Produzida por Bruce Timm, responsável pela icônica série animada dos anos 90, J.J. Abrams e Matt Reeves, este último diretor da última adaptação do herói nos cinemas, Batman: Cruzado Encapuzado pegou todos de surpresa. A princípio planejada para o Max, a animação é uma releitura do Homem Morcego nos anos 40, mas mantendo a essência do personagem e seu universo.
Após muitas questões internas, a animação parou no Prime Video. E agora, com 10 episódios no seu primeiro ano, fico feliz em dizer que a série soube adaptar o morcego para a proposta, reimaginar certos conceitos, e manter a alma do Batman em todo seu ser.
Cruzado Encapuzado é uma releitura digna do Batman
Além de ter releituras de diversos personagens, Batman: Cruzado Encapuzado é uma grande homenagem aos primeiros anos do herói. O clima noir, os visuais dos personagens, e até mesmo a trilha sonora, nos arremete aos anos 30/40, onde o Homem Morcego se originou.
Junto a isso, todo o clima de investigação episódica da animação nos arremete a própria série animada dos anos 90, embora essa nova versão ainda perca no quesito sensibilidade. Contudo, ainda que não tenhamos tantos momentos tocantes e impactantes, Cruzado Encapuzado não perde em nada no desenvolvimento dos seu principal personagem, o próprio Bruce Wayne.
O foco do desenvolvimento é no próprio Morcego
Assim como o ESPETACULAR The Batman, a trama de Cruzado Encapuzado, embora envolva diversos vilões da galeria do Morcego, foca principalmente no herói. Desde o início, vemos um Batman mais recluso e de poucas palavras, inclusive com um relacionamento bem diferente do que muitos esperam com Alfred Pennyworth, seu fiel parceiro.
Por mais que haja destaque para outros personagens durante os episódios, como Barbara Gordon, Harvey Dent e Renee Montoya, a todo momento a animação parece mostrar que seu foco principal é mostrar a psiquê de Bruce Wayne. Ao longo das suas interações com os demais personagens, é nítido como Bruce aparenta evoluir como pessoa e, obviamente, como combatente do crime, especialmente após conversas com Alfred.
Mesmo focando em Bruce Wayne, a animação ainda reserva espaço para outros personagens brilharem, especialmente seus vilões. Dentre todos apresentados nos episódios, os que mais se destacaram, para mim, foram o Cara de Barro e a Arlequina.
Aliás, há outro ponto envolvendo os vilões que, infelizmente, eu preciso comentar. Pois, como já era de imaginar, releituras de personagens, nos dias de hoje, causam a famigerada choradeira na internet.
A choradeira dos nerdola, mais uma vez, não tem sentido
A princípio focando na Arlequina, muitos comentários na internet se mostraram contra a animação por existir a tal “lacração”. Esse termo, além de imbecil, nunca fez sentido, e mais uma vez ele se mostra sem sentido com Cruzado Encapuzado.
Graças as releituras de alguns personagens, temos a mudança do Pinguim, sendo Oswalda Cooblepot. Esse mudança, como já era de imaginar, não muda em nada a serne da personagem. Ela continua uma vilã egocêntrica e que só se importa com o controle do crime organizado.
Já com Harley, muitas críticas surgiram com o fato da mesma não possuir a sua origem de costume, além de, na produção, ela possuir um breve relacionamento com a detetive Renee Montoya. Embora não possua a mesma origem, a Arlequina da animação se mostrou eficiente na sua proposta, focando mais no lado psicóloga da vilã. Assim, mais uma vez, o quesito “lacração” não faz sentido nenhum.
Conclusão
Batman: Cruzado Encapuzado é uma excelente releitura do personagem e seu universo. A alma do Batman está presente a todo momento. Agora, com a segunda temporada da série, é possível um desenvolvimento ainda maior desta Gotham Noir e dos seus peculiares moradores… Inclusive um certo palhaço…