[CRÍTICA] Viúva Negra | Família, legado e culpa

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Depois de muita espera, o primeiro e merecido filme solo da Viúva Negra finalmente chegou aos cinemas, nos dando mais detalhes sobre a origem da agente Romanoff, bem como sua luta pessoal contra seu passado e até mesmo estabelecendo bases para o futuro. 

Assim como em um filme de Velozes e Furiosos, o grande foco de Viúva Negra é a “família”, mas não espere por ver algo tradicional. Estamos falando aqui de contraespionagem russa, tráfego infantil, abusos físicos e psicológicos e muito mais. Ouso dizer que esse é um dos filmes mais “adultos” da Marvel. 

Apesar da leveza e descontração em inúmeros momentos, principalmente por conta das aparições hilárias de David Harbour como o Guardião Vermelho, o longa aborda alguns temas bem sérios, que incluem uma certa camada de verossimilhança com a nossa realidade. 

Como era de se esperar, além da origem da personagem, o longa também aborda o que aconteceu com Natasha após os eventos de Capitão América: Guerra Civil e como ela teve de revisitar seu passado, antes mesmo dos Vingadores, para continuar viva. 

As cenas de ação do longa são um destaque absoluto, se equiparando aos deslumbres de Capitão América: O Soldado Invernal. É claro que não poderíamos esperar menos, afinal, estamos falando de uma das melhores assassinas do Universo Marvel e a personagem é representada de maneira fenomenal. 

Vemos aqui que Natasha sempre teve substância para sustentar um filme solo e o longa só nos deixa ansioso para mais, é uma pena que fizeram com que Scarlett Johansson esperasse até que a personagem estivesse morta para lhe darem essa chance.

Yelena é uma adição excelente para esse universo e o carisma de Florence Pugh fazem com que ela seja a herdeira perfeita para o legado da personagem. Inclusive, a personagem foi escrita a dedo para a atriz, que mostra que também consegue assumir um possível filme solo, caso necessário. 

Depois de muito mistério, o mito de Budapeste finalmente é explicado, mas não espere por flashbacks ou aparição de outros Vingadores. Esse é um filme da Natasha e é ela quem se destaca. Inclusive, o fato de Natasha ter entrado para uma “nova família” com os heróis, também é o pivô de alguns dos conflitos do longa. 

É incrível como o núcleo de personagens de apoio do longa também se destaca. Apesar de pouco explorados, o Guardião Vermelho e Melina (Rachel Weisz), a cientista que exerce o papel de “mãe” das heroínas, fazem um ótimo trabalho e servem como catalisadores emocionais para tudo. 

Viúva Negra não é só sobre a história da Agente Romanoff. O filme aborda a problemática do tráfico de mulheres, enquanto mescla a realidade com a ficção, abrindo espaço para cenas de ação grandiosas e dando o encerramento que Natasha tanto merecia. 

Apesar de alguns efeitos especiais não tão polidos e uma trilha sonora pouco impactante, o longa traz uma trama simples, até um pouco previsível, mas extremamente empolgante e cativante. Temos aqui um filme que respeita a personagem, que a eleva ao patamar que ela merece e mostra todo o poder de uma Viúva Negra, mesmo que ela seja apenas uma humana com um treinamento implacável, desumano e cruel. 

Sim, temos o retorno das icônicas cenas pós-créditos!