[REVIEW] Contra Operation Galuga | Reimaginação Nostálgica

Contra, originalmente lançado pela Konami em 1987, é considerado como um dos jogos mais importantes na história dos games por diversas razões. Ele é um dos responsáveis por iniciar e popularizar o conceito de multiplayer cooperativo, permitindo que dois jogadores jogassem juntos simultaneamente, o que era uma novidade revolucionária para a época dos arcades. Em 1988 o game foi lançado para o Famicom e MSX, que foi onde ganhou grande popularidade e reconhecimento mundial. 

Devido ao grande sucesso do jogo, tanto nos Arcades como, principalmente, nos consoles de mesa, era de se esperar que houvessem continuações. Desde seu lançamento, Contra conta com mais 13 jogos principais, fora os Spinoffs, passando desde o SNES até o Playstation 4. As mais notáveis de todas as continuações da franquia foram os clássicos Contra III: The Alien Wars, lançado em 1992 e Contra: Hard Corps de 1994.

Anunciado pela Konami em setembro de 2023 para Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S e PC (Steam) e desenvolvida pela WayForward,  Contra: Operation Galuga foi prometido como uma reimaginação do clássico lançado em 1987, porém com um toque de modernização dos jogos mais recentes.  Mas afinal, essa reimaginação faz jus à franquia?

Modernização de um clássico

Operation Galuga ocorre em um futuro distante, no qual a organização Red Falcon estabeleceu uma base no arquipélago de Galuga com o objetivo de exterminar a humanidade. Dois soldados, Bill Rizer e Lance Bean, da unidade Contra dos fuzileiros da Terra (um grupo de elite de soldados especializados em guerra), são enviados à ilha, porém acabam enfrentando uma invasão alienígena.

Uma das principais características da série é sua dificuldade punitiva: ao sofrer um golpe, o jogador perde instantaneamente uma vida, e ao perder todas elas, é exibida a tela de Game Over.

Operation Galuga busca manter as raízes da franquia, oferecendo a escolha entre diferentes níveis de dificuldade e perigo. Os jogadores podem optar por “Tiro e Queda”, que proporciona a experiência clássica da franquia, ou “Medidor de Vida”, onde possuem uma pequena barra de vida.

Outra grande caracterista da franquia é a sua duração. O primeiro game da série leva em torno de 30 a 40 minutos para ser finalizado caso você consiga passar pelo jogo inteiro sem morrer. Já em Operation Galuga, a campanha principal gira entre 1h40 até 3 horas, dependendo da dificuldade que o jogador escolher e também de suas habilidades.

O jogo ser curto é proposital dentro do gênero, pois a ideia é terminar o game com personagens diferentes e também se superando em cada jogatina e disputando com os amigos quem tem a melhor pontuação.

Jogabilidade precisa e desafios complexos

A jogabilidade, apesar de simples, é extremamente complexa, principalmente quando se trata das missões finais e nas dificuldades mais altas. Caso você decida enfrentar as hordas de alienigenas sozinho, espere um jogo extremamente desafiador, principalmente por ter sido pensado para ser jogado em coop. Apesar do foco no modo coperativo, o jogo não possui multiplayer online, podendo apenas ser jogado offline com até 4 jogadores.

Outro grande destaque para Operation Galuga está na atualização do seu arsenal de armas. Aqui os jogadores conseguem evoluir a arma para o nível 2, fazendo elas serem mais poderosas e eficazes.

Existe uma combinação cuidadosa de vários elementos presentes em outros jogos da série, como as esquivas e a capacidade de alternar entre duas armas. Também foi adicionado um pulo duplo para todos os personagens. De resto, o jogo segue a fórmula clássica de Run’n Gun onde o jogador enfrenta ondas de inimigos enquanto corre em direção ao chefe da fase. 

Falando em personagens, Operation Galuga possui um total de 10 personagens, onde 7 deles você consegue liberar durante a campanha principal e outros 3 você consegue comprar com moedas dentro da loja do jogo. Esses personagens podem ser usados na realização de desafios e também no modo arcade. Conforme o jogador for finalizando a campanha, você é recompensado com créditos para gastar em upgrades, personagens novos e até mesmo comprar a trilha sonora da época de 8bits.

Operation Galuga oferece também um modo arcade e um modo desafio, onde no modo arcade o jogador consegue rejogar a campanha desde o inico pulando a parte da história. Já o modo desafio, o jogador deve escolher seu desafio e finalizar uma determinada missão dentro de critérios especificos, que normalmente são extremamente desafiadores.

Dentro dos desafios é dado também um tempo padrão esperado para finalização da missão e também o seu melhor tempo. Ao finalizar o desafio, o jogador é recompensado com novos desafios e também Créditos que podem ser gastos na loja.

Gráficos e trilha sonora

Mesmo sendo uma reimaginação do primeiro game da franquia, fica nitido o relaxamento no quesito gráfico e de interface, onde ao iniciar o game pela primeira vez, damos de cara com uma interface  e gráficos que lembra bastante games mobile e também Contra: Returns, jogo lançado em 2011 exclusivamente para Smartphones.

Os graficos em si não são ruins. Eles conseguem trazer a nostalgia da década de 80 com um certo charme, porém fica nitido que não foi colocado nenhum tipo de esforço ou até mesmo detalhamento nesse quesito, principalmente quando comparamos com Returns, que é um jogo de mobile.

Um grande destaque de Operation Galuga está em sua trilha sonora, onde conseguimos escutar perfeitamente a trilha sonora e também o disparo das armas. Vale ressaltar que aqui foi mantido alguns dos sons clássicos da franquia, como o som ao morrer e também no disparo das armas.

Contra: Operation Galuga vale a pena?

Com gráficos atualizados, melhorias no gameplay e com ótimos desafios, Contra: Operation Galuga é obrigatório para qualquer amante da clássica franquia da Konami. Porém, temos algumas ressalvas.

Apesar do jogo ser fiel ao clássico, poderia muito bem ser um título mobile, que poderia ser melhor trabalhado, principalmente em questões técnicas. Tendo em vista que a franquia Contra possui um nicho bem específico por conta de sua dificuldade elevada, os desenvolvedores não fizeram esforços para deixá-la mais popular e atrair novos jogadores com recursos de assistência.

Outro fator que pesa bastante é o preço do jogo. Apesar de contar com bons pontos positivos, o preço na casa dos R$ 200 para um jogo tão curto e com foco no modo cooperativo sem recursos online, faz com que muitos pensem que é um investimento alto demais. Todavia, se você é fã da franquia e quer se aventurar nos desafios, o investimento certamente é válido.

Contra: Operation Galuga está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S e PC (Steam).

*O Cromossomo Nerd agradece a Konami por disponibilizar uma cópia do jogo no PS5 para análise!