Se você torce por Richard (Thomas Middleditch), continue, pois ele vai precisar de seu otimismo. Nesta nova temporada, o rapaz tomará a decisão de continuar seus passos rumo ao estrelato tecnológico, porém sozinho.
O único que parece se importar com isso e não se agrada de vê-lo se afastando, é Donald. As dificuldades de terem seus talentos ‘descobertos’ pela indústria de aplicativos, têm causado uma ruptura nas relações entre os seis e nem a encenação – numa atitude desesperada – de Richard usando seu aplicativo na frente de um possível interessado, ajudou (uma cena hilária, dentro de um ‘Uber’ improvisado).
A série continua mostrando a floresta tecnológica do Vale do Silício, sempre muito exigente com os nativos. Estes programadores deveriam se portar como verdadeiros aborígenes bem sucedidos, ou seja, totalmente adaptados ao ambiente – não podem se dar ao luxo de serem apenas gênios, mas também precisam ser dotados de outras facilidades, como comunicação, desenvoltura ao apresentar seus produtos, e acima de tudo, que tenham a mente de um empresário, o que obviamente falta a alguns deles. Os diálogos não são tão ácidos quanto as atitudes, mas nos levam a ver através da não tão transparente necessidade de sucesso, que o homem não tem como objetivo final apenas lucros.
Continuamos sendo criaturas territoriais, abraçados às leis que nos regem desde sempre, a necessidade de provar que dominamos. Silicon Valley traz o outro lado da tela do seu aplicativo, a comédia involuntária que é descobrir necessidades onde não há nenhuma, e ficar (muito) rico com isso. A quarta temporada estreia domingo, 23 de abril, às 23:00 horas na HBO.
Agradecimentos à Cecilia Rivers pelo texto.