Baseado em uma das mais fundamentais e longevas obras da carreira de Stephen King, “A Torre Negra” atinge os cinemas com a velocidade da bala de um pistoleiro. Talvez em diversos sentidos. Adaptada como uma versão mais pasteurizada das obras de King, “A Torre Negra” apresenta um mediano blockbuster ao abrir mão do que fez os livros serem grandiosos.
A trama gira em torno de Jake Chambers (Tom Taylor), um garoto que tem visões sobre pessoas e lugares desconhecidos em seus sonhos. Ele acredita que, de alguma forma, seus sonhos estão conectados com a recente onda de terremotos que tem atingido a sua cidade. Entre as figuras que ele vê, existe uma Torre Negra, um pistoleiro e um homem em preto.
E, como os três parecem conectados para o rapaz, que todos ao seu redor julgam ser louco, Jake decide investigar a fundo os acontecimentos que o rodeiam, indo parar em mundos mais perigosos e fantásticos do que ele poderia imaginar.
O pistoleiro é Roland Deschain (Idris Elba), o último dos Pistoleiros que defendem a Torre contra diversas ameaças, sendo a principal delas Walter Padick (Matthew McConaughey), um mago extremamente habilidoso que deseja destruir a Torre Negra, que protege todos os universos da “escuridão que existe lá fora”. Se a relação de rivalidade de ambos é bem explorada, não se pode dizer muito do resto, uma vez que o desenvolvimento do próprio Jake fica em segundo plano diante dos dois. O mundo (ou os mundos) também é pouco contextualizado, dada a falta de tempo do filme. Apesar disso, as exposições que existem são convincentes no que mostram.
Repleto de cenas de ação, “A Torre Negra” mostra a que veio sem pudor. Roland se posta digno do título que carrega em sequências magníficas de tiroteio, revelando o talento do exímio Idris Elba, bem como o de McConaughey, como o antagonista que o enfrenta. Se existe algo ótimo no filme, é o confronto entre ambos.
Como uma adaptação de “A Torre Negra”, o filme talvez deixe um tanto a desejar. Apesar disso, existe certo mérito na sua existência como versão mais palatável para o público e resta saber se tal versão será bem aceita, uma vez que os leitores de longa data podem não ficar tão felizes assim com o resultado.