Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Mad Mimic, Mark of the Deep é um game que mistura elementos metroidvania com combate estilo souls e sistemas semelhante Diablo. Desde seu anúncio, o game vem recebendo muita atenção e apresso pelos jogadores e fãs.
Agora, com o jogo em mãos, fico feliz demais em dizer que, mais uma vez, o Mad Mimic mostra a força dos desenvolvedores brasileiros com um game EXCELENTE!
A história de Mark of the Deep
Em Mark of the Deep, acompanhamos Marcus “Rookie” Ramsey, um recém chegado numa tripulação de piratas. Após um incidente, o protagonista e seus aliados naufragam em uma ilha misteriosa, e cabe a Rookie buscar e salvar seus amigos.
Utilizando de uma criatividade impecável, os desenvolvedores criam uma história digna dos incontáveis contos piratas. Junto disso, todos os personagens possuem um carisma que, sempre que aparecem, são um deleite para o jogador. Todo o ambiente fornece uma mistura interessantíssima entre a aventura e o mistério, o assustador.
Além disso, toda a trama do game possui uma familiaridade com grandes histórias do tema. Eu, sendo fã de histórias de piratas, me vi relembrando de histórias clássicas como A Ilha do Tesouro, ou também de filmes populares, como o inesquecível Piratas do Caribe. Mesmo com essa familiaridade, em nenhum momento existe a sensação de que a narrativa se trata de uma cópia de X ou Y, e isso é mais um aspecto positivo.
Parte de todo esse trabalho excelente de narrativa está na dublagem. Com grandes nomes da cultura pop brasileira, o jogo traz mais uma familiaridade com aquelas vozes fáceis de reconhecer e que, surprendentemente em certos momentos, se encaixam bem nos seus respectivos personagens.
O problema com o protagonista
Tendo um elenco de voz diverso e personagens carismáticos, o jogo peca em não dar uma vez ou personalidade para o seu protagonista. A ideia do Mad Mimic foi, assim como outros jogos conhecidos, fazer com que o jogador se espelhasse no protagonista.
Contudo, diferente desses outros games, não existe um sistema de criação de personagem. Portanto, o principal personagem da trama acaba perdendo um pouco da alma que ele deveria ter, sobretudo em uma história que envolve companheiros e redescobrimento.
A gameplay de Mark of the Deep
Já no aspecto gameplay, o jogo nos traz uma forte inspiração em jogos como Diablo ou os já populares soulslike. Com uma câmera isométrica e um combate pensado para o jogador aprender e formular estratégias, o jogo brilha ao saber a dosagem certa de dificuldade oferecida.
Embora o jogo tenha sim uma inspiração na fórmula souls no seu combate, eu me senti muito mais jogando um diablolike, com a diferença de não ter hordas gigantes de inimigos para atacar e destruir. Ainda assim, não se engane, Mark of the Deep possui um combate que, se não pensado do jeito certo, pode se tornar bem estressante para os não familiarizados com a série souls.
Junto ao combate, a exploração é outro fator importantíssimo no jogo, e mais uma vez a Mad Mimic faz um trabalho excelente. Os cenários são intuitívos e chamam o jogador para partir rumo ao desconhecido. Quanto mais você se aprofunda, mais o desejo de conhecer mais surge, se tornando uma aventura e tanto conhecer os mistérios da ilha assombrada.
Trilha Sonora digna de uma tripulação
Outro ponto excelente para a imersão da narrativa e da gameplay de Mark of the Deep é a sua trilha sonora. Quanto mais o jogador se aprofunda nos mistérios da ilha assombrada e seus ambientes que mais parecem labirintos, mais a trilha parece estar levando toda a ambientação para o seu subconsciente, mesmo em momentos que possam ser considerados repetitivos.
Conclusão
Mais uma vez, a Mad Mimic mostra como o mercado de jogos brasileiro pode fornecer jogos tão excelentes quanto os vindos de outros locais. Mark of the Deep, além de uma aventura digna dos piratas, é mais uma prova de que nosso país não está atrás em nenhum ponto de oferecer grandes jogos.
*O Cromossomo Nerd agradece a Mad Mimic e a Agência Masamune por fornecer um código de acesso nos PCs para esta análise.