[CRÍTICA] Sintonia | Do gueto ao estrelato

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Sintonia é a série Brasileira produzida em uma parceria entre o canal Kondzilla e a Netflix.

A trama narra a história de dois garotos Doni (João Pedro Carvalho) e Nando (Christian Maheiros), que cresceram na comunidade carente, rodeados pelo funk, drogas e religião. Ao longo da temporada, os dois acabam seguindo por caminhos diferentes, mas descobrem que ainda precisam um do outro.

O desenvolvimento dos protagonistas é bem fraco e a narrativa poderia contar com alguns flashbacks, que serviriam para encorpar suas histórias e criar uma ligação maior com o público. Os coadjuvantes se destacam bastante na atuação e acabam sendo mais importantes do que os protagonistas, como por exemplo o pai de Doni, que é contra o filho seguir a carreira de cantor de funk por serem de uma classe alta.

Enquanto isso, seu amigo Nando busca ser um traficante reconhecido para sustentar sua família.

Rita (Bruna Mascarenhas) que tem uma forte ligação com os garotos e a religião, mostra que também busca destaque em sua vida, mas sem perder as doutrinas de sua fé, porém isso é abordado bem vagamente.

O aspecto fictício fica bem evidente ao longo da temporada e o elenco mais jovem não consegue segurar muito bem os dramas narrativos, porém uma eventual segunda temporada talvez melhore isso.

O roteiro da temporada acaba sendo bem fraco e o desfecho acaba sendo cansativo e em partes previsível.

Apesar de tudo, o design de produção e a cenografia merecem aplausos, recriando muito bem as favelas brasileiras e passando bastante realismo.

Contamos com uma trilha sonora original, tendo em vista que temos uma produtora de músicas e videoclipes na direção. A presença das batidas de funk fica evidente em boa parte dos episódios, aumentando a imersão na trama.