[CRÍTICA] Sex Education – 3ª Temporada | Nem tudo se resolve tão facilmente

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Depois de mais de um ano e meio de espera, Sex Education finalmente está de volta com uma terceira temporada.

No terceiro ano da série, temos um pequeno salto temporal desde os eventos do final da temporada passada, permitindo que o roteiro engrene rapidamente nos novos relacionamentos que são formados e desenvolvendo melhor o que já estava estabelecido, entre outras coisas.

Se você estava ansioso, vai ficar feliz em saber que a terceira temporada carrega a qualidade das temporadas anteriores, apresentando ao mesmo tempo novos personagens, desafios e tramas.

Ao falarmos sobre os personagens centrais, vemos que Otis (Asa Butterfield) não está mais cuidando da clínica após a briga que teve com Maeve (Emma Mackey), que se tornou mais próxima de seu vizinho, Isaac.

Enquanto isso, a mãe do garoto, a terapeuta sexual Jean (Gillian Anderson), está com problemas para falar com Jakob (Mikael Persbrandt) sobre a gravidez e o filho que eles terão.

Adam (Connor Swindells) e Eric (Ncuti Gatwa) estão trabalhando para fortalecer seu relacionamento. Aimee (Aimee Lou Wood), por sua vez está tentando encontrar uma maneira de ser feliz consigo mesma e superar o trauma do abuso que sofreu na temporada passada.

O grande ponto do novo ano da série são as mudanças na esocla Moordale. Uma nova diretora assume a escola, Hope Haddon (Jemima Kirke), após a tragédia da peça de teatro que aconteceu no último ano, pela supervisão do ex-diretor Michael Groff (Alistair Petrie).

Hope pretende reconstruir a reputação da escola depois de ser apelidada de “Escola do Sexo”, algo que foi catalisado pela imprensa com o surto fictício de clamídia. Infelizmente, o papel de Hope é bem previsível para aqueles que estão familiarizados com dramas adolescentes no ensino médio. Por sorte, ela consegue se encaixar bem na proposta da trama e deixa alguns anchos para um desenvolvimento melhor no futuro.

Além de Hope, temos também um outro personagem bem importante, Cal (Dua Saleh), um estudante não binário, que entra em confronto com a nova diretora, como uma forma de destacar sua identidade de gênero e lutar contra um sistema limitador. Cal é um personagem muito bem desenvolvido e tratado com muito respeito, não sendo representado como um estereótipo. O novo personagem desenvolve uma amizade com Jackson (Kedar Williams-Stirling), que depois de largar a natação e o teatro, busca explorar a sua liberdade, o que acaba sendo um outro destaque da temporada.

Mais uma vez, o roteiro não tem medo de tratar assuntos mais sérios. Além do preconceito contra não binários e gays, a nova temporada aborda também temas como abstinência sexual e como limitar o acesso às informações sobre sexo pode ser prejudicial.

A personagem Ruby (Mimi Keene) também acaba ganhando mais destaque nessa temporada, onde conhecemos um lado mais sensível dela e alguns de seus dramas pessoais. Além dela, a personagem Lily (Tanya Reynolds) também acaba tendo um arco de desenvolvimento, pois passa por uma crise de identidade e começa a duvidar de si mesma e de seus interesses pelos alienígenas, o que acaba afetando o seu relacionamento com a Ola (Patricia Allison).

Mais uma vez, Eric acaba sendo um dos maiores destaques e o ator Ncuti Gatwa se consagra como um dos jovens talentos da atualidade, sabendo protagonizar muito bem cenas hilárias e contrabalanceando com altas cargas emocionais e momentos dramáticos, principalmente ao mostrar a jornada de evolução de seu namorado, Adam.

A nova temporada de Sex Education continua fazendo o que faz de melhor, focando em personagens complexos, com muito respeito, trazendo assuntos sérios para o telespectador discutir e refletir, mas sem deixar o humor e a sagacidade de lado.