Sendo uma joia desconhecida do grande público, Modern Love, série antológica do Amazon Prime Video baseada na popular coluna do The New York Times, foi uma surpresa excelente em sua primeira temporada. Oito histórias impactantes, com um elenco estelar e a simplicidade de serem somente histórias de amor, não necessariamente sobre casais, o que a torna ainda mais interessante. Com o leve sucesso e um grupo de fãs formado, obviamente que teríamos um novo ano, e ele chegou no momento em que mais precisávamos.
Um caloroso abraço no meio da pandemia
As novas oito histórias, mesmo aquelas que não causam tanto impacto quanto as do ano anterior como o episódio sobre bipolaridade estrelado por Anne Hathaway, são uma calorosa pitada de esperança no espectador durante esses dois anos de pandemia, com direito a um episódio, meu favorito do novo ano, se passando durante a quarentena, episódio este estrelado por Kit Harrington, voltando com o pé direito após um período complicado depois do término de Game of Thrones. Além disso, dois capítulos em específico tratam sobre perda e tempos difíceis em um relacionamento, uma coisa que muitos viveram nesse período complicado que todos estamos passando, o que pode ser um tanto emotivo, como foi o meu caso em relação ao capítulo 8, com um casal passando por uma crise durante um problema de saúde.
Uma das especialidades de Modern Love é fazer com que o espectador se identifique com suas histórias, até mesmo as mais absurdas. Mesmo que tenha perdido um pouco do seu brilho nesse novo ano, que não explora as situações mais inusitadas e também alguns nomes do elenco não consigam ganhar o público com sua atuação, todos os episódios tem seu momento em que nós que estamos assistindo podemos pensar “nossa… eu sei como é isso”, e isso é um diferencial até mesmo para o episódio mais fraquinho, que no meu caso foi o quinto.
Menos temas importantes e resoluções não tão impactantes
Uma coisa que eu senti falta foi um episódio em especial sobre um tema necessário, como foi o caso do episódio com Anne Hathaway, de longe o meu favorito de toda a série. Embora tenhamos mais uma história sobre uma pessoa com um distúrbio psicológico, dessa vez a série perdeu a oportunidade de realmente comentar sobre esse tema, que aqui serve apenas como material para a história, sem ser de fato discutido. Além disso, diferente do seu ano anterior, dessa vez decidiram deixar praticamente todos os finais abertos, o que dá uma sensação de frustração enorme, visto que na primeira temporada pudemos ver a resolução das histórias que acompanhamos e nos identificamos, o que deixava a expectativa para vermos isso novamente, e quando não acontece, a sensação que fica é de “Ah… Só isso?”.
De todo modo, Modern Love é um entretenimento fofo e revigorante mesmo quando suas histórias não são das melhores. É importante nos identificarmos com essas histórias, aprendermos com elas, e, quem sabe, usá-las para seguirmos em frente com nossas próprias.