A Weekly Shonen Jump é uma revista conhecida por lançar grandes hits do mainstream dos mangás. Dela saíram títulos como os populares Captain Tsubasa, Hokuto no Ken, Dragon Ball, Saint Seiya, Jojo e Yuyu Hakusho. Isso para não citar os mais recentes como One Piece, Hunter x Hunter, Naruto, Haikyuu! ou Death Note, entre muitos outros. A lista de sucessos publicados pela WSJ é tão grande que dói no coração ter que escolher apenas uma parcela de títulos para mencionar.
E é a partir de 7 de julho de 2014 que começa a ser publicado justamente nessa mesmíssima revista o mangá My Hero Academia. Apesar de ser recente, o mangá escrito e desenhado por Kohei Horikoshi já foi consagrado com uma adaptação animada, um jogo e excelentes números de vendas no Japão. Era de se esperar que um título tão positivamente recebido chegasse no mercado brasileiro o mais rapidamente possível.
My Hero Academia, ou Boku no Hero Academia, traz a história de Izuku Midoriya, um garoto de 15 anos que vive em um mundo onde super-poderes (aqui na trama chamados de “Dons”) são comuns. A ambição de Midoriya em um mundo assim não podia ser outra que não se tornar um herói ainda que ele próprio não possua seu próprio poder, ou dom.
O autor, que já publicou títulos como Sensei no Bulge na Jump antes de emplacar seu sucesso, admitiu ter se inspirado especialmente nas histórias em quadrinhos americanas de super-heróis, especialmente as da Marvel e DC, fazendo dessa leitura algo duplamente especial para os que são fãs também desse estilo de história.
A arte do mangá também é, se não impecável, muito boa. Os quadros transmitem bem a importância de cada cena, seja um diálogo marcante ou uma luta épica, assim como as representações dos poderes (que variam de atrair objetos até soltar bolinhas pegajosas) são bem definidas e desenhadas.
Embora My Hero Academia mantenha o essencial da estrutura comum de um mangá da Shonen Jump, a história consegue trazer algo de inovador (sem se distanciar muito do esperado, ao contrário de títulos como Yakusoku no Neverland) e é certamente digna de leitura se você não se importar com os clássicos clichês japoneses do mainstream que a rodeiam.
Sobre a edição brasileira, é importante elogiar a tradução feita pela JBC. É dinâmica, interativa e divertida. Fica claro que os responsáveis tiveram muita liberdade criativa para trabalhar com o material gerando um resultado muito agradável e condizente com o tipo de público consumidor do mangá, bem como o tipo do mangá em si.
Custando 14,90 e contando com 200 páginas nesse primeiro volume, My Hero Academia seguirá aqui um ritmo bimestral (uma vez que o mangá conta com apenas 10 volumes lá fora até agora). O brinde para assinantes ou para quem comprar em lojas especializadas é um pôster que pode também ser usado como sobrecapa.