Quando se trata de filmes baseados em jogos, os fãs sempre ficam com o pé atrás pelo simples motivo de que Hollywood não sabe adaptar uma linguagem tão interativa para outra mais restrita, o que gera filmes, em sua maioria, péssimos. E no caso de Mortal Kombat não foi diferente.
O filme conta a história de Cole Young (Lewis Tan), um lutador de MMA que repentinamente começa a ser perseguido por Sub-Zero (Joe Taslim) e recebe a ajuda de Jax (Mehcad Brooks) para entender mais sobre o que está acontecendo, unindo-se à uma equipe para enfrentar os inimigos do Outworld.
Eles tentam entregar um filme de origem para o público novo, mesclando com coisas que agradariam os fãs, mas falham nas duas coisas. Como um filme de origem, ele não consegue apresentar o universo e os personagens, que acabam sendo os mais rasos possíveis. Como um filme pra fã, traz apenas frases dos jogos e algumas referências aleatórias, mas o resultado é vergonhoso.
As lutas deveriam ser o ponto alto do filme, mas acabam sendo mal editadas, com cortes estranhos que deixam tudo confuso. Apenas a luta Scorpion vs Sub-Zero se sobressai, deixando claro que foi a sequência com maior esforço na produção, mas mesmo ela não é espetacular.
Os efeitos especiais oscilam muito, as vezes são bonitos, como no caso dos poderes do Sub-Zero, mas em alguns momentos parecem inacabados. Interações de personagens totalmente 3D com pessoas reais sempre é um desafio, Mortal Kombat até que consegue fazer algo no mínimo aceitável com a apresentação do Goro.
A trilha sonora flerta com a trilha original do filme dos anos 90, mas parece que eles ficaram com vergonha de usar a música e tocam apenas algumas notas. Alguns dias antes do lançamento do filme, foi divulgada uma versão remodelada da trilha original, mas ela nem aparece no filme e se aparece é imperceptível.
Mortal Kombat tenta ser uma porta de entrada pra uma franquia de filmes, apresentando um novo universo, mas só entrega uma história bagunçada, efeitos especiais medianos e personagens mal aproveitados. Não consegue nem ser um filme ruim que é engraçado por ser ruim, é só sofrível.