Heroine Chic – Verdade, Justiça e… Estilo?

“Colocamos roupas e viramos outra pessoa.
Nossa identidade secreta vem na nudez, de frente pro armário,
tentando descobrir quem seremos nesse dia.”
– David Tischman, autor de Heroin Chic

Esqueça as histórias de super-herói que você já conhece. Essa não é uma delas. Embora também seja. Heroine Chic, de fato, tem um número excessivo de super-heróis. Pessoas com poderes, codinomes e trajes coloridos vivendo como celebridades em uma contemporânea cidade de New York.

Apesar disso, a história segue Zoe Porter, uma jovem recém-formada estilista que adora super-heróis e trabalhar em seus uniformes. No melhor estilo “O Diabo Veste Prada”, ela se torna funcionária de Dyna Cuff, uma das mais famosas (e convencidas) estilistas de heróis.

Transitando entre dois mundos aparentemente distintos, Heroine Chic explora com sucesso uma zona comum entre o mundo de heróis e o mundo da moda. Se, por um lado, não faltam designs inventivos e menções a estilistas reais, também sobram críticas para visuais como o do Superman dos Novos 52, personificado no gibi como um personagem chamado Valiant.

Os clichês não estão ali para serem desconstruídos e sim ironizados. Cada fala vem com uma pitada de acidez digna da vida moderna na cidade grande, onde todos têm pouco tempo e menos paciência ainda. A insegurança e vaidade dos heróis com o visual é bem explorada e divertida de assistir.

O ápice da intertextualidade vem em uma crítica, que certamente agradaria Edna Moda, sobre capas de super-heróis. O humor da série, por sinal, pouco se limita. De itens mágicos até questões de sexualidade, tudo serve para aliviar a história que não se propõe a trazer grandes reflexões, mas sim diversão.

Idealizada por David Tischman (Son of Superman), um assumido fã de quadrinhos e programas de moda, trazida à vida com os desenhos de Audrey Mok (Josie and the Pussycats) e disponibilizada gratuitamente online pela plataforma WEBTOON, Heroine Chic é uma leitura divertida para fãs de super-heróis e moda.