Dynasty Warriors: Origins traz combate renovado sem esquecer o passado — ANÁLISE

0
326

Após diversos lançamentos, Dynasty Warriors: Origins chega como um lançamento que, ao mesmo tempo que marca um novo ponto da franquia, traz alguns elementos dos títulos anteriores e tanta elevar a fórmula para entregar o jogo mais robusto até hoje.

Dynasty Warriors nasceu como um derivado da série de estratégia de turnos e estratégia por turnos Romance of Three Kingdoms da Koei, que retrata um dos maiores romances chineses da história.

O sucesso foi tão grande que Dynasty Warriors virou uma franquia própria e ganhou seu público como um Musou, gênero em que o personagem controla um herói e precisa derrotar dezenas de inimigos na tela enquanto luta por territórios.

Será que vale a pena embarcar nesta jornada? Confira em nossa análise!

Uma nova esperança

Caso você não tenha jogado nenhum dos títulos anteriores, Dynasty Warriors: Origins é um excelente ponto de partida, já que ele conta o “Romance dos Três Reinos” do início, mas tomando liberdades criativas para alterar a trama.

O jogador controla um personagem misterioso com amnésia, mas mesmo não se lembrando do passado, esse guerreiro não esqueceu das suas habilidades impressionantes com armas no campo de batalha, que serão fundamentais na história.

Dynasty Warriors: Origins

Caso você tenha jogado outros títulos, ficará feliz de ver rostos conhecidos da franquia. Apesar de ser um reboot, Dynasty Warriors: Origins não traz alterações consideráveis, com muitos elementos sendo reconhecidos sem precisar apresentações. Por outro lado, a ideia do guerreiro com amnésia funciona bem para que os novatos possam conhecer as figuras icônicas.

Durante a trama, o jogador poderá fazer escolhas que influenciam o rumo do conflito e, consequentemente, resultando em finais diferentes. Para zerar apenas uma vez, o jogador levará por volta de 20 horas.

Como há diversos acontecimentos cruciais e facções para se aliar, essa duração poderá aumentar consideravelmente, a depender da sua disposição para ver os diferentes cenários. No geral, a história é simples, como um “novelão” asiático da Netflix, mas funciona bem dentro do jogo.

Batalhas épicas

Dynasty Warrior: Origins dá passos importantes ao focar em trazer melhorias ao seu combate. Para começar, o título dá mais ênfase à estratégia e permite que o jogador decida quais áreas atacar primeiro ou aliados ajudar para aumentar o moral das tropas e executar manobras poderosas chamadas táticas, que podem mudar o rumo de uma batalha.

Além disso, o combate em si é mais agradável por introduzir mecânicas como o parry, que permite quebrar a defesa de inimigos mais fortes para iniciar uma sequência devastadora de ataques. Aliada a mecânica de esquiva, a movimentação do protagonista pelo campo de batalha é leve, mas mortal.

Dynasty Warriors: Origins

Como em outros jogos da série, ele mantém a ideia de avançar pelo campo de batalha contra as hordas inimigas e derrotar um chefe final. Dynasty Warrior: Origins está mais cinematográfico do que nunca, o que dá um tom épico, mesmo que seus diálogos sejam pastelões em determinados momentos.

Outro ponto que vale ser citado é que o estúdio deu uma melhorada na agressividade dos inimigos. Anteriormente, os oponentes se comportavam como amebas e esperavam você descer a lenha neles.

Dynasty Warriors: Origins

Confesso que fui surpreendido ao levar alguns golpes e entendi que a adição das mecânicas de combate não foi de graça: você precisará dominá-las para chegar vivo ao final das batalhas. Isso é uma surpresa agradável, já que os outros jogos da série eram fáceis demais e perdiam a graça rapidamente por isso. Agora, você realmente se sente em um conflito com chance de morrer.

Combates contra chefões são um espetáculo à parte, principalmente quando comandam unidades inimigas. Mesmo que você consiga derrotá-las, esteja pronto para enfrentar batalhas acirradas, como o lendário Lu Bu, um nome que vai deixar fãs de série empolgados.

China em guerra

Dynasty Warriors: Origins não traz mundo aberto, mas traz um mapa overworld em que o jogador poderá explorar para prosseguir a narrativa, encontrar missões secundárias, colecionáveis e a moeda Pyroxene, que permite criar itens que dão bônus.

Esse elemento é herdado de Dynasty Warriors 9 e inicialmente funciona bem como uma alternativa a mundo aberto. Entretanto, é notório que ele fica repetitivo rapidamente, mas ainda é uma solução melhor do que as dezenas de menus que os títulos anteriores da franquia traziam.

Dynasty Warriors: Origins

Apesar de trazer um mapa para ser explorado, há uma falsa sensação de liberdade, já que há geralmente apenas um caminho que pode ser seguido, com todos os outros estando bloqueados e sendo liberados quando você progredir na história e aumentar o nível de “Paz” da área.

Ao focar em apenas um personagem, Dynasty Warriors: Origins toma uma decisão polêmica que vai incomodar veteranos. No antecessor, o jogador poderia controlar 94 guerreiros, um número impressionante. Entretanto, o número expressivo não significava jogabilidade única, já que alguns tinham golpes repetidos, apenas o modelo de personagem mudava.

Em Dynasty Warriors: Origins, o jogador controla apenas um personagem que poderá escolher 9 armas diferentes que mudam o estilo de combate. Além disso, há apenas 9 personagens jogáveis que funcionam como suporte e que podem ser controlados temporariamente em batalha.

Confesso que o número limitado de personagens controláveis me decepcionou, já que a franquia e o próprio jogo têm uma quantidade expressiva de personagens. Por alto, Dynasty Warriors: Origins tem mais de 40 rostos conhecidos e pelo menos metade merecia estar como controlável, nem que fosse em pelo menos em uma ou duas batalhas especiais.

Dynasty Warriors: Origins é um passeio pela literatura chinesa

Conforme citado anteriormente, Dynasty Warriors: Origins é baseado no “Romance dos Três Reinos” e por ser um reboot, traz a história do início, mas suas ações mudam o rumo da trama e o jogo não faz questão de ser fiel. A direção do estúdio faz um ótimo trabalho em trazer esse mundo à realidade nos menores detalhes com gráficos competentes.

Em desempenho, o título traz opções gráficas que focam em gráficos ou desempenho e permitem escolher 30 FPS, 60 FPS e 120 FPS. Joguei no terceiro modo e fiquei surpreso por não experienciar quedas em nenhum momento. Como games musou possuem muitos personagens e eventos na tela, é um feito que vale ser reconhecido. O único problema é a câmera, que falha em focar no personagem em alguns momentos, principalmente nas cenas de execuções.

Na trilha sonora, o título traz opções de dublagem em inglês ou japonês. Por retratar uma história asiática, pela imersão, escolhi o segundo e achei o trabalho de vozes excelente. Nas faixas, o título traz rock em alguns momentos para cenas épicas ao estilo Dynasty Warriors que os fãs esperam.

Porém, uma grande decepção é que Dynasty Warriors: Origins não tenha localização para o nosso idioma. Por mais que seja um jogo de nicho, seria excelente que para esse reinício da série, o título contasse com pelo menos legendas em português brasileiro.

Devo investir em Dynasty Warriors: Origins?

Dynasty Warriors: Origins acerta ao reiniciar a série ao melhorar pontos cruciais, como o combate, mas sem esquecer a essência que fez o título ser um dos games do gênero Musou mais amados do mercado.

Entretanto, o elenco menor, a repetição e a falta de tradução para o nosso idioma são alguns problemas que podem ser barreiras para jogadores se interessarem pelo título. No geral, o game é um reboot decente e abre portas para um futuro promissor.

Dynasty Warriors: Origins

Dynasty Warriors: Origins será lançado em 17 de janeiro para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

*O Cromossomo Nerd agradece a Koei Tecmo e a Agência Masamune por nos ceder uma cópia do jogo no PS5 para esta análise.