[CRÍTICA] X-Men ’97 traz um ar fresco que a Marvel precisava

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X-Men ’97 foi uma das maiores surpresas do ano. Sequência da série animada de 1992, ela surgiu de forma inesperada e com o selo da Disney. As especulações faziam os fãs ficarem com o pé atrás, dado o momento atual da Marvel marcado por tropeços. Porém, para a felicidade dos admiradores, todos mordemos a língua com uma das melhores adaptações dos X-Men na tela.

X-Men ’97 teve seu trailer de anúncio lançado em 15 de fevereiro de 2024. Os entusiastas mal tiveram tempo de entrar no hype, já que essa continuação veio quase sem aviso prévio. A estratégia acertou em cheio, fazendo até o mais cético hater da Marvel atual voltar a vibrar com essa nova continuidade.

X-Men ’97 é uma continuação que respeita os personagens

Um grande problema que eu tenho com as adaptações de X-Men é como elas distorcem muito personagens importantes. Nos filmes da Fox, o pobre Ciclope servia unicamente para ficar de escanteio ou perder a Jean para o Logan, fazendo com que o personagem caísse em um grande desuso com o passar dos anos.

Porém, X-Men ’97 corrige isso e, principalmente, faz justiça ao Ciclope e a outros membros mais apagados da equipe. Tempestade, Gambit, Jean, Fera e outros estão em seu melhor, seja visualmente ou em termos de escrita, trazendo finalmente a harmonia dos X-Men principais que faltava tanto em adaptações desse grupo.

X-Men '97: um retorno triunfal e nostalgia revivida em grande estilo - Review

Sim, eu sei que alguns reclamam sobre a participação mais fraca do Wolverine, porém, isso é algo necessário. Wolverine sofre do “efeito Batman”, onde ele é tão popular que ofusca o brilho que outros personagens, menores ou maiores, poderiam ter.

Portanto, diminuir a presença do Wolverine é essencial para que possamos nos importar com a equipe como um todo. (Não preciso lembrar vocês que existe uma série chamada “Wolverine e os X-Men”. Chega a ser ultrajante.)

A Historia é muito boa apesar de uns deslizes

Na animação original, existia uma linha de história boa para a época, mas era necessário mudar o ritmo, a escrita e o formato para se adaptar ao novo público, seja para atrair uma nova audiência ou manter a antiga.

Posso dizer que as decisões para isso foram muito acertadas. Ela continua diretamente após a morte de Charles Xavier e, mesmo que você não tenha assistido à animação antiga, consegue entender perfeitamente o que está acontecendo. A série apresenta a trama de um futuro caótico que aguarda os mutantes caso os eventos do tempo atual não sejam resolvidos.

Existem alguns episódios que não movem a trama principal, como o da Jubileu no mundo do videogame, porém, mesmo esses episódios mais leves ajudam a evitar que a história se torne excessivamente pesada devido aos desfechos dramáticos.

Apesar de ter gostado muito de X-Men ’97, preciso destacar que tenho alguns problemas com certos episódios. O episódio do clone da Jean parece que veio de uma história canastrona dos anos 80, onde querem mudar tudo de repente e resolver tudo rapidamente. Esse episódio, inclusive, sofre do problema de “informação tirada do absoluto nada”. Há muitos elementos ultra importantes que não têm relevância alguma para o restante do episódio.

Tudo é tão tirado do nada que até mesmo o clone da Jean se chamando Madelyne Pryor virou meme nas redes sociais, pela falta de tempo de tela para que essa trama do clone fosse melhor desenvolvida.

Who Is Madelyne Pryor, AKA Goblin Queen, in X-Men '97?

Dito isso, posso afirmar que a história de X-Men ’97 melhora MUITO após esse episódio. Ela apresenta, na minha opinião, uma das melhores cenas de todos os tempos da franquia X-Men no episódio do genocídio de Genosha. Eles acertaram, e acertaram MUITO.

Grande conclusão

X-Men ’97 foi um alívio para os fãs que precisavam de uma adaptação fiel e, principalmente, do retorno de uma das equipes mais importantes da Marvel. Não é perfeita, mas para o momento atual, ela é mais que bem-vinda e necessária.