LEGO Horizon Adventures foi anunciado em 7 de junho de 2024, surpreendendo com a decisão de ser multiplataforma desde o lançamento, uma estratégia diferente da usual da Sony, que costuma levar meses para lançar seus jogos no PC.
Apesar do entusiasmo inicial, havia certo ceticismo sobre como a franquia se adaptaria ao formato LEGO. Infelizmente, mesmo com a reputação sólida dos jogos LEGO, este título conseguiu decepcionar.
Recontando a história com seus personagens… carismáticos?
O original Horizon Zero Dawn nunca se destacou por ter um elenco carismático. Apesar de alguns personagens marcantes, como Aloy, Rost e Sylens, é difícil lembrar de outros que poderiam enriquecer uma aventura. Isso se torna ainda mais evidente em LEGO Horizon Adventures, já que a franquia LEGO é conhecida por incluir um grande número de personagens jogáveis.
Infelizmente, a história é recontada de forma mais simples e com um humor característico da série, mas tenta compensar a falta de personagens marcantes ao introduzir figuras aleatórias no elenco, especialmente para preencher o modo cooperativo.
Embora essa abordagem busque manter uma das marcas registradas da franquia LEGO, a falta de figuras carismáticas em Horizon pesa, deixando toda a responsabilidade em Aloy. E, infelizmente, ela não consegue sustentar o jogo sozinha.
A história do jogo segue o padrão esperado de um título da franquia LEGO: repetição de missões e uma recontagem simples, mas divertida, da trama original. O destaque aqui é o uso da dublagem, que, sinceramente, foi um dos pontos altos.
Me diverti bastante com a liberdade que deram na comédia, o que deixou tudo mais leve. Pra quem é fã, pode até parecer meio estranho, mas, considerando que é uma releitura feita pra um público mais jovem, acho que mandaram muito bem nesse quesito.
A gameplay infelizmente deixa a desejar
Uma coisa que sempre gostei nos jogos da franquia LEGO é a gameplay. Mesmo nos títulos mais simples, ou nos que não eram tão bons, dava pra encontrar diversão nesse aspecto. Mas, infelizmente, LEGO Horizon Adventures decepciona muito nesse ponto. A mecânica do arco e flecha da Aloy simplesmente não funciona, e a tentativa de traduzir a gameplay do jogo original pra cá foi, no mínimo, equivocada.
A jogabilidade é praticamente toda focada no uso do arco. E só. No começo, a ideia até parece interessante, mas rapidamente se torna torturante. A mistura de mirar e atirar não é nada prática e, com o tempo, fica extremamente cansativa. Além disso, as mecânicas que tentam emular o jogo original foram muito mal adaptadas, o que só piora as coisas.
A situação se agrava ainda mais nas partes com vários inimigos. Mirar e atirar nesses momentos vira um desafio desnecessário. Cheguei ao ponto de preferir simplesmente pegar os inimigos na mão e jogá-los num precipício, só pra não precisar usar o arco.
Isso evidencia um problema grave: sem personagens marcantes na franquia pra segurar o jogo, e com uma protagonista que tem uma gameplay ruim, o projeto como um todo desmorona.
A exploração não é bem feita
Um dos maiores problemas de LEGO Horizon Adventures é, sem dúvida, a exploração — algo que deveria ser um ponto forte em qualquer jogo da franquia. Já se sabe que LEGO sempre acerta ao oferecer centenas de personagens desbloqueáveis, incentivando você a voltar às fases com habilidades únicas para descobrir segredos e desbloquear ainda mais coisas.
Esse ciclo cria um conteúdo massivo que pode facilmente entreter por dezenas de horas. Mas, de alguma forma, conseguiram errar feio nisso aqui. A exploração foi reduzida a abrir alguns baús que raramente têm algo realmente interessante, quase sempre se resumindo a colecionáveis sem impacto real.
Pra piorar, como mencionei antes, o jogo sofre com a falta de personagens carismáticos ou um elenco numeroso. Isso faz com que o conceito clássico de exploração retroativa seja praticamente inexistente.
Apesar da exploração inicial parecer promissora, o jogo simplesmente não consegue se sustentar sem uma jogabilidade mais variada. Pra um jogo LEGO, isso é um defeito gravíssimo, já que essa mistura de descoberta e liberdade sempre foi uma das maiores forças da franquia.
Conclusão
Apesar de achar incrível a ideia de transformar grandes franquias em jogos LEGO, LEGO Horizon foi um tropeço enorme. Faltou aos desenvolvedores entenderem o que realmente torna um jogo LEGO divertido e, principalmente, avaliar se Horizon tinha o apelo necessário para se encaixar nesse formato. A falta de carisma da franquia original pesa bastante aqui, mostrando que nem toda grande IP é automaticamente uma boa candidata para o mundo LEGO.