Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster | Clássico do 3DS retorna com força no Switch 2 — ANÁLISE

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Lançado originalmente em 2012 para o Nintendo 3DS no japão, Bravely Default rapidamente conquistou fãs do gênero com seu sistema de batalha estratégico, uma ótima narrativa e estilo visual único para época do 3DS. Agora, mais de uma década depois, o título retorna como Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster no Nintendo Switch 2,  e a nova versão não é apenas um simples port, mas uma reimaginação cuidadosa que preserva o espírito do original enquanto atualiza suas engrenagens para os tempos modernos.

Visual renovado e novas possibilidades

A principal mudança está, naturalmente, na apresentação visual. O efeito estereoscópico 3D do 3DS foi deixado de lado, mas em seu lugar temos gráficos em alta definição que aproximam o estilo do jogo ao visto em Bravely Default II (2021). Os cenários pintados à mão continuam belíssimos, agora mais vivos e detalhados na nova resolução.

A interface foi redesenhada para se adaptar melhor à tela widescreen e aos controles modernos, o que facilita a navegação nos menus e torna a experiência mais fluida. A trilha sonora de Revo, da banda Sound Horizon, permanece intocada em sua excelência sendo uma das melhores composições da era do 3DS, agora em qualidade sonora ainda maior.

Combate clássico com ajustes inteligentes

O coração de Bravely Default continua sendo seu aclamado sistema de batalha em turnos, baseado em risco e recompensa. Com Default, o personagem defende e acumula ações futuras; com Brave, é possível gastar esses turnos extras de uma só vez, realizando várias ações em sequência. Isso permite arriscar tudo em ofensivas poderosas ou jogar de forma mais cautelosa. Essa dinâmica estratégica, já genial no 3DS,  continua intacta, mas agora com ajustes modernos que tornam o combate ainda mais acessível e dinâmico.

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster

No Switch 2, os jogadores podem acelerar a velocidade das batalhas com mais fluidez, aproveitando o maior poder de processamento para transições mais suaves e animações mais rápidas. O sistema de encontros aleatórios, antes regulado via um simples controle deslizante, agora tem limitações iniciais mais equilibradas: os encontros podem ser reduzidos em até 50%, com a opção de desligá-los completamente surgindo mais adiante na campanha, o que ajuda no ritmo da exploração sem eliminar o desafio.

Jobs flexíveis e inimigos desafiadores

O sistema de classes (Jobs) retorna como um dos pilares da experiência, permitindo montar estratégias com uma profundidade impressionante. Classes como Valkyrie, White Mage e Black Mage continuam com suas especializações distintas, mas o destaque vai para a possibilidade de combinar habilidades passivas entre Jobs diferentes, criando táticas únicas para cada jogador.

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster

E atenção: os inimigos também usam o sistema Brave/Default, exigindo ainda mais atenção nos combates. A inteligência artificial foi refinada, e a nova versão traz balanceamentos que tornam certas lutas mais desafiadoras, mas também mais recompensadoras. É um JRPG que valoriza quem pensa antes de agir.

StreetPass reinventado, minigames inéditos e suporte online

Uma das características mais criativas do 3DS era o uso do StreetPass e SpotPass para reconstruir uma vila e convocar aliados. No Switch 2, essa funcionalidade foi adaptada para o modo online — onde agora é possível povoar a vila com dados de outros jogadores conectados e utilizar as habilidades deles em combate por meio do sistema Abilink — uma adaptação elegante que respeita o espírito do original.

Dois minigames inéditos foram adicionados ao pacote remasterizado: Lux and Cheeria Rhythm Catch, um jogo musical que utiliza comandos em tempo real, e Ringabel’s Panic Cruise, uma aventura leve com o icônico personagem Ringabel em um estilo que remete a Pilotwings. Ambos oferecem suporte a diferentes modos de controle, incluindo o mouse, expandindo a acessibilidade e variedade da experiência.

Narrativa fiel e comovente

A trama de Bravely Default: Flying Fairy se inicia em um mundo à beira do colapso, onde os cristais elementais que sustentam o equilíbrio natural foram corrompidos por uma força misteriosa. A história acompanha quatro heróis: Tiz Arrior, um jovem que perde sua vila em um desastre; Agnès Oblige, a Vestal do Vento encarregada de restaurar os cristais; Ringabel, um mulherengo com amnésia e um misterioso livro que parece prever o futuro; e Edea Lee, uma guerreira em conflito com os valores de seu império.

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster

Ao longo da jornada, os protagonistas se unem em uma missão para purificar os cristais e restaurar a ordem mundial. No entanto, o que começa como uma narrativa tradicional se transforma gradualmente em algo muito mais complexo.

Conclusão

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster não é apenas uma homenagem a um clássico moderno, é uma carta de amor a era de ouro dos JRPGs, agora modernizada para um novo público. Tudo que tornou o jogo original marcante está aqui, mas com mais brilho, mais conforto e mais recursos. Para quem já jogou no 3DS, é uma oportunidade de redescobrir esse mundo encantador com novos olhos. Para quem nunca experimentou, é um convite perfeito para conhecer um dos títulos mais criativos e refinados do catálogo da Square Enix.

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster já está disponível para Nintendo Switch 2

*O Cromossomo Nerd agradece a Square Enix por ter nos cedido uma cópia do jogo no Nintendo Switch 2 para esta análise.