[ANÁLISE] UNKNOWN 9: AWAKENING | Isso podia ser uma série, e não um jogo

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Estrelado por Anya Chalotra, UNKNOWN 9: AWAKENING, da Bandai Namco e do estúdio Reflector, foi um anúncio surpresa que veio este ano. Apresentando um novo mundo e uma história misturando elementos fantásticos com ação e aventura, o game não chegou a ser um enorme burburinho no mundo dos jogos, mas cá estamos.

Com um lançamento morno e uma campanha de marketing que, em muitos momentos, escondia a gameplay, fica dificil dizer que a ideia do game era, de fato, ser um game.

A história de UNKNOWN 9: AWAKENING

 

Unknown 9: Awakening

De longe a melhor coisa do game, a trama acompanha a jovem Haroona (Chalotra), membro de uma ordem chamada de Quaestors, guerreiros que possuem a habilidade de acessar o Umbral, o mundo espiritual do game.

Após sua mentora ser friamente assassinada, Haroona parte em uma jornada de vingança, mas se vê presa em uma conspiração muito maior do que ela imaginava e que, na verdade, pode revelar segredos há muito escondidos.

Ainda na sua jornada, a jovem encontra vários aliados que auxiliam em seu objetivo, e junto com a própria protagonista, os personagens são o ponto alto do jogo. Todos possuem carisma o suficiente para serem boas adições para a trama, e o mundo de UNKNOWN 9: AWAKENING é bastante rico e interessante, o que o torna chamativo a todo o momento.

Os mistérios envolvendo o Umbral também é um atrativo interessante. Eles se misturam bem com os acontecimentos no mundo e da aventura de Haroona e seus aliados. Pena que a trilha sonora não faça jus aos acontecimentos, ambientes e eventos do game, pois todas elas soam bem esquecíveis e genéricas, sobretudo as de combate… Falando nele…

A (tenebrosa) gameplay de UNKNOWN 9: AWAKENING

unknown 9: awakening

E aqui é onde as coisas começam a ir ladeira abaixo. A gameplay de UNKNOWN 9: AWAKENING simplesmente não sabe o que quer ser. O jogo conta com elementos de stealth, mas a IA dos inimigos é tenebrosa de burra. Assim, o jogador pode se ver preso durante um tempão esperando que os inimigos se movam para um ponto onde possam ser derrubados silenciosamente.

Além disso, existe uma mecânica de incorporação, onde Haroona pode possuir temporariamente o corpo dos inimigos para destruir obstaculos ou atacar outros inimigos. A princípio, isso pode parecer algo muito útil, mas após a terceira ou quarta incorporação que não resulta em nada, o jogador pode começar a se frustrar.

E falando em frustração, nada mais frustrande neste jogo do que o seu combate. Haroona possui apenas um botão para ataques. Se segurado, a protagonista realiza um golpe mais forte para quebrar a defesa dos vilões. E basicamente é isso.

Não há ataques fracos ou fortes, não há variação de golpes nem nada do tipo. Junte isso com um botão de esquiva e um escudo, e temos o combate mais genérico que vi recentemente. O que faz com que novamente eu retorne ao ponto de o jogo parecer não saber o que quer ser.

Pelo menos não é um mundo aberto genérico

Ainda no quesito de gameplay, acho válido citar que, pelo menos, os desenvolvedores não pensaram em inserir um mundo aberto genérico no game. Ele segue uma estrutura bem linear, onde existem alguns segredos e puzzles aqui e ali. Eles não são nada demais, mas ao menos não tornam o jogo gigantesco sem necessidade.

Unknown 9: Awakening

O jogo até possui ambientes bem bonitos, mas o gráfico não ajuda. Todos os personagens humanos de UNKNOWN 9: AWAKENING parecem ter sido feitos para uma geração anterior, o que prejudica ainda mais a já complicada gameplay.

Conclusão

No fim das contas, me parece muito que, na verdade, UNKNOWN 9: AWAKENING funcionaria bem melhor como uma série de TV ou um longa metragem. A falta de interesse em melhorar a gameplay e suas mecânicas, faz parecer que o objetivo nunca foi tornar o game, de fato, um game.

*O Cromossomo Nerd agradece a Bandai Namco e a TheoGames por fornecer uma chave de acesso no PS4 para esta análise.