O interesse da Microsoft em comprar a Bethesda!

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A Microsoft agora é dona de franquias famosas e bem lucrativas – levantando questionamentos sobre a exclusividade desses jogos.

 

No último dia 21, a Microsoft,  anunciou a compra da dona da Bethesda Softworks, a ZeniMax Media.  Isso faz com que a proprietária do Xbox seja dona de franquias como Fallout, Doom, The Elder Scrolls,Wolfenstein e Dishonored – além de outras produtoras da ZeniMax, como a MachineGames.

Os jogos da Bethesda sempre tiveram um lugar especial no Xbox e nos corações de milhões de jogadores em todo o mundo. Nossas equipes têm uma história estreita e histórica de trabalho em conjunto, desde o incrível primeiro DOOM e seu motor id Tech inovando jogos em PCs, até Bethesda trazendo seu primeiro jogo de console para o Xbox, o inovador The Elder Scrolls III: Morrowind” – Phill Spencer, chefe da divisão Xbox, via comunicado.

Segundo o jornalista da Bloomberg, Jason Schreier, a Microsoft teria pago cerca de 40 bilhões de reais nas negociações (7.5 bilhões de dólares). O valor é bem mais expressivo do que os 11 bilhões de reais (2.5 bilhões de dólares) pagos pela empresa ao comprar a Mojang, dona do Minecraft, em 2014.

Porém, uma das maiores questões sobre a aquisição da Bethesda é em relação a exclusividade dos jogos lançados pela publisher. A concorrente da Microsoft, a Sony, dona do Playstation, tem jogos exclusivos muito representativos, como God of War, The Last of Us, Uncharted e Crash Bandicoot; o que acabou se tornando um dos argumentos dos fãs mais assíduos – optar pelo Playstation pela quantidade de jogos considerados bons

Utilizando God of War como exemplo, em 2019, com um pouco mais de um ano de lançamento, o jogo já tinha vendido pelo menos 10 milhões de cópias em todo o mundo, enquanto Halo: The Master Chief Collection (2014), do Xbox, em quase um ano, vendeu metade desse valor. Apesar disso, em notas os dois títulos não se diferenciam muito, já que GOW conseguiu 94 pontos no Metacritic (um site que agrega diversas avaliações) enquanto o Halo possui 85 – menos de 10 pontos de diferença.

Talvez a Microsoft não esteja interessada em transformar os títulos da Bethesda em exclusivos definitivos. Um exemplo é o que aconteceu com Rise of the Tomb Raider (2016), que ficou disponível apenas no Xbox por um período tempo e depois acabou sendo liberado para outras plataformas.  Mais um caso curioso é o do próprio Minecraft, que tem mais de 100 milhões de jogadores ativos e está disponível em outros consoles até hoje.

“Nós acreditamos no poder do conteúdo para unir as pessoas. ‘Minecraft’ adiciona diversidade ao nosso portfólio de jogos e nos ajuda a alcançar novos jogadores em outros dispositivos. É por isso que nós planejamos manter ‘Minecraft’ disponível em todas as plataformas – incluindo iOS, Android e Playstation”. – Phill Spencer.

O que aconteceu com o jogo da Mojang pode se repetir com a Bethesda – já que o argumento para  que o jogo estivesse em outras plataformas, era que ele era grande demais para permanecer em um lugar só. The Elder Scrolls V: Skyrim (2011), um dos maiores títulos da Bethesda, atingiu em 2016, a marca de 30 milhões de cópias vendidas – se comparar os dois casos, parece improvável que a Microsoft transforme o próximo The Elder Scrolls em um exclusivo definitivo.

Alguns fãs acreditam que um outro ponto importante da compra deve ser o benefício que isso pode trazer para a Bethesda.

“A compra da Microsoft, creio eu, beneficiaria a Bethesda. Já que ultimamente a empresa só lançou títulos meia boca, ou horríveis como Fallout 76, de 2018

 (53/100 pontos no Metacritic). Jogo que, segundo eles, teve quase 5 anos de desenvolvimento e ainda assim saiu terrível. É só ver o que a Microsoft está fazendo com Minecraft, adicionando vários updates que os fãs pediam a anos.” – Pedro Juan Caballero, estudante.

Ainda precisamos considerar o fato de que diversos jogadores não consideram os títulos como um fator decisivo na hora de comprar um console.

Para Vinícius Guimarães Silva, analista de aplicação em SAP, mesmo que seus jogos favoritos estivessem no Xbox, ele ainda optaria pelo Playstation.

“[…] Infelizmente ou felizmente, toda minha rede de amigos estão na Sony. A não ser que houvesse uma migração em massa… Eu deixaria o Doom e Wolfenstein para um futuro”

É importante levar em consideração que a empresa já anunciou que todos os jogos da Bethesda estariam disponíveis no GamePass no dia do lançamento – o GamePass é a assinatura de jogos mensal da Microsoft, que conta com mais de 200 títulos que podem ser baixados e jogados quando o usuário quiser, contanto que ele continue pagando a mensalidade. Pensando financeiramente, os fãs podem optar em pagar uma mensalidade com um acervo de jogos ou o valor cheio quando esses games chegarem as outras plataformas.

A Microsoft já anunciou que honrará os jogos exclusivos da Bethesda para o PS5, Deathloop e GhostWire: Tóquio ainda serão exclusivos temporários do PlayStation. Os outros títulos, segundo a empresa, serão avaliados caso a caso. Levando em consideração o histórico da Microsoft e como ela está tratando suas aquisições recentes, não é difícil imaginarmos um novo Wolfenstein disponível no GamePass e apenas com exclusividade temporária para o Xbox.