[ANÁLISE] STAR WARS: Battlefront Classic Collection finge que é um remaster

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STAR WARS: Battlefront 1 e 2 estavam entre os 50 jogos mais vendidos do Playstation 2 e não foi por acaso. Eles apresentavam uma campanha que os fãs de Star Wars há muito tempo desejavam e traziam uma variedade de personagens, jogabilidade e cenários que poderiam conquistar qualquer um para a franquia. Com o anúncio do remaster, intitulado Star Wars: Battlefront Classic Collection, pensou-se que o jogo seria completamente refeito para que os antigos e novos fãs da saga pudessem desfrutar plenamente.

No entanto, tudo isso se mostrou um sonho inatingível com o lançamento do jogo.

Capa da versão Remasterizada do jogo
Um anúncio promissor que se mostrou decepcionante ao ser lançado.

Um remaster que não muda nada pra melhor

Quando um jogo é remasterizado, é bastante comum que receba melhorias nos controles, texturas, rebalanceamento, entre outros aspectos. No entanto, este jogo carece de tais melhorias e ainda vem piorado em relação à versão anterior, que já era boa.

Os controles são tão rígidos que, se você não ajustar a sensibilidade para o máximo, torna-se praticamente impossível andar e atirar. Além disso, há o problema do uso do gatilho adaptável do PS5, que não serve para absolutamente nada, exceto atrapalhar na hora de atirar, e para piorar, o jogo não oferece a opção de desativá-lo nas configurações disponíveis.

As texturas que foram “remasterizadas” são nada mais do que texturas pesadas em 4K nativo. O problema é que essas texturas não possuem qualquer senso de direção de arte e parecem mais uma modificação ruim e sem vida do que um port que revitalizaria o título.

Para efeito de comparação, a versão de PS2, mesmo rodando na resolução nativa do console, consegue ser mais agradável aos olhos devido à sua resolução original. No entanto, isso não ocorre com a versão de PS5, que é muito problemática devido à falta de retrabalho em todas as áreas visuais do jogo.

Primeiro mapa do jogo
A textura lisa sem direção de arte causa uma estranheza

Outro ponto decepcionante são os HUDs e menus do jogo. Na versão de PS2, tudo fazia total sentido e era agradável aos olhos, dadas as limitações de resolução da época. No entanto, no PS5, tudo se torna muito difícil de acompanhar visualmente. Os HUDs estão minúsculos, as fontes de texto são impossíveis de ler e o design dos menus não encaixa as informações corretamente, tornando tudo um desafio para o jogador entender.

Outro aspecto em que este jogo falha enormemente são as cutscenes. Elas estão em uma qualidade tão baixa que se torna impossível enxergar o que está acontecendo na tela. Além disso, as legendas, com a fonte atual do jogo, são impossíveis de serem lidas, resultando em uma experiência em que o jogador precisa adivinhar tanto o que está ocorrendo na tela quanto o que está escrito no texto abaixo.

Não, a imagem não esta em baixa qualidade isso é um print direto do PS5 da cutscene.

Campanha offline e multiplayer funcionam, com problemas

A campanha offline, essencialmente, permanece idêntica à versão de PS2. Encontrei os mesmos bugs e problemas que havia na versão de PS2, além de algumas adições, mas nada que tornasse a campanha impossível de ser jogada. É possível completá-la sem grandes problemas, e a versão split-screen na resolução do PS5 certamente proporciona diversão com os amigos.

No entanto, não posso dizer o mesmo do multiplayer online deste jogo, que carece de um cuidado significativo para ser divertido. O online do jogo se resume a quem solta mais bombas e fica dando respawn para voltar e usar mais bombas.

Em todas as partidas que joguei em cenários diferentes, todas se resumiram às mesmas pessoas indo para os mesmos lugares e soltando bombas sem parar até que um dos dois lados cedesse. Obviamente, se você jogar entre seus amigos, a partida deve ser mais casual, mas na maioria do tempo você vai encontrar esse tipo de partida monótona, onde variar a jogabilidade não é algo viável.

Fique no canto ate chegar sua vez de soltar a bomba e dar respawn

O jogo definitivamente se beneficiaria de um retrabalho em questões de gameplay para garantir que situações assim não ocorressem. Com melhorias e rebalanceamentos, além de aprimoramentos na jogabilidade, este jogo poderia ser revitalizado. No entanto, em vez disso, eles simplesmente repetiram o mesmo jogo e criaram servidores sem sequer pensar se isso funcionaria.

Para finalizar este tópico, adiciono que eles lançaram uma atualização que corrigiu alguns problemas, mas adicionou mais 18 GB a um jogo que já pesava quase 30 GB. É absurdo imaginar que dois jogos juntos, que não tinham nem 10 GB juntos, agora ocupem praticamente 50 GB devido a uma má otimização.

Conclusão

STAR WARS™: Battlefront Classic Collection infelizmente consegue piorar algo que já era bom, e nos mostra o motivo pelo qual não se pode simplesmente pegar um produto de uma época e transportá-lo para outra geração sem qualquer tipo de trabalho, esperando que a nostalgia sirva como escudo para os claros problemas do jogo.

A situação atual é aguardar que futuras atualizações corrijam os problemas e que a Aspyr faça o jogo ter uma redenção.