[Primeiras Impressões] Y: The Last Man | Potencial para ser uma das melhores séries do ano

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Adaptação da aclamada HQ da Vertigo escrita por Brian K. Vaughan, Y: The Last Man acompanha um mundo distópico onde todos os seres que possuem o cromossomo Y são dizimados por uma doença misteriosa, não somente seres humanos, como também as outras espécies de animais. No meio disso, temos Yorick Brown, único homem que conseguiu sobreviver, ao lado do seu companheiro Ampersand, um pequeno macaco que também resistiu a doença que dizimou todos os seres masculinos.

Dada esta premissa, creio que já seria o suficiente para chamar a atenção dos espectadores para acompanhar a série. Contudo, a produção do Star+ tem muito mais do que sua premissa para te interessar. Agora, tendo visto os três primeiros episódios, posso falar um pouco mais do que a produção tem um gigantesco potencial.

Além do próprio Yorick, que em nenhum momento se mostra como alguém especial, o que já o difere de muitas histórias do gênero pós-apocalíptico, onde o protagonista sempre é alguém barra pesada, a série ainda te apresenta um leque de personagens secundárias com arcos próprios que tem uma gama muito interessante de camadas, como a Agente 355, que recebe a missão de proteger Yorick, que por ironia do destino se tornou filho da presidente dos EUA após a catástrofe. A personagem, mesmo tendo todos os clichês de histórias do gênero, não deixa de ser interessante graças aos mistérios ao seu redor e suas habilidades únicas como agente. Além disso, 355 é uma constante jornada entre o fio de bem e mal, não medindo esforços para cumprir sua missão.

Junto disso, como falei anteriormente, temos a abordagem política de que uma situação desse tipo faria mundialmente, com uma das poucas congressistas do parlamento estadounidense se tornando a presidente do país no meio do caos. A personagem é vivida por Diane Lane, o que já lhe dá uma imponência e fragilidade que a atriz consegue emitir de forma natural, como visto nos filmes dirigidos por Zack Snyder na DC Comics. Com isso, o arco da mãe de Yorick tem espaços não somente para abordar temas importantes como o conservadorismo e o machismo no âmbito feminino, como também para deixar claro a necessidade de um sistema igualitário.

Y: The Last Man ainda possui uma ambientação e trilha sonora que fazem com que a imersão em todo o caos daquele mundo pós fim do cromossomo Y seja facilmente identificável, especialmente por mostrar algumas situações que acontecem no mundo atual, mesmo com o cromossomo Y não extinto. Toda a trama é muito bem construída nestes primeiros episódios, dando espaço para todos os personagens conseguirem um momento de brilho, sejam eles mocinhos ou não.

Dito isso, esta primeira temporada, que estreou hoje (13), definitivamente é algo para se acompanhar no decorrer das próximas semanas. Se manter o nível de qualidade, a série prometerá trazer momentos icônicos e episódios recheados de tensão, ação e falas importantes. Com certeza, Y: The Last Man pode ser uma das melhores séries do ano.