Crítica | Pokémon O Filme: Eu Escolho Você!

“Vai Pikachu, choque do trovão!”

Idealizado como uma homenagem ao vigésimo aniversário da franquia do equivalente japonês de Mickey Mouse amarelo de bochechas rosadas mais popular do mundo, dessa vez dando espaço ao Pokémon Lendário até então inédito nas telonas, Ho-Oh. É simplesmente nostálgico ver as histórias clássicas evoluir seguindo um rumo completamente diferente em Eu Escolho Você!

O filme dirigido por Kunihiko Yuyama, escrito por Shoji Yonemura, e produzido pelo estúdio japonês Oriental Light and Magic. Podendo ser considerado o primeiro filme da temporada Sun e Moon, atua como uma aventura num universo paralelo recontando os eventos da primeira saga do desenhona região de Kanto.

Diferente do desenho original, a ambientação apresentada lembra bastante a dos jogos, com diversos Pokémons de diferentes regiões aparecendo no decorrer da aventura dos protagonistas.

Apesar de contar com 20 produções cinematográficas em seu repertorio desde 1998, foram poucos as produções que sairão das terras nipônicas direto para as telonas tupiniquins, como Pokémon O Filme: Mewtwo Contra-Ataca, Pokémon 4: Viajantes do Tempo e agora o mais recente Pokémon: Eu Escolho Você! Com a dublagem atual da Cartoon Network.

Mesmo com alguns detalhes que poderiam ter sido melhor explorados no decorrer da aventura, com um arco narrativo mais simples e objetivo do que qualquer outro filme da franquia. Agora Ash e seu fiel companheiro Pikachu, se aventuram numa linha do tempo paralela ao da animação original, com alguns eventos acontecendo novamente porem com desfechos diferentes, dessa vez seguindo sua jornada sem fazer amizade com Misty e Brook nos dois primeiros ginásios após o início da sua jornada para se tornar um mestre Pokémon, com a companhia de Vera com seu Piplup e Sergio com seu Lucario, ambos representando a quarta geração dos jogos.

Os novos companheiros de Ash para essa inédita jornada, apesar de interessantes, não se tornam memoráveis como os outros parceiros que apareceram nas temporadas do desenho, mas isso é devido à falta de desenvolvimento deles durante o filme. Suas personalidades complementam bem a do protagonista, mas a falta de relevância nos seus próprios objetivos, os tornam facilmente esquecíveis, definitivamente um potencial desperdiçado pelo roteiro.

“Preparem-se para a encrenca! Encrenca em dobro! ”

O visual da animação é maravilhoso, colorido e imersivo com florestas infinitas e penhascos realistas e com uma movimentação orgânica e frenética, chegando a um novo nível de detalhe e beleza, com uma diferença gigantesca em questões estéticas em comparação aos filmes anteriores.

Mas em contrapartida o som deixa a desejar, talvez esse problema esteja apenas na versão dublada, mas a trilha sonora era inexpressiva, em tons baixos e abafado pelos diálogos, até mesmo a abertura do filme ao som da clássica canção “Temos Que Pegar! ” Parecia uma versão requentada da mesma que foi exibida na primeira exibição do desenho aqui no Brasil.

Pokémon: Eu Escolho Você! Faz um trabalho espetacular em capturar o espírito da franquia Pokémon ao longo dos 20 anos, mais uma vez criando uma experiência cinematográfica divertida para todas as idades e contando com um dos momentos mais impactantes e emotivos do universo de Pokémon.

É o filme perfeito para novos fãs que procuram ver os monstrinhos nas telonas pela primeira vez e para fãs mais velhos, recheado de referências para fazer você se sentir em casa, se mantendo original o suficiente para abordar os dois públicos.

Servindo até como uma porta de entrada para os novos fãs que conheceram a serie pelas temporadas mais recentes, ou até mesmo jogando Pokémon GO, o jogo que parou o mundo todo no ano passado e que reacendeu as chamas do ratinho amarelo de bochechas rosadas.