Crítica – Animais Fantásticos e Onde Habitam (Sem Spoilers)

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Animais Fantásticos e Onde Habitam é uma produção da Warner, ambientada no universo de Harry Potter, e que utiliza o livro homônimo, escrito por J.K. Rowling, como material base. A premissa do longa pode parecer estranha, pois o livro “Animais Fantásticos e Onde Habitam” é uma enciclopédia que data as criaturas do universo mágico e não um romance que segue um enredo, então logo imaginamos que o filme acompanharia o protagonista Newt Scamander (Eddie Redmayne) em suas aventuras para catalogar as mais diversas e fantásticas criaturas que habitam o mundo mágico.

No entanto, o início do filme serve para contextualizar os acontecimentos que ameaçam o mundo bruxo e vemos que o enredo é um pouco mais complexo. Nas já conhecidas páginas de jornais em movimento são mostradas as manchetes com os ataques de Grindelwald, assim estabelecendo-o como o antagonista e ameaça ao mundo bruxo.

O enredo, escrito pela própria J.K. Rowling, funciona muito bem, alternando entre momentos leves, mostrando a busca de Newt e o “trouxa” Jacob Kowalski (Dan Fogler) pelos animais que escaparam de sua maleta e o mistério apresentado por Percival Graves (Colin Farrel) e Credence (Erza Miller). É difícil também imaginar como será a continuação da saga, pois o filme é um arco fechado, não é deixada nenhuma ponta solta a ser resolvida nas futuras continuações, com exceção da ameaça do bruxo Grindelwald.

FANTASTIC BEASTS AND WHERE TO FIND THEM
© 2016 WARNER BROS ENTERTAINMENT INC. ALL RIGHTS RESERVED

Falando nos animais, eles são incríveis (ou melhor dizendo, fantásticos!), cada um tem uma característica distinta, muito bem explorada e os que escapam são os que ganharam maior destaque. Um dos mais que apronta e acaba causando muitas cenas hilárias, é o Pelúcio, um pequeno animal com pelos escuros que é atraído por objetos brilhantes. Outro que com certeza consegue conquistar o público, é o Tronquilho que parece ser feito de pedaços de graveto e um deles é muito apegado ao protagonista. Outras criaturas aparecem também, mas há duas novas que não constam no livro, são elas o Thunderbird, um grande pássaro parente da fênix e que consegue criar tempestades enquanto voa, e o Obscuros, uma criatura sinistra e misteriosa.

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O grande destaque, no entanto, vai para a maleta infinita de Newt, que funciona como um grande zoológico, onde as várias divisões formam diferentes habitats, com diferentes climas. A apresentação dos animais foi o que deixou um pouco a desejar, aqueles que tiveram contato com o livro “Animais Fantásticos e Onde Habitam” talvez se sintam familiarizados, mas os leigos podem ficar confusos com tanta novidade.

O elenco é muito bem entrosado e Eddie Redmayne faz um ótimo trabalho como o bruxo excêntrico Newt, Katherine Waterston se sai muito bem como a auror do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, Alison Sudol é a irmã de Tina que possui o dom da legilimência (pode ler mentes) e Dan Fogler é o trouxa que possui ótimas cenas, funcionando como alivio cômico. Já Colin Farrel e Erza Miller fazem parte do núcleo mais misterioso e mais escuro e claro, fazem isso com perfeição …. Johnny Depp aparece rapidamente no filme e não é possível ver muito de sua atuação, por isso, teremos que esperar pelos próximos filmes.

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Na direção, David Yates fez um excelente trabalho, por já ter dirigido alguns filmes de Harry Potter (A Ordem da Fênix, O Enigma do Príncipe e As Relíquias da Morte Pt. I e II) ele entende a forma de Rowling escrever e foi capaz de passar para as telonas toda a linguagem da escritora.

Animais Fantásticos e Onde Habitam não pode ser comparado com os outros filmes da saga Harry Potter, é uma história completamente diferente com uma temática mais pesada, com problemas muito maiores enfrentados pela sociedade bruxa e não-mágica da época, como o período pós-guerra e a quase revelação dos bruxos e as tensões que isso pode causar.