[CRÍTICA] MIB Homens de Preto Internacional | O filme que se leva a sério demais

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Na última quinta-feira, chegou aos cinemas o filme MIB Homens de Preto Internacional, novo longa da aclamada franquia que, anteriormente, era estrelada por Will Smith e Tommy Lee Jones.

O novo longa mostra que o MIB vai muito além da agência de Nova York e que o mundo inteiro está preparado para a chegada de alienígenas. Estrelado por Tessa Thompson e Chris Hemsworth, o filme dirigido por F. Gary Gray parece não saber muito bem que direção quer tomar e acaba sendo, de longe, o mais fraco de toda a franquia.

Na trama, conhecemos a garotinha Molly (Thompson), que acaba tendo um contato com um alienígena e descobre a existência dos MIB. Molly cresce em busca de respostas e faz de tudo para ser recrutada pela agência, até que consegue.

A partir daí, somos introduzidos novamente nesse mundo absurdo da franquia através de novas óticas. Basicamente, o filme se resume a isso, já que, falar mais pode arruinar as poucas surpresas que ele reserva.

Na verdade, as surpresas são quase 0, pois o roteiro de Matt Holloway e Art Marcum é extremamente fraco e previsível, tão previsível que, logo na primeira cena, você já consegue adivinhar o plot inteiro do longa.

O roteiro tenta se apoiar bastante nessa transição do que vimos no passado e reforça a todo o momento que os tempos mudaram que a agência deve ser muito mais abrangente, incluindo um subtexto feminista sempre que possível, porém não fazem isso de uma forma natural e com atitudes, resultando em uma pregação vazia e pouco eficaz.

Não que MIB seja conhecida por ter tramas complexas e muitas reviravoltas, contudo, o novo longa parece ter sido produzido com um certo descaso e preguiça, se apoiando no peso dos filmes anteriores.

Se o roteiro é fraco, as atuações são mais fracas ainda. Hemsworth, que ficou conhecido por ter uma boa veia cômica e por ser muito carismático em cena, acaba tendo uma das piores atuações de sua carreira, com piadas que não engrenam e parecendo estar de saco cheio o tempo todo, na verdade, o ator parece só o Chris Hemsworth lendo o roteiro.

Tessa Thompson também não difere muito. Enquanto a atriz até tenta fazer um milagre com o que tem em mãos, isso não é suficiente para que o filme seja salvo. A única que se destaca, é a veterana Emma Thompson, que está muito confortável em seu papel e parece ser a única ali que ainda consegue manter o espírito da franquia vivo.

Os efeitos especiais estão muito bons, sendo talvez os melhores da franquia, porém é uma pena que sejam empregados em um filme tão fraco.

Nem mesmo a trilha sonora consegue salvar, sendo até mesmo irritante e repetitiva em alguns momentos.

No fim das contas, o filme tenta ter sua própria identidade, mostrando que não precisa ficar à sombra de Smith e Lee Jones, mas acaba não tendo identidade nenhuma, sendo uma produção fraca e sem substância. Esse era o filme em que Hemsworth poderia extravasar e se mostrar totalmente maluco ou inovar e ser o personagem carrancudo, porém ele fica no meio termo entre nenhum dos dois.