Nesta quinta-feira chega aos cinemas o primeiro filme solo da Capitã Marvel. Estrelado por Brie Larson, o longa narra a história de origem da heroína através de uma trama que se passa nos anos 90. Aliado a isso, vemos também um pouco do início da carreira de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Coulson (Clark Gregg) na SHIELD, além de vermos pela primeira vez os Skrulls no Universo Cinematográfico Marvel.
Capitã Marvel acabou se tornando um dos filmes mais polêmicos da Marvel Studios, já que sofreu muita rejeição por parte do público, que tentava atacá-lo e diminuí-lo antes de sequer o assistirem. Grande parte das críticas era direcionada para a atriz Brie Larson, já que muitos não gostam de sua posição firme em relação à inclusão de minorias na indústria do jornalismo cinematográfico. Com isso, vimos inúmeras pessoas criticando a falta de carisma que a atriz demonstra nos trailers do longa, usando isso como desculpa para desmerecer a produção.
Acontece que os trailers de Capitã Marvel realmente não mostraram o melhor de Larson, mas isso não é algo ruim, já que, ao assistir o filme completo, podemos ver que ela não ganhou um Oscar de melhor atriz a toa. No longa, Larson entrega uma atuação competente e versátil, transmitindo muito carisma e mostrando que está pronta para ser o rosto que irá liderar o MCU nos próximos anos.
A Capitã Marvel dos cinemas é uma personagem determinada e segura de si, porém ela tem compaixão pelo próximo e mesmo tendo crescido com inúmeras pessoas dizendo que ela não conseguiria realizar seus sonhos, ela mostra que determinação é a chave para provar que eles estavam errados.
O fato da atriz aparecer “sem expressão” em alguns momentos, faz todo o sentido, já que a personagem perdeu sua memória e vive com poucas informações sobre seu passado, contudo, ela brilha e esbanja carisma em diversos momentos, o que cria um balanço interessante em tela.
O elenco de apoio está simplesmente sensacional, na verdade, esse parece ser o melhor cast de um filme já feito pela Marvel Studios. Absolutamente todos os atores estão incríveis e entregam muito valor para seus momentos em tela, por menor que eles sejam. Os destaques ficam por conta de Samuel L. Jackson – que mostra uma nova faceta de Fury, bem diferente do coronel amargurado que conhecemos nos filmes anteriores – e a Maria Rambeau de Lashana Lynch – protagonista de um dos momentos mais emocionais do filme e que possui uma química excelente com Danvers.
Quem também brilha muito é o ator Ben Mendelsohn, intérprete do líder Skrull Talos, que se torna um dos personagens mais carismáticos do longa e prende a atenção do público cada vez que aparece em tela. Por falar nos Skrulls, a Marvel Studios conseguiu inserir os personagens em seu universo de maneira genial, fugindo completamente de tudo o que imaginávamos, mas com certeza, os alienígenas aparecerão novamente e mal podemos esperar por isso.
Ademais, Jude Law e Anette Bening também estão incríveis no longa, porém um dos grandes erros talvez seja o pouco aproveitamento da atriz Gemma Chan como Minn-Erva, que acabou ficando bem aquém do que alguns esperavam.
A gatinha Goose é uma grata surpresa no filme e embora apareça com efeitos especiais pouco realistas em alguns momentos, acaba sendo um alívio cômico excelente para o filme e rouba a cena nos momentos em que aparece, similar à capa de levitação do Doutor Estranho.
O ponto mais fraco do filme talvez sejam seus efeitos especiais, que em diversos momentos, são artificiais demais e pouco polidos. Depois do que vimos em Vingadores: Guerra Infinita, fica difícil não ser exigente com a Marvel Studios nesse quesito, já que sabemos do que eles são capazes. Mesmo com alguns deslizes, não é nada extremamente perturbador e que irá atrapalhar sua experiência, apenas um ponto que não podemos deixar de mencionar.
Por se passar nos anos 90, muitos esperavam ver diversas referências à essa década memorável, principalmente na trilha sonora, contudo, a trilha fica um pouco abaixo do esperado. Mesmo que ela conte com músicas esperadas, a produção poderia ter investido um pouco mais nesse quesito. Inclusive, uma das músicas toca em um momento de clímax do longa o que a faz ficar um pouco desconexa, já que parece que ela foi inserida ali ao acaso apenas para cumprir o fan-service.
O roteiro é competente em amarrar a história do passado com eventos que acontecerão no futuro, deixando o Universo Cinematográfico da Marvel ainda mais rico e coeso, porém devemos levar em consideração que ele deixa algumas coisas em aberto em termos de alguns personagens, o que faz parecer um furo, porém, o estúdio deve explicar o desaparecimento deles por tanto tempo em filmes futuros.
No fim das contas, Capitã Marvel é um excelente filme de origem, que cumpre o que seus trailers prometiam e serve como um bom pontapé inicial para a heroína nas telonas. O longa mostra que Carol Danvers será bem poderosa e que dará bastante trabalho para Thanos em Vingadores: Ultimato.
Capitã Marvel chega aos cinemas em 7 de março.