O Palhaço Pennywise está de volta, com uma nova roupagem muito mais glamourosa do que a versão apresentada nos anos 90, o principal sentimento passado pela nova abordagem da clássica obra de Stephen King é o de que envelhecer faz bem!
Logo após assistir o novo filme, resolvi reassistir a adaptação original, que contava com 3 horas de duração e uma confusa narrativa entremeada por flashbacks e efeitos especiais de baixo orçamento. Claro, é injusto criticar essa versão atualmente, até porque ela foi um marco na história do cinema, quando lançada, e se tornou figura carimbada do dito “cinema cult”. Porém, a nova versão dá um significado completamente novo para a obra e mostra que veio para ficar e, possivelmente, se tornar a versão definitiva.
Muito mais do que um simples filme de terror apoiado em “jump scares”, IT: A Coisa busca te colocar na pele das sete crianças que são atormentadas pelas diabruras de Pennywise e, além disso, precisam lidar com seus dramas pessoais, seja com pais sistemáticos e abusivos ou com os temidos bullies que definitivamente não conhecem a palavra limites.
Talvez essa seja a chave para o filme ser tão cativante: Nos mostrar que humanos podem ser tão repulsivos e aterrorizantes quanto uma aberração que se esconde nos esgotos e se alimenta de crianças. A atuação de Bill Skarsgård como o palhaço contribui e muito para a fluidez da trama, o versátil ator consegue ser carismático e sádico ao ponto de você criar empatia por ele em certos momentos e se arrepiar dos pés à cabeça em outros.
O fato da narrativa ter se tornado linear e dividida em duas partes favorece e muito a trama, entretanto, a divisão de arcos entre as fases da infância e vida adulta dos protagonistas pode acabar se tornando tanto uma bênção quanto uma maldição, as crianças atuam tão bem que o nível do filme se torna altíssimo, o que aumenta ainda mais a responsabilidade dos atores que os interpretarão na fase adulta, mas será que eles conseguirão manter o nível de carisma apresentado na primeira parte?
IT: A Coisa sem dúvidas merece atenção e, mais do que isso, merece ser consagrado como adaptação. O filme capta toda a essência da obra original de King e nos transporta para a pequena cidade de Derry que parece ignorar o mal que a assombra há séculos, fazendo homenagens pontuais à adaptação clássica e melhorando significativamente o que precisava ser melhorado, nos deixando mais ansiosos ainda para o futuro da franquia.
“Você vai flutuar também” não é mais uma simples metáfora, e sim algo que irá tirar o seu sono.
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