[CRÍTICA] Tomb Raider – Não foi dessa vez que quebraram a maldição dos filmes de games

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Mais um film que adapta os icônicos jogos Tomb Raider chega aos cinemas, e mais uma vez grandes estúdios falham em adaptar tudo o que os fãs mais amam nos jogos.

Baseado na nova franquia de games de Lara Croft, o filme busca adaptar o lado mais humano e aventuresco de Lara, antes mesmo que ela se tornasse a renomada exploradora Tomb Raider, porém diferente do game, tudo o que vemos é uma Lara que depende demais de outros personagens para conseguir ter algum mérito.

A primeira franquia estrelada por Angelina Jolie, buscava explorar o lado místico contido nas histórias dos jogos, aliados à uma Lara mais desenvolvida e extremamente habilidosa. Já o novo filme, mostra uma Lara inexperiente que, apesar de demonstrar alguns treinamentos de combate, ainda não são o suficiente para que ela sobreviva em uma ilha cheia de perigos.

O grande problema do novo filme de Tomb Raider é se apegar em subtramas que tiram o destaque da personagem principal e nos mostram uma trama que é simplesmente mais do mesmo. Todo o arco de descobertas sobre o misterioso passado de seu pai e toda a necessidade de descobrir se ele está vivo ou não, acabam jogando o expectador em uma trama cansativa e enfadonha que não abre espaço para o real potencial de Lara Croft.

Todos os elementos mais positivos do novo jogo acabam se perdendo em pinceladas pontuais que apenas remetem ao que os fãs mais gostam, deixando Lara refém de personagens secundários para dar andamento na trama.

A atuação de Alicia Vikander é incontestável, a atriz já mostrou anteriormente que sabe interpretar personagens femininas fortes e ressalta isso ainda mais em Tomb Raider, entretanto, sua belíssima atuação acaba sendo prejudicada pelo roteiro fraco e raso e por personagens secundários que não acompanham seu talento.

A nova franquia de filmes parece querer se afastar do lado místico dos jogos e dar embasamento realista para os eventos, porém isso acaba sendo um grande erro, pois tira todo o ar sombrio e mais ameaçador dos perigos enfrentados por Lara, e acaba se resumindo apenas à garota sobrevivendo à capangas de uma organização maligna.

Tomb Raider falha como adaptação e talvez até acerte como um filme de ação, mas nada muito inovador ou que impressione, aliás, não é nada que já não tenhamos visto nos filmes de Indiana Jones ou em A Lenda do Tesouro Perdido. É uma pena que mesmo com o envolvimento da Square Enix, desenvolvedora dos jogos, na produção não tenha acertado a direção da personagem nos cinemas.

Mais uma vez, permanecea maldição dos filmes baseados em games e começo a acreditar que talvez ela nunca seja quebrada. O grande problema de Hollywood é tentar modificar algo que funciona muito bem nos consoles, quando na verdade só deveriam recriar aquilo usando atores de verdade. Talvez devessem tomar como exemplo os filme em live action das animações clássicas da Disney.

NOTA: 2,3/5

Tomb Raider estreia em 15/03/2018.