Desenvolvida por Tim Miller, responsável pela enigmática Love, Death+Robots, Nível Secreto foi uma enorme surpresa para os fãs de videogames. Com histórias inspiradas em grandes franquias dos jogos, a série animada reimagina esses universos, explorando as infinitas possibilidades que eles podem oferecer.
O Cromossomo Nerd teve a oportunidade de conferir 8 dos 15 episódios da primeira temporada da produção. Abordando diversos temas e histórias diferentes, a produção consegue sim fazer jus aos mundos que ela explora.
A narrativa de Nível Secreto
Como dito antes, cada episódio de Nível Secreto aborda um universo diferente. Cada tema mostrado se interliga diretamente com a proposta da história, seja ela uma releitura de um jogo clássico, como o episódio inspirado em Pac-Man, ou uma expansão de um universo amplo e rico, como o fantástico episódio de Dungeons & Dragons.
Se tratando uma antologia, a série teve liberdade para criar o que bem entender. Isso é bom e, em partes, ruim, como já era de se esperar. Alguns episódios rendem excelentes histórias, enquanto outros acabam sendo bem decepcionantes, especialmente se você não for familiarizado com o jogo que o episódio se inspira.
Além disso, a curta duração dos episódios pode ser frustrante. Em certos momentos, o ápice da história contada está no seu final, e os produtores decidem não abordar mais. Por mais bem animado e coreografado que esteja o universo criado, a frustração ao nos vermos tão imersivos alí, e a história simplesmente acabar, é notável.
Algumas escolhas de jogos são… estranhas
Acho que, obviamente, precisamos falar do elefante na sala com relação a Nível Secreto, a escolha de jogos para criar episódios. Afinal, depois do recente ocorrido com o famigerado Concord, levanta-se o questionamento sobre o episódio baseado no mesmo.
Em se tratando de uma série que a proposta principal é homenagear o mundo dos videogames, me parece muito esquisito que, invés de grandes jogos como Final Fantasy, Halo, ou God of War, recebamos episódios baseados em MMOs pouco conhecidos ou em jogos que acabaram de sair. No caso do Concordo é ainda pior, afinal o game foi jogado no limbo antes mesmo da série chegar.
Claro, é provável que houveram negociações para que certas IPs fossem utilizadas. Ainda assim, é uma pena que, invés de vermos adaptações de jogos queridos de longa data, tenhamos que acompanhar certas narrativas que, infelizmente, não são tão apelativas ao grande público.
Infelizmente, isso também atrapalha no investimento do espectador nos episódios. Não me leve a mal, existem sim tramas que, mesmo que você não conheça, são instigantes o suficientes. Porém, em outros casos, o fator nostalgia ou reconhecimento seria crucial para haver alguma conexão, e isso tira a qualidade da produção.
Conclusão
Apesar de algumas escolhas questionáveis, Nível Secreto consegue ser uma boa homenagem para o mundo dos videogames. Com uma animação belíssima o tempo inteiro, e episódios que conseguem sim mostrar todo o cerne de alguns jogos, a animação é mais que uma homenagem, também se torna uma porta de entrada para novos gamers.