[CRÍTICA] O Esquadrão Suicida é o que o DCEU deveria ter sido desde o começo

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Quando a Warner Bros. decidiu correr atrás do prejuízo, ao ver o Marvel Studios criando seu universo compartilhado de super-heróis e fazendo muito sucesso com ele, parece que o estúdio não imaginava o árduo caminho que ia acabar trilhando com seus personagens da DC Comics.

Ao longo da última década, o estúdio foi lançando filmes aos trancos e barrancos, que acabaram dividindo a opinião pública e sendo, em sua grande maioria, espancados pela crítica. Envolvidos em controvérsias até o pescoço, parece que as coisas estão começando a se endireitar e o DCEU que todos esperavam começou enfim a ter espaço para respirar.

Um exemplo disso é O Esquadrão Suicida, que chega com a promessa de superar a primeira adaptação cinematográfica da equipe, lançada lá em 2016, quando o boom de filmes da DC da Marvel estava atingindo seu ápice. E é da Marvel que vem o diretor da nova versão.

Diretamente de Guardiões da Galáxia e de suas contribuições indiscutivelmente incríveis para o Universo Cinematográfico da Marvel, James Gunn “chegou chegando” na DC, mostrando do que é capaz.

Com seu humor característico, tiradas sarcásticas e cenas de ação criativas, Gunn traz a nova escalação da perigosa equipe de super vilões em mais uma missão de redenção (forçada, diga-se de passagem), que acaba se tornando um show de horrores, só que no bom sentido.

Com livre uso de violência gráfica e linguagem explícita, O Esquadrão Suicida apresenta um monte de vilões dos quadrinhos da DC, que ninguém liga ou sabe quem são, liderados pela figura extremamente carrancuda e, ao mesmo tempo, carismática do Sanguinário (Idris Elba).

Os personagens são mais uma vez reunidos pela mesma Amanda Waller da versão de 2016, interpretada pela ótima Viola Davis, onde devem derrubar um projeto secreto do governo tirano da ilha de Corto Maltese, um local bem conhecido pelos fãs da DC.

Diferente do que vimos anteriormente, a nova equipe de desajustados é até mais funcional do que parece.

E é nesse desajuste maluco e caótico que mora a graça desse filme. Esses vilões não têm um senso comum de praticidade em equipe, mas acabam se mostrando extremamente úteis quando convém.

Num embate divertido de egos e trocação de insultos, à medida que o debochado e violento Pacificador (John Cena) ou o mais novo queridinho de CGI, Tubarão Rei (Sylvester Stallone), avançam na história – e na missão maluca – o roteiro vai ficando cada vez mais envolvente.

O espectador capta a ideia de Gunn de criar um ambiente que o faz se sentir como se fosse parte do grupo, criando laços com os malucos e logo de cara já absorvendo os trejeitos e babaquices de cada um deles, mesma proeza que o diretor conseguiu com os Guardiões da Galáxia, que eram heróis pra quem pouca gente ou quase ninguém dava a mínima e hoje são extremamente populares e rentáveis para a Marvel.

Apesar de Gunn ter confirmado que o filme se passa no DCEU, podemos notar que ele é completamente isolado de outras narrativas, não apresentando referência alguma ao passado desse universo, além da “amizade” de Rick Flag (Joel Kinamann), Arlequina (Margot Robbie) e Capitão Bumerangue (Jai Courteney) e isso é até bacana, pois traz um ar de novidade, deixando o passado controverso e aquele climão esquisito pra trás.

Inclusive, O Esquadrão Suicida obtém o mérito de provavelmente ser o filme mais bem aceito da DC nesse universo, que aparentemente está sendo refeito, com um filme que chega para mostrar como a DC deveria ter sido desde o começo.