Situado num mundo futurista, Steel Seed prometia, desde o seu anúncio, uma nova experiência no quesito de furtividade. O jogo da Storm in a TeaCup impressionou com seus gráficos e visuais, ganhando notoriedade pelos jogadores.
Agora, com o game em mãos, é interessante notar que, embora exista aqui uma experiência bacana, ela se perde com algumas questões.
A história de Steel Seed
Em Steel Seed, acompanhamos Zoe, uma jovem que acorda milhares de anos no futuro. Neste mundo, os seres humanos estão presos em uma máquina que está programada para despertá-los quando o planeta terra estiver pronto para receber a humanidade novamente. Contudo, as inteligências artificiais que eram responsáveis por libertar os humanos se rebelaram, e agora cabe a Zoe salvar a todos.
No quesito narrativo, o game não possui uma trama deveras original. Contudo, sua premissa é bastante interessante e chamativa. Dessa forma, mesmo com alguns momentos clichês para este tipo de narrativa, ela consegue ser cativante até certo ponto para os jogadores.
Contudo, o fato de Zoe ser a única personagem humana do game o torna bem vazio. Ok, existem outros personagens com que a jovem interage na trama, como seu companheiro de jornada, o robôzinho Koby, mas não chegam a possuir o carisma ou desenvolvimento interessante para cativar o jogador.
Quase não existe trilha sonora
Por mais que seja para criar um clima de isolamento, a falta de uma trilha sonora marcante me fez perder a imersão em diversas ocasiões, sobretudo ao explorar novos ambientes. Além disso, a proposta do game é que ele seja um jogo de ação, o que exige que, pelo menos, a trilha seja chamativa em certos momentos da gameplay.
A gameplay repetitiva de Steel Seed
Falando na gameplay, aqui é onde, infelizmente, o game mais peca. Por mais que sua proposta seja de um jogo com estrutura semi-aberta, com Zoe podendo explorar as áreas disponíveis em busca de segredos, upgrades e etc, em nenhum momento essa estrutura oferece algo de novo, e os ambientes se tornam extremamente iguais a todo momento.
Na verdade, toda a estrutura de todas as áreas são basicamente as mesmas: Zoe chega na nova área, existem inimigos para ser derrotados, uma grande cena onde o local começa a desabar, mais inimigos, um possível boss, e o ciclo recomeça.
Além disso, seja pelo fato dos upgrades e habilidades de Zoe estarem presos a conclusão de desafios, seja pelos inimigos repetitivos ou pela falta de mais detalhes para os combates, Steel Seed peca na sua progressão.
As mecânicas do jogo te obrigam a jogá-lo no stealth
Durante toda minha jogatina, além de perder o interesse ao chegar na sexta área com os mesmos inimigos e as mesmas formas de derrotá-los sorrateiramente, é perceptível que o jogo não busca trazer nada muito diferente para sua gameplay como um todo. Além disso, a IA de praticamente todos os inimigos é bem ineficaz, sendo facilmente enganados ao descobrirem a protagonista.
Outro ponto que peca demais é no combate em si. O game até tenta mostrar aos jogadores como funcionam suas lutas, provavelmente se espelhando nos benditos soulslike, mas elas não funcionam.
O botão e esquiva, por exemplo, é bastante ineficaz. Além disso, o companheiro de Zoe, Koby, pode atingir os “pontos fracos” dos inimigos para causar mais dano, mas o jogo não fornece nenhuma forma do jogador descobrir onde são esses pontos, tornando a mecânica uma roleta russa.
Junte isso a exploração sem graça, que consiste em basicamente nos mesmos tipos de puzzles e movimentação, e, infelizmente, temos um potencial extremamente desperdiçado.
O desempenho de Steel Seed
No PS5, em nenhum momento o jogo apresentou bugs ou problemas perceptíveis. O único ponto negativo foi de que, em certo local, a taxa de frames sofreu uma pequena queda, mas rapidamente foi resolvido. Provavelmente este tipo de problema será solucionado num patch no seu lançamento.
Conclusão
No fim das contas, a sensação que Steel Seed passa é de um potencial desperdiçado. Com as mudanças necessárias, como um sistema de progressão mais interessante e uma mudança nas explorações de cada área, teríamos um jogo interessantíssimo. Contudo, o que temos no fim é apenas mais um game que, infelizmente, deve ser esquecido rapidinho.