Trazendo uma nova visão para a popular franquia da SNK, Metal Slug Tactics traz os icônicos personagens da série para o RPG tático com elementos roguelike. Embora traga uma nova abordagem para a série, o game mantém a essência e o estilo artístico dos personagens, locais e inimigos. Assim, embora seja uma novidade, o game nunca deixa de ser Metal Slug.
Com seu lançamento, pudemos análisar o novo game da série, e embora seja uma excelente releitura, existem algumas coisas a serem discutidas.
A história de Metal Slug Tactics
Como já era de se esperar, não há uma novidade gigantesca no quesito história em Metal Slug Tactics. O game, assim como todos os outros da série, colocam a equipe liderada por Marco Rossi para invadir território hostil e capturar o tirano General Morden.
Nisso, passamos por diversos locais conhecidos de fãs da série. Obviamente, também nos deparamos com diversos inimigos e aliados, pois o game serve muito como uma gigantesca celebração da franquia.
Começamos a aventura com Marco, Eri e Fio, e ao longo da jogatina podemos desbloquear mais personagens concluindo certos requisitos. Os próprios personagens também fazem parte da enorme celebração da série, inclusive da SNK como um todo, graças a presença do Trio Ikari Warriors.
Trilha sonora também faz parte da homenagem
Assim como a trama e todo a sua estrutura, a trilha sonora do game homenageia as respectivas fases e locais vistos na jogatina. Embora elas não possuam nada extremamente marcante, diferente dos jogos clássicos, me vi em muitos momentos, ao iniciar uma fase, pensando em como as músicas relembram os temas de outrora.
A gameplay de Metal Slug Tactics
Antes de mais nada, preciso dizer como RPG táticos são um dos meus gêneros favoritos. Desde o espetacular Final Fantasy Tactics, o estilo possui um espaço especial no meu coração, e, pelo menos em partes, Metal Slug Tactics faz jus ao gênero.
Em suma, o game se assemelha muito ao estilo clássico de um RPG tático. Controlando até 3 personagens por partida, o jogador pode se movimentar, atacar ou realizar ações especiais. O movimento pode fornecer “adrenalina” que serve para os personagens realizarem seus especiais.
Desse modo, o foco das partidas é se movimentar o máximo possível para realizar as ações e, obviamente, realizar os diversos objetivos principais das batalhas. Os objetivos podem ser o já clássico “mate todos os inimigos”, ou vários outros, que oferecem uma diversidade interessante para as partidas. Essas partidas, e a gameplay em si, são bem divertidas. Contudo…
Não havia necessidade nenhuma desse jogo ser um Roguelike
Um dos elementos que fazem parte de Metal Slug Tactics é o roguelike. Assim, o jogador se vê repetindo diversas fases em vários momentos, subindo de nível e ganhando novas habilidades. Contudo, caso for derrotado, todo seu progresso será perdido.
Esse estilo se tornou muito popular nos últimos anos, principalmente graças a jogos como Hades. Porém, para Metal Slug Tactics, me parece que essa decisão foi tomada apenas para livrar o jogo da necessidade de mais conteúdo.
A parte de RPG tático funciona extremamente bem, mas o fator Roguelike parece limitar o game. A campanha possui, ao todo, 12 fases e 4 chefões, e após finalizá-la, o ciclo se repete.
Claro, esse é o conceito de um roguelike, mas não deixo de pensar que esse game se beneficiaria bem mais em ser um RPG clássico. Se no lugar da campanha e fases repetitivas, tivesse uma história linear e um “pequeno mundo aberto”, no estilo de Final Fantasy Tactics, me parece que o jogo renderia bem mais.
Os controles de Metal Slug Tactics são… complicados
Não bastasse o fator roguelike tirando o brilho do game, existe algo ainda pior: O HUD e os controles. Toda a lista de comandos do jogo é extremamente confusa e é dificultada sem necessidade. Além disso, toda a HUD do jogo, espalhada pelos quatro cantos da tela, no lugar de contribuir, acaba poluindo as partidas.
Outro ponto que acaba prejudicando a jogatina são as mecânicas de níveis, onde caso um personagem esteja em um nível mais alto, e possua certos obstaculos para atingir um inimigo, não podemos levar o direcional ao inimigo diretamente, devendo levar em conta os obstáculos.
Eu perdi a conta das vezes que me perdi com essas questões. Inclusive, houveram ocasiões onde uma realizei uma ação errada por conta dos comandos confusos. Esse é mais um ponto que prejudica uma gameplay que, ainda assim, é extremamente divertida.
Conclusão
Com mecânicas muito interessantes e uma repaginada digna da franquia, Metal Slug Tactics é um jogo válido para os amantes da série e de RPGs. Contudo, certos problemas com seus comandos, e a falta de conteúdo para ser um Roguelike, podem ser fatores bem decepcionantes.
*O Cromossomo Nerd agradece a Agência Masamune e a Dotemu por fornecer uma chave de acesso no PS4 para esta análise.