo.
Os combates e partes mais tensas possuem apenas os sons do ambiente, se tornando algo conveniente pelo fato de precisar ouvir bem, para descobrir o posicionamento do inimigo, principalmente se tratando de infectados, causando um silêncio ensurdecedor que deixa o jogador ainda mais tenso.
Considerações finais
The Last of Us Part II é a chave de ouro para o final dessa geração de consoles, sendo um dos fortes concorrentes ao The Game Award de 2020.
Um Trabalho inédito, envolvendo perspectivas, construção e desconstrução de uma história consagrada, levando o jogador a refletir sobre os valores humanos, tratando de temas polêmicos recorrentes como a representatividade do grupo LGBTQIA+, Identidade de gênero e Fanatismo Religioso.
Tais temas são abordados de uma maneira tão sutil, que tornam a história ainda mais rica e surpreendente, que junto aos gráficos estupendos e uma jogabilidade suntuosa, superaram a expectativa muito além do esperado, de maneira surpreendente.