“Escritora de quadrinhos da Marvel, Rick e Morty, Hack/Slash, Power Rangers e mais”
É o que diz o perfil de Tini Howard na plataforma gumroad, onde ela vende alguns dos seus trabalhos como escritora, que incluem também quadrinhos de WWE e autorais.
Ela não costuma se gabar, mas foi a primeira mulher a ser creditada como escritora de um gibi do Capitão América, apenas dois anos após comentar que não tinha certeza se “algum dia escreveria [quadrinhos populares estrelados por homens]”, em um artigo para a Paste Magazine.
Com tantos feitos em uma carreira (ainda) tão pequena, não é de se admirar que essa
estrela em ascensão tenha assinado recentemente um contrato de exclusividade com a
Marvel. Seu novo gibi vai trazer como protagonista o caçador de recompensas cósmico
conhecido como Devastador (Death’s Head) e alguns personagens queridos pelos fãs,
como Wiccano e Hulkling.
E, se a empolgação pelo projeto contar pontos, Tini já começou bem, aproveitando para
retuitar algumas artes do #DrawDeathsHeadDay, um evento anual no qual as pessoas desenham… o Devastador! (Sim, esse tipo de coisa existe!)
A inclusão de elementos que lhe são familiares talvez seja o que impulsionou tanto a
carreira como escritora. Na anual do Capitão América, por exemplo, ambientada na
Segunda Guerra Mundial, ela usou como referência documentários e obras literárias desse período e de outras guerras. Para o seu novo trabalho no Devastador, como uma mulher assumidamente bissexual, Tini assume a tarefa de retratar um dos casais não-hétero mais famosos dos quadrinhos. O tema da diversidade, inclusive, obviamente já fez parte dos seus trabalhos anteriores. Em Rick e Morty, ela foi a responsável pela revelação da bissexualidade de Summer.
Ainda pela maior editora de quadrinhos americana, ela atualmente também é encarregada
da minissérie de Bêlit, pelo universo do Conan, recém-reintegrado na linha de publicação
marvete.
Variando entre o horror, a comédia e muito realismo (principalmente histórico) nos seus
trabalhos, Tini Howard é uma das maiores promessas para o futuro da indústria de
quadrinhos americana, tanto no mainstream, onde está dando passos largos, quanto nas
suas obras indie.
Bem-humorada, Tini não pode se queixar da qualidade do seu trabalho até aqui, mesmo
que ele tenha trazido alguns haters para o seu caminho: “Eu não sei bem o que eles
querem”, ela responde, numa das várias entrevistas que tem concedido, entre risos. Como ela mesma finalizou no seu artigo sobre mulheres escrevendo super-heróis do sexo
masculino:
“Estamos aqui. Estamos prontas. Não vamos colocar os seus machões em roupas de bailarina. E, se o fizermos, vocês podem até gostar.”
Vale prestar atenção em como ela nos surpreenderá pelos próximos anos. A primeira
edição de Death’s Head estreia dia 26 de abril, nos Estados Unidos.