Orange is The New Black | Mais madura e com mais consequências

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Orange is The New Black evoluiu muito desde o seu início, e tal evolução fica ainda mais notória quando se vê tudo que ocorreu desde o final da 4ª temporada até aqui. Nesse sexto ano, a série sobre as presidiárias de Litchfield continua trilhando o amadurecimento que ousou fazer nos anos anteriores, mas diferentemente da 5ª temporada, onde as detentas começaram a rebelião, nessa, elas enfrentam as consequências de perturbar o sistema.

Orange sempre teve como marcas registradas o humor negro e muito preciso, e a brutalidade que vinha à tona nos momentos necessários. Ambas as características continuam muito presentes nesta nova temporada, que também preferiu investir em arcos e histórias mais individuais das personagens, mesmo que alguns sejam mais emocionais e inspiradores do que outros.

A dramaticidade empregada na trama se mostra forte, especialmente nas histórias de Taystee (Danielle Brooks) e Ruiz (Jessica Pimentel), que são alguns dos grandes destaques. A representatividade e voz que a série tanto buscou dar à mulheres que vivem na margem da sociedade, em especial as afro-americanas, são mostradas de forma intensa na busca de Taystee pela sua inocência. É inegável a sensatez do roteiro ao tratar fatos como racismo e violência policial.

Seguindo a linha dos arcos individuais, Red é outro ressalto. A antiga cozinheira da penitenciária está sendo acusada junto com outras cinco detentas. A atriz Kate Mulgrew trabalha a personagem com uma sensibilidade tocante, mostrando que ela sempre se importou como uma mãe em relação às outras prisioneiras, principalmente Nicky (Natasha Lyonne), que continua tendo dificuldades ao se relacionar com o pai, o que é melhor explicado através de flashbacks.

Piper e Alex vão deixando as tradicionais indas e vindas, e agora o casal símbolo de Orange is The New Black divide o protagonismo com as mulheres negras e latinas. Outras personagens veteranas também tem seus momentos de brilhar: Pennsatucky (Taryn Manning) que foge ao final da última temporada, tem uma história interessante, Flaca (Jackie Cruz) continua divertida e ganha uma nova parceira, Suzanne (Uzo Aduba) faz lembrar o porquê de ser tão amada pelo público e Cindy (Adrienne C. Moore) traz um perfeito equilíbrio entre comédia e tragédia.

Embora o humor negro e o sarcasmo – que representam de modo mais leve uma dura realidade – sejam muito bem colocados no decorrer da temporada, é o drama que mais uma vez rouba a cena. A responsabilidade da série ao crescer ganha mais um passo, trazendo as pesadas consequências para mulheres presidiárias que desafiaram o sistema quando ele errou, e mesmo assim foram ignoradas, e punidas.

A sexta temporada de Orange is the New Black chegar amanhã à Netflix.