Um dos filmes mais aguardado e temido do ano finalmente está chegando aos cinemas. Muito se comentou sobre Liga da Justiça ao longo de 2017, a produção conturbada, a trágica saída de Zack Snyder da direção e a corrida de Joss Whedon contra o tempo para finalizar o filme, entretanto, apesar de conter alguns problemas, o filme mais acerta do que erra, e continua nos mostrando que o futuro da DC nos cinemas pode ser lindo.
A trama de Liga da Justiça, apesar de apresentar elementos demais, é enxuta na medida certa, e surpreendentemente concisa e linear, embora fique claro que algumas partes do filme estão aceleradas para encaixar todo o conteúdo no curto tempo de duração, entretanto, o filme tira proveito do pouco tempo de forma inteligente e sem enrolações, todos os personagens principais ganham seu destaque individual e no geral, nenhum sobressai o tempo do outro, todos ganham seu momento de brilhar (e como brilham).
Sempre pensei que Zack Snyder se sai melhor como um diretor visual do que como um contador de histórias, infelizmente isso fica claro mais uma vez em Liga da Justiça, são nítidas as cenas que foram regravadas por Whedon, por possuírem uma assinatura visual diferente das de Snyder, entretanto, a mistura dos dois diretores cria algo magnífico, o que significa que se a fusão tivesse sido feita desde o início, poderíamos ter talvez o melhor filme de super-heróis da história.
As cenas de refilmagem do Superman são nítidas, afinal, Henry Cavill estava impedido de tirar o infame bigode que está usando para as gravações de Missão Impossível, e tiveram de removê-lo digitalmente, o que o deixou bizarro em algumas cenas, entretanto, isso é esquecido quando vemos o melhor Superman desta nova era de filmes da DC. O escoteiro que amamos nos quadrinhos finalmente ganha vida com todos os elementos que sempre pedimos, confiança, altruísmo, heroísmo, está tudo ali, finalmente, o que me leva a crer que Snyder e Chris Terrio (roteirista do filme), novamente não haviam entendido o personagem, e Whedon teve de trazê-lo à tona durante as refilmagens.
A trilha sonora do filme é incrível, Danny Elfman consegue retirar toda a depressão e melancolia apresentada por Hans Zimmer e Junkie XL em O Homem de Aço e Batman vs Superman e nos entrega um clima divertido, esperançoso e nostálgico, as cenas casam perfeitamente com a trilha, que ficará grudada na sua cabeça e te fará sair cantarolando do cinema.
Liga da Justiça é mais um passo da DC na direção certa, o filme se mostra extremamente promissor e acalma o coração dos fãs, espero que ele sirva para trilhar o caminho dos filmes que virão futuramente, afinal, mais uma vez temos o exemplo de que resgatar coisas que deram certo no passado e seguir a essência dos personagens apresentada nos quadrinhos, é a melhor maneira de fazer isso tudo dar certo.
NOTA: 4/5