[CRÍTICA] Soul | Aproveitando cada segundo

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Em um ano quase sem grandes lançamentos, estreia exclusivamente no Disney+, Soul que é facilmente um dos melhores filmes feitos pela Pixar nos últimos anos. Provando que ainda é possível fazer obras com histórias simples e tocantes, e ainda nos fazer emocionar. 

A Pixar tem um histórico de abordar temas complexos, até sérios demais, desenvolve-los e apresentar de forma fácil para crianças e adultos. Soul, que por sua vez não foge desse padrão, aborda a vida e o propósito de viver. 

No longa nós acompanhamos Joe Gardner (Jamie Foxx), um professor de Jazz cujo sonho é ser músico profissional, acaba recebendo uma proposta de tocar em um clube de Jazz. Mas por conta de um acidente sua alma se separa do corpo e ele embarca em uma jornada junto com a alma 22 (Tina Fey) para tentar retornar ao seu corpo na terra. 

O diretor e roteirista Pete Docter (Divertidamente, Up) consegue nos trazer um protagonista muito carismático, e desenvolve muito bem os problemas com a alma 22, faz tudo isso de forma natural, e nos leva a crer que aqueles personagens realmente tomariam as decisões da forma que foi apresentada. O filme não se esquece dos personagens secundários e dá o foco necessário pra cada um da forma correta. 

O filme apresenta um tema principal, mas não foca só em propósito de vida, também fala sobre apoio familiar, e surpreende pela maturidade como aborda a relação de uma mãe com o filho. 

A trilha sonora, nos momentos da terra, é um Jazz rápido e envolvente, e nos momentos do “pré-vida” é um ritmo sintético, e em ambas partes se encaixam muito bem com as situações. Os pontos mais altos do filme é sem dúvida quando Joe se expressa com a música.

 

O nível de qualidade da animação é indiscutível, a Pixar já vem mostrando que a cada ano ela se supera com a qualidade gráfica. Soul é ambientado em Nova Iorque e de forma detalhada nos mostra restaurantes, clubes de jazz, metrôs, diversidade das pessoas, sujeira nas ruas, tudo extremamente realista, e em momentos parecem imagens reais ao invés de animação. Talvez a única coisa “negativa” em relação a animação, é o fato de em algumas cenas os personagens com características cartunescas não se encaixam muito bem ao cenário foto realista. Mas esse incomodo pode durar apenas alguns minutos, e rápido você se acostuma com os personagens. 

Soul é uma animação que serviu muito bem para ser lançada em 2020, com mensagens que vão te fazer refletir sobre a vida. Vai te fazer sorrir, gargalhar e até chorar um pouco. O filme nos ensina que nós não nascemos com um propósito definido, nós decidimos isso vivendo, aproveite cada segundo.